C.P 5

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† Benna

Abro meus olhos lentamente e deparo com um teto de cimento e todo sujo.

Me levanto lentamente e olho ao redor.

Eu... Estou num porão?!

Ai não... Ontem a noite fui sequestrada...

Sinto meu corpo inteiro arrepiar só de lembrar que fui sequestrada.

Quem me sequestrou? Eu não conheço ninguém praticamente...

Fico sentada olhando para o porão onde estou. Parece um pesadelo.

O porão refletia os primeiros raios de sol, filtrados pelas janelas sujas. Há também uma escada que conduzia até a porta do porão totalmente fechada com o que parecia ser também de madeira.
Grande e intimidadora, não havia maçaneta pelo lado de dentro.

Vejo uma pequena mesa de madeira quase quebrando e encima dela tem um prato com um pão e ao lado vejo um copo com água. Apenas isso. Me levanto rapidamente e vou até a mesa. Devoro o pão e tomo a água em menos de três minutos e percebo o quanto estava com fome.

Volto para a cama de aparência nada confortável. Marrom e de madeira sem nenhum travesseiro ou fronha

Ouço passos e me levanto da cama em estado de defesa.

– Finalmente acordou, Ratinha - o desconhecido murmura. Sua voz é grossa, mas tem um som gostoso.
– Posso cheirar seu medo sabia!? É delicioso...

Continuo em silêncio...

Ele está na frente da minha cela agora, vestido totalmente de preto. E com uma máscara que esconde totalmente seu rosto. Seu contraste é assustador.

– Qual é, o gato comeu sua língua bichinho? Fale comigo! - Ele grita e eu estremeço na hora.

– O que... Você pretende fazer comigo? -pergunto com a voz baixa

– Uma boa pergunta, Bicho

Mordo os lábios de tanta raiva que estou por ele estar me chamando de bicho. Sinto o gosto metálico invadir minha boca. Mas não me importo com isso. Queria gritar para ele parar de me chamar assim, e mandar ele se fuder.

– Vá se fuder seu Psicopata Maníaco dos infernos! - perco totalmente o controle e grito com ele.  Não ligo para o que ela possa fazer comigo. Minha vida não importa mesmo...

Ele me olha perplexo. Vejo o fechando aos mãos deixando-as vermelhas de tanta força que está fazendo.

– Droga! - falo baixo. Não acredito que gritei com um psicopata...

Escuto ele abrindo minha cela improvisada mas a fecha logo em seguida.

Olho para o chão.

Posso sentir meus ombros tensos.

– Droga é?  - ele segura meu queixo, virando em sua direção. Tentando me fazer olhar em seus olhos. Mas faço um pouco de esforço para que meus olhos continuem fitando o chão. Sua mão está gelada, demais... Isso é... Isso é extremamente bom e arrepiante.  Sinto um arrepio em meu corpo pelo seu toque.

– Porque não olha pra mim? - ele pergunta aumentando o tom de voz.

Mas continuo quieta.

– Você sabe oque eu posso fazer com você? - ele pergunta impaciente

      Me matar.

Permaneço quieta, apenas olhando para o chão.

– Te matar!!! - ele fala de uma forma aterrorizante. Porém, consigo manter a calma, ou pelo menos estou tentando.

Nessa situação, eu já estou certa sobre a minha morte. Mas eu não vou perder nada, estou apenas ganhando com isso.

Até porque, minha vida não importa, é sem insignificância!

– PORQUE NÃO ESTÁ REAGINDO??? - Ele grita desesperado, parecendo não entender.

Permaneço quieta, tentando manter a calma o máximo possível, não quero dar o gosto de ele me ver chorando e implorando pela vida.

Apesar de ser bem difícil, quando a todo momento seu subconsciente está falando que você está prestes a ser torturada.

Mas... Estou cansada dessa vida cheia de solidão que levo.

Já sem paciência - pois ele já deveria ter começado a me torturar - grito:

– Vai!!! Me mata logo, seu Psicopata!!!

Ele me olha perplexo novamente. Solta meu queixo e se afasta um pouco.

No momento, só quero que ele me mate logo. E não importa como eu vou morrer. Se eu vou morrer sofrendo ou não, isso não importa nenhum pouco. O que importa... É que não estarei mais aqui.

– Você sabe quem eu sou? Ou melhor, o que eu sou?- ele pergunta com a voz calma.

– Você É Um Psicopata. - respondo-o calmamente dessa vez. Sinto meu corpo se arrepiar novamente, por ter falado essa frase.

– Por acaso você tem noção do que eu posso fazer com você?  - ele parece não entender a situação mais ainda.

Depois de um tempo apenas olhando para o chão, eu finalmente olho em seus olhos. E respondo-o

– Me Torturar, Me Estrupar, Me Rasgar ao Meio, Me Multilar, Arrancar Parte Por Parte Do Meu Corpo Lentamente. Não ligo para isso! Matar minha família você não vai por que eu não tenho... Matar amigos? Muito menos isso, pois eu também não tenho... Então vá em frente, faça o que você quiser comigo, e termine logo com isso.

Ele me olha perplexo novamente, sem dizer nada.

Não sei como consegui respondê-lo dessa forma...

Fico esperando ele falar algo, ou fazer algo, mas ele continua parado a minha frente, apenas me olhando.

Percebo um brilho em seus olhos. Ele se aproxima lentamente e se senta ao meu lado encostando suas costas na parede gelada de cimento sujo. E fica pensativo olhando para o nada.

Normalmente ele estaria saciando o meu desejo de morte, e aproveitando o momento me torturando.

       É o que um Psicopata faria.

– Qual seu nome? - ele pergunta com a voz agora normal, sem ódio ou algo assim.

Fico sem entender essa sua atitude. Mas respondo-o

– Benna Wattson

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Um Pscicopata ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora