Amália
Ouvi alguém batendo na porta, esperei para que fosse embora mas o mal educado abriu, era o Matheus.
- Nêna? - Ele me olhou com o olhar de pena, revirei os olhos e ele foi até a cama
- Estou ótima- Falei
- Sei que não...
- Essa mulher é uma cobra, eu devia ter arracando aquele cabelo dela com as minhas mãos- Falei em relação a tia dele e ele riu
- Ela é o caralho mesmo, Deus me livre - Ele colocoh a mão na minha perna e beijou minha testa- Não liga pro que ela disse lá na sala
- Tinha pessoas ali que não sabiam de nada e agora? o que vão pensar de mim?
- Ninguém vai questionar nada, eu que sou eu não estou questionando
Respirei fundo
- É sério, nêna, vamos viver o agora, deixa esse passado pra trás- Ele disse
- Sim...- Falei ainda com minha voz falha- Meu Deus, onde eu e o Arthur vamos morar agora?
- Estão resolvendo isso lá em baixo, um amigo do Bruno é corretor - Ele falou e eu assenti
- Mas agora vamos voltar pra sp, resolver essas paradas lá
- É melhor mesmo - Falei
- Tina está bem, mas está com medo de fazer esforços, pediu pra você arrumar as coisas dela - Assenti
- Vou agora - Levantei e dei um selinho nele, saí de lá e fui pro quarto da Tina e do Arthur, eles ainda não estavam lá
Arrumei as presentes do chá, arrumei as roupas dela na mala dela, depoos comecei a dobrar as do Arthur e ele entrou no quarto e ficou com uma cara espantada quando me viu
- Que cara é essa? sei que está preocupado, mas vamos dar um jei...- Ele me interrompeu
- Aquilo foi verdade? - Ele pergunto - Quer dizer, eu já sei que foi, quero ouvir de você, deitou com o pai do Matheus? - Ele perguntou com uma cara nada boa
- Arthur, eu pos...
- FALA!
- Sim...- Falei, ouvi um estalo e em seguida senti minha bochecha arder. Arthur tinha batido em mim? É isso?
- Você me bateu, Arthur? você nunca me bateu...- Falei com a mão na bocheca e os olhos cheios de lágrimas
- Papai teria desgosto de ter uma filha prostituta - Ele falou e me empurrou na parede, em seguida se aproximou de mim
- Para com isso, por favor - Pedi
- É por isso que eu cheguei aqui e você estava no meio dos riquinhos, impossível uma menina vinda da beira do rio chegar a esse nível - Comecei a chorar desesperadamente com aquelas palavras
- Me diz, quem mais te pagou? Nando? Thiago? - Ele perguntou- Ou você só prefere os velhos empresários?
- O pai do Matheus me pressionou..
-Te pressionou e te pagou de volta? Se eu fosse o Matheus teria nojo de namorar com você
- PARA DE FALAR ESSAS COISAS, VOCÊ É MEU IRMÃO - Empurrei ele pra longe
- Não sou irmão de prostituta
- Eu não sou prostituta, seu imbecil - Cuspi as palavras na cara dele
- Já chega! - Ele falou - Eu não consigo nem respirar o mesmo ar que você Amália- Ele falou e saiu mas ei puxei ele de volta - Me solta! - Ele me empurrou
- Você vai me ouvir! - Falei e ele ficou como me olhando
- Eu fiz isso por você, pra você não ficar sem emprego, para os pais da Tina não forçarem um aborto, para o Matheus conseguir o cargo de diretor geral, você não iria ficar longe da Tina.
- Tudo que você falou está acontecendo- Ele disse
- Mas é a verdade, eu não recebi um real por isso, porque eu não estava por dinheiro, estava por vocês.
- Não sei se consigo acreditar, Amália, não sei mais quem você é - ele balançou a cabeça negativamente
- Quando decidir acreditar, eu estarei aqui e espero que junto venha um pedido de desculpas. Papai poderia ficar triste comigo, sim, mas ele ensinou a nunca bater em uma mulher
Falei e ele só saiu do quarto sem falar nada. Continuei arrumando e depois fui pro meu. Arrumei minhas coisas e o Matheus veio me abraçar por trás
- Estou ocupada - Falei firme e ele me soltou e ficou deitado na cama me olhando.
Terminei tudo e descemos.
- Vamos? - Falei
Demorou um pouco pra todo mundo se organizar, mas conseguimos voltar em paz, dormi metade do caminho e o Arthur nem olhou pra minha cara.
.
Matheus estacionou no nosso prédio, tiramos todas as malas e ficamos esperando o elevador
- Senhora Valentina? - Os síndico do prédio apareceu- Que bom que encontrei a senhora a tempo
- Oi Rodolfo - Tina disse um pouco cansada
- É que eu queria entregar isso a senhora, é uma ordem de despejo até amanhã, acho que ouve algum problema da financeira, não sei bem - Tina pegou os papéis com as mãos trêmulas- Sinto muito...
- Tudo bem...Tudo bem..Obrigada- Ela falou e ele se retirou.
- Aí Tina, eu sei que tô lá no Nando, mas meu pai tá viajando, tu sabe né? Mel liberou a casa pra vocês, aquela casa é enorme - Matheus falou
- Eu vou procurar uma, amanhã mesmo amor - Arthur pegou no rosto dela e ela assentiu
- O problema é como vamos nos manter - Ela falou
- Vamos dividir as despesas, vai dar certo. - Falei
- E qualquer coisa podem ne pedie - Matheus disse e o elevador chegou.
Assim que chegamos no nosso andar também tinha uma ordem de despejo colada na porta. Arthur abriu a porta para entrarmos
- Caraca - Arthir disse e assim que Tina entrou começou a chorar
Estava tudo revirado, TUDO! Até a TV estava quebrada no chão. Isso não são uns pais, são monstros.
Acompanhei Tina para o quarto e o dela também estava revirado, mas não tanto quanto o meu.
Matheus segurava minha mão todo instante.
- Nossa mano...- Tina me abraçou e caiu no choro
Eu estava bem triste pela nossa casa. Mas sabe quando você tem uma dor bem maior e sabe que vai aguentar aquilo? Eu estava positiva e convicta que iríamos passar por isso, mas a Tina estava péssima então eu teria que apoiar.
Matheus e Arthur ficaram arrumando tudo que ainda tinha como salvar, e eu a Tina cuidamos das coisas pessoais.
Para esse tipo de coisa o Matheus era um anjo, ele super ajudava e procurava uma solução, queria todos os meus amigos fossem assim.
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AMÁLIA
Teen FictionApós um desabamento causado pela chuva em uma área bastante perigosa e restrita da cidade, Amália, perde toda sua família e passa a viver como uma refugiada. Até que sua beleza angelical, sua pureza e doçura laça o coração do filho de um importante...