C.P 15

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† Pscicopata †

Seus cabelos escuros estão colados em seu rosto por conta do suor e do vômito, ela tenta dizer algo, mas não consigo entender claramente. A pego no colo e levo-a até a cama.

– A...a...goa... - ela continua tentando dizer algo.

Respiro fundo e passo as mãos em meu cabelo.

Agoa?

Ela volta a vomitar. Seu vômito é apenas um líquido branco, muito branco e quase seco.
Ela vomita algumas bolas brancas na cama e eu me distancio.

Começo a sentir meu sangue ferver e mordo o lábio inferior com força, me aproximo novamente e quando vou passar a mão em seu rosto, paro. Eu não sei se devo toca-la.

Levo minha mão lentamente até seu rosto e toco sua pele, ela está completamente gelada. Tiro alguns fios que estavam colados em seu rosto e olho em seus olhos.

– Ago...a. - ela diz novamente e fica com a boca entreaberta.

Agoa.. Água!

Saio do quarto às pressas e vou até a cozinha, pego uma jarra de água na geladeira e vou até o quarto novamente.

Ao chegar, vejo que ela está se debatendo, me aproximo rapidamente e levando-a num impulso, levo a jarra até sua boca e ela toma água com vontade e com dificuldade. A cama encharca a cama e ela também, mas no momento nem eu e muito menos ela estamos nos importando com isso.

Depois de uns cinco minutos tomando água, ela empurra a jarra lentamente e me olha nos olhos, seus olhos me fitam seriamente e posso ver tristeza, muita tristeza em seu olhar.

Coloco a jarra fazia no criado mudo e olho para ela novamente, sua boca ressecada está entreaberta e seu rosto continua pálido, muito pálido!

O cheiro de vômito é insuportável, então eu penso que ela terá de tomar mais um banho.

– A quanto tempo você não tomava água? - pergunto e me distancio um pouco dela.

Ela suspira longamente enquanto eu espero uma resposta pacientemente.

– Dois dias. - ela diz e sua voz sai mais como um sussurro.

Pisco rapidamente algumas vezes e desvio meu olhar. Eu não acredito que ela ficou dois dias sem tomar água. Eu estava levando a porra da água pra ela! Que caralho.

Respiro fundo, tentando ter paciência e não explodir.

– Porra, eu levava água pra você! Por que caralho você não tomou? - grito já sem um pingo de paciência. Ela estremece na cama e me olha com lágrimas nos olhos.

– Me responde seu rato! - grito novamente e avanço nela.

Ela se encolhe e estremece novamente, começa a chorar compulsivamente colocando o rosto no travesseiro. Seus soluços aparecem rapidamente e ecoam pelo quarto.

Respiro fundo e tento ter paciência, mas isso não acontece, então me levanto da cama e saio do quarto, batendo a porta com força.

† Benna †

Eu quero morrer.

Eu simplesmente quero morrer.

Meu corpo todo sujo de vômito me incomoda demais. Ele realmente acha que eu sou um rato, e isso me dói demais. Não que ele me atinja de alguma forma, e sim por que eu sei que isso é verdade. Eu sou um rato. Sujo, sozinho, solitária e vazio por dentro. Podre.

Um Pscicopata ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora