C.P 17

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Resolvi mudar o jeito como a história é escrita.
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†Piscicopata†

Após trancar sua pequena casa com sete chaves diferentes, ele segue caminho pela floresta, em direção ao lago. Conforme ia andando, chutava as folhas secas da primavera que caíram na terra seca da floresta. O canto dos pássaros o irritavam.

Ao chegar no lago, examinou o lugar com seus olhos negros e viu que precisava chover. Á tempo não chovia. As árvores estavam secas e sem folha. Sentou-se na beira e soltou o ar. Na beira do abismo.
De imediato percebeu o que o cheiro forte havia diminuído.

O som suave irritou seus ouvidos antes que ele tivesse tempo de pegar um maço de cigarros do bolso e fumar, para relaxar e pensar. Forçou-se a se levantar e concentrou-se apenas no som. E ao ouvi-lo claramente, a irá que não sentia a algum tempo, se alastrou por seu corpo, fazendo-o fechar o punho com força.

Encaminhou-se vagarosamente até a melodia que estourava seus tímpanos.

Gargalhadas eram ouvidas conforme ia se aproximando. Se encostou em uma árvore grossa e velha. O grande besouro preto caminhando em sua mão - que 'segurava' a árvore, não o incomodou. Avistou um grupo de jovens sentados em círculo.

Sua irá aumentava cada vez mais, se é que era possível. Um garoto magro tocava violão sorrindo, os outros gargalhavam. E isso o deixou ainda mais irritado.

Ele leva suas mãos até o ouvido - derrubando o grande besouro entre as folhas do chão. Em seu pensamento ele gritava.

Maldição! Malditos! Miseráveis!

Ele pega uma pedra e a arremessa para longe. O motivo disso? Ele quer deixar o grupo que envadiu sua floresta, amedrontados. E conseguiu, mas apenas uma garota ficou tensa.

– O que foi isso? - a garota pergunta para os outros com os olhos arregalados e os ombros tensos.

Todos olham ao redor, mas não encontram nada além de mato.

– Deve ser apenas um bicho do mato, insignificante. - o garoto ao seu lado fala, sem se importar.

– Deve? - ela pergunta, seu medo aumenta e seu receio pela resposta é assustador.

– É. - o garoto afirma e os ombros da garota relaxam.

– Relaxa. Não é nada demais. - uma outra garota se pronuncia, a confortando. Ela sorri. O garoto magro volta a tocar violão e o grupo volta a conversar e sorrir.

O Piscicopata sentiu seu sangue ferver e arremessou outra pedra, na mesma direção. E sem ver a atitude do grupo de jovens, ele se virou e caminhou até sua casa rapidamente.

Ao chegar, ele destrói vários móveis. Ele estava se sentindo derrotado. Odiava quando alguém ia para sua floresta. E sempre que isso acontecia, ele nunca deixava que a pessoa voltasse para casa. Ele estava se sentindo contrariado. Ele não suportava se sentir contrariado. Se sentir assim aumentava seu ódio ainda mais.

Seu sangue fervia e sua irá era irreconhecível até por si mesmo. Acertou a televisão e a tela se quebrou com a força, cortando sua mão e jorrando cacos por todo lado. E mesmo com a luva em sua mão, ele viu de relance o sangue aumentando e pingando. Mas ele não se importou com isso.

A garota que ele está prendendo em sua casa apareceu no vão da porta da sala. Ela se assustou com a cena, mas não demonstrou isso. Ela se aproximou vagarosamente e com receio.

Ao perceber sua presença, ele a olhou e não conseguiu desviar o olhar. Seus olhos se prenderam nos dela e isso o deixou curioso. Ele não sabia qual efeito ela tinha sobre ele. Ele parou o que estava fazendo e com a respiração ofegante e pesada, ele falou com uma voz rouca.

– Saia daqui!

Ela continuou o encarando e não moveu se quer um músculo. Ela se aproximou lentamente e só desviou seu olhar do dele quando pegou em sua mão, que pingava.

– Você está ferido... - ela fala baixo, analisando a luva preta que cobria sua visão do corte na mão dele. Ela tentou tirar sua luva, mas ele recuou, recusando seu toque.

– Saia. - ele falou novamente, com a respiração cada vez mais pesada.

– Me deixe te ajudar. - ela pediu o encarando novamente, e dessa vez ele conseguiu desviar o olhar.

– Eu não quero a sua ajuda. - ele falou ríspido e encarou a garota novamente, percebendo as olheiras que se destacavam em seu rosto bonito.

Ela tentou novamente pegar em sua mão, mas ele recuou.

– Eu quero te ajudar. - ela falou com a voz alterada. Ela ficou indignada com o tamanho do orgulho dele.

– Eu não quero a sua ajuda. - ele repetiu, se distanciando. – Saia daqui, agora!

Ela o encarou com os olhos sem brilhos, e então, foi até a cozinha e pegou o quit de primeiro socorros. Ao adentrar na sala, o viu sentado no sofá, com a cabeça baixa e as mãos na nuca. Ele não estava se importando se sua nuca estava sendo molhada por seu sangue.

Ela se aproximou e sentou-se ao seu lado. Ele a olhou e se irritou por ela não ter obedecido-o. Mas não falou nada. Ele não queria conversar.

– Me machuquei cortando pimentões e deixei você me ajudar. Agora me deixe retribuir. - ela falou e tirou álcool do quit. Despejou em um algodão e deixou de lado.

Ele iria responder, mas não teve como fazer isso pois ela não esperou por resposta e já pegou a mão dele e tentou mais uma vez tirar sua luva. No fundo, ela queria muito ver como eram as mãos dele. Ela nunca havia visto nem a cor de sua pele, as luvas tampavam suas mãos por completo. A máscara tampava seu rosto por completo, deixava apenas a boca e os olhos amostra.

Ela lançou a ele um olhar carinhoso. E por um pequeno momento, ele sentiu seu coração bater de verdade. Por um pequeníssimo momento.

Ela tirou a luva de sua mão lentamente, e se assustou com o tamanho do corte. Pegou rapidamente o algodão e passou envolta do corte. Depois fez o mesmo processo com outro algodão, mas esse, ela passou encima do corte.

Ele não sentiu dor, apenas uma ardência. Que não o incomodou. E ela se perguntou se ele era morto, pois em nenhum momento ele teve alguma expressão ou até mesmo puxou a mão.

Após terminar o curativo, ela sorriu para ele, que não retribuiu. Era difícil ele sorrir. Ele nunca sorria. 

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Uma pergunta:
(Vocês estão interessados em saber
como eles são?)
C.P curto, mas o
próximo será maior.
Espero que tenham
gostado da nova maneira
que a história está sendo escrita.

Beijos trevosos 💀

Um Pscicopata ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora