Capítulo 78

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Amália

Ouvi alguém batendo na porta, esperei para que fosse embora mas o mal educado abriu, era o Matheus.

- Nêna? - Ele me olhou com o olhar de pena, revirei os olhos e ele foi até a cama

- Estou ótima- Falei

- Sei que não...

- Essa mulher é uma cobra, eu devia ter arracando aquele cabelo dela com as minhas mãos- Falei em relação a tia dele e ele riu

- Ela é o caralho mesmo, Deus me livre - Ele colocoh a mão na minha perna e beijou minha testa- Não liga pro que ela disse lá na sala

- Tinha pessoas ali que não sabiam de nada e agora? o que vão pensar de mim?

- Ninguém vai questionar nada, eu que sou eu não estou questionando

Respirei fundo

- É sério, nêna, vamos viver o agora, deixa esse passado pra trás- Ele disse

- Sim...- Falei ainda com minha voz falha- Meu Deus, onde eu e o Arthur vamos morar agora?

- Estão resolvendo isso lá em baixo, um amigo do Bruno é corretor - Ele falou e eu assenti

- Mas agora vamos voltar pra sp, resolver essas paradas lá

- É melhor mesmo - Falei

- Tina está bem, mas está com medo de fazer esforços, pediu pra você arrumar as coisas dela - Assenti

- Vou agora - Levantei e dei um selinho nele, saí de lá e fui pro quarto da Tina e do Arthur, eles ainda não estavam lá

Arrumei as presentes do chá, arrumei as roupas dela na mala dela, depoos comecei a dobrar as do Arthur e ele entrou no quarto e ficou com uma cara espantada quando me viu

- Que cara é essa? sei que está preocupado, mas vamos dar um jei...- Ele me interrompeu

- Aquilo foi verdade? - Ele pergunto - Quer dizer, eu já sei que foi, quero ouvir de você, deitou com o pai do Matheus? - Ele perguntou com uma cara nada boa

- Arthur, eu pos...

- FALA!

- Sim...- Falei, ouvi um estalo e em seguida senti minha bochecha arder. Arthur tinha batido em mim? É isso?

- Você me bateu, Arthur? você nunca me bateu...- Falei com a mão na bocheca e os olhos cheios de lágrimas

- Papai teria desgosto de ter uma filha prostituta - Ele falou e me empurrou na parede, em seguida se aproximou de mim

- Para com isso, por favor - Pedi

- É por isso que eu cheguei aqui e você estava no meio dos riquinhos, impossível uma menina vinda da beira do rio chegar a esse nível - Comecei a chorar desesperadamente com aquelas palavras

- Me diz, quem mais te pagou? Nando? Thiago? - Ele perguntou- Ou você só prefere os velhos empresários?

- O pai do Matheus me pressionou..

-Te pressionou e te pagou de volta? Se eu fosse o Matheus teria nojo de namorar com você

- PARA DE FALAR ESSAS COISAS, VOCÊ É MEU IRMÃO - Empurrei ele pra longe

- Não sou irmão de prostituta

- Eu não sou prostituta, seu imbecil - Cuspi as palavras na cara dele

- Já chega! - Ele falou - Eu não consigo nem respirar o mesmo ar que você Amália- Ele falou e saiu mas ei puxei ele de volta - Me solta! - Ele me empurrou

- Você vai me ouvir! - Falei e ele ficou como me olhando

- Eu fiz isso por você, pra você não ficar sem emprego, para os pais da Tina não forçarem um aborto, para o Matheus conseguir o cargo de diretor geral, você não iria ficar longe da Tina.

- Tudo que você falou está acontecendo- Ele disse

- Mas é a verdade, eu não recebi um real por isso, porque eu não estava por dinheiro, estava por vocês.

- Não sei se consigo acreditar, Amália, não sei mais quem você é - ele balançou a cabeça negativamente

- Quando decidir acreditar, eu estarei aqui e espero que junto venha um pedido de desculpas. Papai poderia ficar triste comigo, sim, mas ele ensinou a nunca bater em uma mulher

Falei e ele só saiu do quarto sem falar nada. Continuei arrumando e depois fui pro meu. Arrumei minhas coisas e o Matheus veio me abraçar por trás

- Estou ocupada - Falei firme e ele me soltou e ficou deitado na cama me olhando.

Terminei tudo e descemos.

- Vamos? - Falei

Demorou um pouco pra todo mundo se organizar, mas conseguimos voltar em paz, dormi metade do caminho e o Arthur nem olhou pra minha cara.

.

Matheus estacionou no nosso prédio, tiramos todas as malas e ficamos esperando o elevador

- Senhora Valentina? - Os síndico do prédio apareceu- Que bom que encontrei a senhora a tempo

- Oi Rodolfo - Tina disse um pouco cansada

- É que eu queria entregar isso a senhora, é uma ordem de despejo até amanhã, acho que ouve algum problema da financeira, não sei bem - Tina pegou os papéis com as mãos trêmulas- Sinto muito...

- Tudo bem...Tudo bem..Obrigada- Ela falou e ele se retirou.

- Aí Tina, eu sei que tô lá no Nando, mas meu pai tá viajando, tu sabe né? Mel liberou a casa pra vocês, aquela casa é enorme - Matheus falou

- Eu vou procurar uma, amanhã mesmo amor - Arthur pegou no rosto dela e ela assentiu

- O problema é como vamos nos manter - Ela falou

- Vamos dividir as despesas, vai dar certo. - Falei

- E qualquer coisa podem ne pedie - Matheus disse e o elevador chegou.

Assim que chegamos no nosso andar também tinha uma ordem de despejo colada na porta. Arthur abriu a porta para entrarmos

- Caraca - Arthir disse e assim que Tina entrou começou a chorar

Estava tudo revirado, TUDO! Até a TV estava quebrada no chão. Isso não são uns pais, são monstros.

Acompanhei Tina para o quarto e o dela também estava revirado, mas não tanto quanto o meu.

Matheus segurava minha mão todo instante.

- Nossa mano...- Tina me abraçou e caiu no choro

Eu estava bem triste pela nossa casa. Mas sabe quando você tem uma dor bem maior e sabe que vai aguentar aquilo? Eu estava positiva e convicta que iríamos passar por isso, mas a Tina estava péssima então eu teria que apoiar.

Matheus e Arthur ficaram arrumando tudo que ainda tinha como salvar, e eu a Tina cuidamos das coisas pessoais.

Para esse tipo de coisa o Matheus era um anjo, ele super ajudava e procurava uma solução, queria todos os meus amigos fossem assim.

AMÁLIAOnde histórias criam vida. Descubra agora