Capítulo 12

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Todos na base pareciam convergir para a sala de transporte. Mayas, combatentes Shey e insetos corriam para o mesmo lugar, mas seus objetivos, diferentemente, não eram convergentes: uns queriam salvar enquanto outros queriam destruir.

Enquanto Mayas desapareciam de um canto para reaparecer em outro, portando grandes tubos com fetos que mal conseguiriam carregar se não fosse o campo magnético trator que utilizaram para auxiliar nesse transporte, o qual parecia emanar de suas próprias vestes. 
Enquanto isso, os combatentes Shey interceptavam os insetos a fim de dar aos fetos e aos demais humanos uma chance de sobreviver.

Simultaneamente, os corpos dos humanos dentro de câmaras eram transportados de suas localizações para a grande sala de transporte através da mesma tecnologia que os Maya usavam para se mover os tubos.

Vatinalith, a rainha guerreira Maya, é quem fazia o transporte das câmaras com humanos, enquanto recebia a cobertura de Kara, que destruía quaisquer insetos que ousassem se aproximar.

Ela  colocava suas mãos sobre cada um dos tubos, mesclando sua energia com a deles, tele transportando a si mesma e as câmaras ao mesmo tempo. Em uma fração de segundo ela desaparecia de onde estava e reaparecia com a câmara na sala de teletransporte.

Tão logo ela se materializava, algum combatente lhe dava cobertura para que ela pudesse deixar a câmara e desmaterializar novamente para buscar mais outra.

Monikin estava em uma interseção de corredores, retardando a aproximação de insetos que perseguiam os Maya, e da mesma forma outros combatentes faziam o mesmo.

O insetos eram muitos e cada vez aproximavam-se mais do local destinado a ser o canal de fuga e salvamento para os Shey e os humanos.

O combate corpo a corpo, única forma permitida pelos acordos da federação, eram intensos em toda a parte. Esferas de desintegração que convertiam matéria em energia eram acionadas o tempo todo, felizmente, contra os insetos apenas, que diferentemente dos Shey, não agiam como uma unidade harmônica.

Eu assistia a tudo, como vários filmes que passavam simultaneamente, e em uma fração de segundo, em minha consciência. 

Chegara a hora.

Eu estava livre da proteção que me impedia de desmaterializar, uma forma de proteger Brigitilene e de controlar Ewha.   Agora eu podia sentir meu corpo se converter em energia. Eu não precisava de tecnologia alguma para descer à base e fazer o que tinha que ser feito.

Meus cabelos e unhas pareciam ter vida própria e eram como radares sentindo as diferentes vibrações e frequências no ar. Eu estava mais poderosa do que nunca. Mas Ishtar, diferentemente de Ewha, não se sentia mais poderosa por isso. Ishtar se sentia responsável pelo privilégio de servir aos demais com o que ela havia recebido do Universo do qual fazia parte.

— Cumpa’rt th’ai. (Tripulante à base).

Minha voz saiu de minha garganta em um tom firme e doce, transmitida em som e em telepatia.

— Tahnarut azir pah. (Preparar recepção de carga).

Masnik sabia que não havia tempo a perder. Seu objetivo agora era o de recuperar o máximo de carga que pudesse antes de comandar que toda a frota retrocedesse.

— Assuj, Ishtar. (Ao seu comando, Ishtar).

Agora ele se dirigia a mim nitidamente passando-me o comando da missão.

Eu não precisava olhar para o híbrido para saber que ele estava, assim como os outros, eufórico, mas também preocupado comigo enquanto Brigitilene. Além disso, havia o sentimento dolorido de quem não estava preparado para perder Hashimea, seu amor antigo que agora eu podia reconhecer nele, e que ainda habitava em minhas células.

Nova Ordem (Livro #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora