Capítulo 11

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Chegamos em frente a casa do Marcelo Rocha(dono da empresa) e fiquei paralisada porque era a casa da Mel.

- É a casa da Mel, Nati

- Sim, a Mel é filha do dono sua bobinha. Não sabia?

- Nunca me toquei...

Entramos e todos estavam bem arrumados. Olhei e longe e vi a Mel e o Matheus impecável no terno. Mas logo virou a cara quando viu o Bruno. O próprio Macelo veio nos cumprimentar e abraçou o Bruno

- Essa aqui é a Amália

- Sim, a garota do hospital- me olhou de cima a baixo- você está ótima

- Obrigada - Sorri e ele ficou cinversando com o Bruno e eu fui saindo de fininho que ninguém percebeu e fui pra perto da Mel, Nati e Thaís, Matheus tava isolado e os meninos não estavam lá.

- Tá gata demais ein sua piranha - Mel falou me abraçando e eu ri

- Obrigada, você também

- Não vejo a hora de chegar logo o final de semana pra encher a cara - Thaís disse com uma taça de champanhe, o garçom passou e eu também peguei uma.

- Não acredito - Mel disse olhando para entrada, tinha uma loira de vestido prateado e muito linda entrando. Assim que ela viu a Mel ela sorriu e as duas se abraçaram- Caralhoooo, como tu aparece aqui no nada..

- Ah, recebi o convite com antecedência e resolvi vir - Ela disse

- Meninas, essa é minha prima Tina

- Valentina, mas podem me chamar de Tina - Cumprimentei ela com um abraço, assim como todas

- Veio pra ficar? - Mel perguntou

- Sim, vou começar minha faculdade aqui e pretendo não voltar pra florida

- Vou mandar arrumarem seu quarto agora mesmo...- Mel disse empolgada

- Não precisa, eu não vou ficar aqui, já aluguei um apê pra mim. - O sorriso de Mel se desfez- Não consigo ficar aqui sem a tia, mas não vamos ficar afastadas.

- Claro que não, vai pra Angra com a gente - Nathi chegou com uma garrafa de champanhe e elas se abraçaram

- Tô dentro. Cadê o Mat? - Ela disse e a Mel apontou e ela foi lá.

Percebi que a Mel tinha ficado um pouco triste e resolvi olhar um pouco aquela casa, era moderna mas ao mesmo tempo exótica, fui andando e observando e parei num corredor gigante e bem iluminado com quadros na parede.

Parei pra observar um com uma mulher sorrindo e dançando, provavelmente a foto teria sido tirada ali mesmo na casa.

- Linda né? - Matheus surgiu do meu lado

- Sim - disse seca

- Era minha mãe - O olhei e ele olhava fixamente pro quadro - Ela era sempre assim, alegre e feliz. Se ela tivesse aqui todos estariam dançando e sorrindo junto com ela.

- O que aconteceu com ela?

-Ela sofreu un acidente, ficou muito debilitada e se foi

- Sinto muito... - Ele riu

- É o que todos dizem, mas o que poucoa entendem.

- Eu entendo

- Ninguém entende o que é perder os pais...Estou prestes a mandar todos se foderem aqui e subir pro quarto

- Você não perdeu seus pais, o seu pai está aí, pelo você tem ele - E eu, que não tenho ninguém

- Perdi ele também, agora ele é outra pessoa, preferia que fosse ele no lugar dela, cada vez que olho pra cara dele desejo isso. - Me assustei com a frieza dele

Virei toda taça de champanhe e apoiei lá

- Também perdi meus pais - Ele me olhou

- O que?

- Você acha que eu não entendo, mas eu entendo, eu perdi meus pais, meus irmãos, sou a única sobrevivente da minha família- Ele ficou sério me olhando - E também foi um acidente, me pergunto todos os dias se isso é algum tipo de pesadelo, porque eu dormi com toda minha família e acordei sem ela

- Nossa...e-eu..sinto muito

- Todos sentem. Acho que você deve lembrar do desabamento que teve por conta das chuvas a alguns meses

- Sim, meu pai fez doação...- ele pausou- ah não porra

- Sim, eu vim dali - Ele ficou de boca aberta - Quando seu pai foi fazer doação conheci a Nádia e ela me deu uma chance de recomeçar, já que eu não tinha ninguém

- Caralho, agora tudo faz sentindo

- É - sorri sem graça

- Eu sinto muito de verdade Amália, eu não sabia de nada disso

- Não precisa ficar com pena, eu já estou bem, vida que segue, vou dar muito orgulho a eles ainda - Sorri

- Com certeza vai

- Você também vai

- Acho bem difícil - Ele sorriu e se aproximou de mim - Desculpa por aquele dia na faculdade

- Relaxa

- Você está mesmo com o Bruno ?

- Não, mas eu deixei ele tentar me conquistar - Ele fechou a cara

- Gosta dele? - Perguntou olhando fixamente nos meus olhos e eu me afastei, se não eu mesmo iria beijá-lo ali

- Não...mas isso pode mudar

- Tá bom. Vou beber alguma coisa - Ele falou e eu assenti, então ele se retirou..

Matheus

Amália cada vez me surpreendia mais e tomava conta da minha cabeça, que mulher é essa, linda, gostosa, e ainda por cima forte pra caralho. Eu queria ela, só de ficar perto dela me dava vontade de beijar aquela boca, e tocar naquele corpo, mas como sempre tem o idiota do Bruno pra atrapalhar a minha vida.

Peguei minha bebida e fiquei encostado bebendo e observando as coisas. Desde que o Bruno chegou ele estava do lado do meu pai e sendo apresentado aos seus amigos, sempre foi assim. Ele sempre arruma tempo pra almoçar com o Bruno, porque ele é responsável, não vive em festas, e eu pra ele simplesmente não existo.

Agora eu estava perdendo mais uma coisa pra ele, a única mina que realmente despertou meu interesse, e pensando bem é melhor assim, ela é uma menina pura, eu sou um lobo cheio de pesos nas costas.

AMÁLIAOnde histórias criam vida. Descubra agora