C.P 18

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† Benna †

Mal agradecido.

É isso que ele é.

Benna se sentou em sua cama, cruzou os braços e bufou. Ela não queria mais continuar assim. Não estava nem um pouco calma. Depois de tempos, ela sentiu raiva. Ela não gostava de sentir raiva. Mas era inevitável. Uma raiva que nem ela sabia exatamente o por que. Mas achava que era por que o Piscicopata não havia lhe agradecido. Tinha certeza que era por causa disso.

Ela terminou o curativo e ele fechou a cara. Virou as costas para ela e lhe falou.

– Limpe isso! - ordenou, com uma voz carregada de frieza.

Ela ficou estática. Seu sangue ferve, seus ombros se tornam tensos e ela continuou encarando as costas dele, que ao poucos se distanciava. Então, ela terminou de despedaçar os móveis que ele havia estrassalhado. Se é que dava para quebrar mais.

Olhou para a janela de "seu" quarto e bufou uma segunda vez. Ela sentiu vontade de sair. Ela queria muito sair. Mas não tinha saída. Então, ela se encaminhou até o banheiro e pegou os produtos de limpeza, a vassoura e o rodo. Ela estava entediada. E limpar era a única coisa que ela tinha para fazer. Além do mais, ele mandou que ela o fizesse. E ela não queria testa-lo. Ela percebeu que ele estava com raiva. Com muita raiva.

Após terminar de varrer, Benna ajuntou os cacos e os jogou em um saco preto, de lixo. Sua vontade era de cortar seus pulsos com aquele cacos e parar de respirar. Mas algo falava para ela não fazer isso, e pela primeira vez, ela ouviu.

Parou no vão da porta e se escorou. Examinou a sala e gostou do resultado.

Está um brinco. - Ela pensou.

Pegou os dois sacos de lixo e se perguntou onde poderia deixa-los. Não tinha saída. Então, ela os colocou perto da porta de entrada. Se virou, e se encaminhou para o banheiro.

Apesar de todo seu cuidado para não se machucar com os cacos, ela se machucou.
Três cacos penetraram seu pé direito, ela fez uma careta no momento em que isso aconteceu, mas não se importou. Afinal, não doeu tanto. Na hora...

Tirou seu trapo e entrou embaixo do chuveiro. Estava louca para tomar um banho quente. Os pés arderam, mas ela novamente não se importou. Ela não sabia que haviam três cacos dentro de seu pé.

Piscicopata

Após terminar de arrumar tudo na pequena sala. Ele saiu de casa novamente e se encaminhou para o mesmo local, onde o grupo de jovens estavam. Seu sangue fervia e a voz em sua mente gritava:

MATE-OS! MATE TODOS!

Arremessou novamente uma pedra, na mesma direção anterior. Porém, mais longe. E sorriu cabulosamente quando uma das garotas estremeceu. Ela estava com medo. Com muito medo. E isso aumentava o ego do Piscicopata.

– Gente, vamos embora. - ela se levantou limpando seu sobretudo. – Esse lugar é mal assombrado! - se exaltou, irritada com seu próprio medo. Os outros três a olharam sem entender. Ela foi a única que ouviu o barulho.

– Por que? Está divertido aqui. Vamos ficar. - o garoto ao seu lado disse. Ele não estava com nenhum pouco de medo.

– Diana, você está louca! Está com medo só por que estamos em uma floresta isolada. Deixa de ser medrosa! - a outra garota disse, sem paciência.

– Eu ouvi um barulho! - Diana disse, batendo os pés para cima e para baixo. Cruzou os braços e bufou alto.

– Não é nada! Já falei que é um bicho do mato! - o garoto ao seu lado disse novamente. Ele já estava perdendo a paciência.

Um Pscicopata ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora