Capítulo 22

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Oi?

Por essa eu não esperava. A imagem tosca que brotou em minha mente logo após a afirmação do Bruno me fez travar em cima do salto alto, parando imediatamente.

O Bruno parou também e se virou, colocando-se na minha frente, olhando diretamente para o meu rosto. Sua gargalhada encheu todo o largo corredor no qual estávamos e ele levou um bom tempo rindo até que conseguiu recuperar o fôlego para tentar dizer algo. Assim que olhava para mim, começava a rir novamente. Eu nunca tinha visto o Bruno tendo uma crise de riso antes e, confesso, só não ri também porque a imagem formada na minha mente, dele tendo um caso amoroso com própria mãe, era grotesca demais.

— A sua cara está impagável!

Ele estava rindo compulsivamente às minhas custas. Mas o que havia de tão engraçado em algo tão assombroso?

— Eu não quero falar com você. Não sei quanto ao lugar de onde você veio, mas isso é inaceitável aqui! Pare de rir!

O Bruno fez um nítido esforço para desfazer a cara de riso, permanecendo com uma expressão séria que destoava totalmente do vermelho no rosto e das lágrimas que escorriam de seus olhos.

— Hashimea foi parte de toda a minha vida em Drasskun. Enquanto eu era preparado na Escola de Dragões ela era mimada pelo pai, um dragão comandante de armada, e pela mãe, uma instrutora de cura. Nos víamos pouco e, na maioria das vezes, à distância quando ela ia assistir aos treinamentos de combate.  Eu só fui entender mais tarde que, nesses dias, eu já me ligava a ela.

— Você se apaixonou, quer dizer?

— Paixão não faz parte do sentimento drasskuniano. Ou se está em alguém ou não se está. Sua energia se liga ao outro ser de maneira definitiva. Nesse aspecto podemos nos considerar monogâmicos.

Eu podia sentir emanar do Bruno o sentimento poderoso do que ele sentia por Hashimea e que ainda vibrava nele. Isso me incomodou um pouco.

— O que aconteceu com vocês?

— Nos separamos um do outro na migração para cá. Eu vim na frente junto de outros dragões e lagartos da armada preparar a chegada dos demais. Quando ela chegou junto com restante dos migrantes, eu já estava morto.

Que forma trágica de se separar do amor da sua vida. Não pude evitar sentir uma pontada no coração.

— Por que você disse que ela foi sua mãe?

A expressão do Bruno era uma expressão de quem parecia estar perdido dentro de si mesmo, com fisionomia estática, como se tentasse se blindar da onda de sentimento que certamente viria. Eu não poderia imaginar que répteis seriam capazes de se importar assim com outro ser que não eles mesmos.

— Ela não lidou muito bem com minha morte e acabou optando por iniciar o projeto de hibridização na Terra... para me trazer de volta. Assim que fui reconduzido para o pequeno corpo híbrido recém-nascido, ela se responsabilizou por acompanhar o despertar de minha consciência, me educando e me ensinando a ser o que eu era aos olhos dela. Eu a amava como uma criança ama sua mãe, até que me lembrei de Drasskun e de quem ela era. Eu tinha cerca de oito anos de idade.

— Vocês puderam ficar juntos, então?

Imaginei uma criança tendo um relacionamento amoroso com uma adulta e, confesso, foi difícil achar bonito um reencontro amoroso nessas circunstâncias.

— Quando eu despertei, era ela quem agonizava. Foram trezentos e vinte e sete anos entre a chegada dela e meu despertar. Mesmo para um réptil isso é bastante tempo. Ela estava idosa e cansada por tantos anos de dedicação ao trabalho. Quase não consegui chegar a tempo para me despedir dela.

Vi quando lágrimas de saudade começaram a se formar nos olhos do Bruno, mesclando-se às lágrimas do riso. Foi impossível não sentir empatia por ele e entender o motivo dele buscar sua amada, mesmo que na mera proximidade dos genes os quais eu carregava. Eu era parte da história deles dois por ser resultado do trabalho de Hashimea e por ser o objeto de honra, uma homenagem, ao seu trabalho. Não corresponder àquilo que os répteis pregam de mim seria como desonrar a memória de uns de seus ícones.

— Eu sinto muito, Bruno.

Assim que ouviu minhas palavras, seu olhar mudou e ele me encarou como se tivesse despertado de um sonho e mergulhado com força numa realidade ainda mais dura que a perda de sua amada.

— Não sinta. Hashimea foi fiel às suas causas, honrando seu dragão e sua ideologia. Tenha em mente o uso dado ao seu trabalho e o que isso significa para a Terra. Siga-me. Temos uma matrícula para fazer.

O olhar do dragão substituíra o olhar de saudade, escondendo a ferida e partindo para ocupar-se com sua missão, certamente um excelente anestésico para o que sentia.

— Claro! Foco na missão.

Sorri como quem tenta dar um abraço e mudar de página. Era nítido que a missão do Bruno era, de certa forma, honrar Hashimea, aquela que não concordava com a dominação, mas que acabou fazendo parte dela por amor ao seu dragão. Tudo parece híbrido nisso tudo.  Ainda me lembro das memórias de Hashimea que visitei em minhas células, onde ela argumentava com o dragão Masnik sobre sua discordância em dominar a Terra e sobre não querer migrar, escolhendo o destino de morrer com Drasskun.  Mas ainda havia algo que parecia não se encaixar.

— Bruno, onde está Hashimea?

Perguntei entre os passos, agora apressados, que dávamos em direção a não sei onde. Talvez ela estivesse aguardando recondução ou, assim como Bruno, estivesse caminhando por ai sobre a Terra em algum lugar.

— Não sei.

Oi?

— Não entendo. Você está aqui, não está?

— Sim, estou. Mas ela escolheu não ser reconduzida e seu kamnia buscou seu caminho em algum lugar que os répteis desconhecem. Existem teorias, mas nunca dedicamos tempo em pesquisá-las. Não há propósito nisso.

Claro. Para quê saber para onde vai a consciência de quem parte? Para que serve tal informação quando o que se quer é dominar uma raça?

Após um lance de escadas, nos deparamos com uma porta larga de vidro através do qual podíamos ver um balcão e instalações mais modernas do que anunciava a fachada do prédio.

Assim que nos aproximamos do balcão, uma mulher que parecia estar chegando aos seus quarenta anos se aproximou. Ela era loura de grandes olhos azuis e se vestia elegantemente.

—  Good morning. How can I help you? (Bom dia. Como posso ajudá-los?)

A mulher dirigia seu olhar tanto para mim, quanto ao Bruno, enquanto aguardava que disséssemos alguma coisa. Eu certamente não seria a pessoa a responder essa pergunta.

— Good morning, mam. My name is Bruno Bittencourt de Saraiva and this is Brigitilene Santos. We are here for signing to International Law extension course. Here are the filled forms and our application forms whose were previously filled in Brazil. (Bom dia, madame. Meu nome é Bruno Bittencourt de Saraiva e essa é Brigitilene Santos. Nós estamos aqui para matricularmo-nos no curso de extensão de direito internacional. Aqui estão os formulários e documentos da inscrição que fizemos no Brasil.)

— Of course. Can I handle them, please? (Claro. Posso cuidar deles, por favor?)

Havia doçura em seu sorriso enquanto falava melodicamente.

— Sure. Here you have them. Thank you. (Certamente. Aqui estão. Obrigado.)

— Please, have a sit mister Saraiva and miss Santos. I’ll be calling you back in few minutes. (Por favor, sentem-se senhor Saraiva e senhorita Santos. Os chamarei em alguns minutos.)

— Thank you. (Obrigado.)

Apesar de não entender o idioma, pude compreender facilmente o significado da conversa. A habilidade de sentir a intenção de outros e de entender o significado de pensamentos e atitudes me era muito mais natural agora. Eu não precisava conhecer o idioma local para compreender o que as pessoas intencionavam. Entretanto, como livros e demais formas de comunicação escrita não emitiam emoções ou intenções, eu ainda precisava aprender esse idioma para ficar confortável quanto à minha comunicação aqui nos Estados Unidos.

Percebi também que haviam cuidado de toda a burocracia para meu ingresso no curso oferecido por essa universidade. O que mais não estariam fazendo pelas minhas costas?

Sentamos nas confortáveis poltronas que preenchiam o discreto hall daquela recepção.

— Vou acabar ficando mal-acostumada com pessoas cuidando de mim assim.

— A ideia é essa, Lene.

Com um sorriso o Bruno desviou o olhar, passando a fitar um horizonte que não existia, a não ser que estivesse na parede diante de nós.

— Esse curso é apenas uma fachada. O que você aprenderá aqui nos Estados Unidos não tem muito a ver com direito internacional.

Lembrei-me do que passei na nave de Kuterat e do quanto aquilo foi desconfortável. Eu não estava certa se gostaria de passar por algo semelhante novamente.

— Não estou certa se concordo com isso.

— Com o quê?

— Não sei.

Certo. Me senti uma idiota agora, expressando opinião sobre algo que eu não sabia o que era. Mas eu não deixaria isso transparecer para o Bruno.

— Não sei o que é, e por isso não posso concordar. É como assinar um contrato sem ler ou um cheque em branco.

Nem olhei para ele enquanto tentava contornar o que eu havia tão displicentemente dito. Talvez eu o tenha convencido.

— Veja isso como um programa de trainee no final do qual você poderá escolher se quer ou não fazer parte da instituição que te treinou. Você ainda quer respostas, não é?

Com certeza, a principal pergunta é “como me livrar dos répteis e libertar a Terra”. Eu precisava ainda descobrir como libertar minha mãe. Czanor havia me dito, na última vez que nos vemos na porta do meu quartinho,  que ela está presa numa outra dimensão e sendo controlada por um réptil que também está preso com ela.

— Sim. Ainda quero algumas respostas.

— Ótimo. Não há melhor oportunidade que agora.

De forma inesperada, o Bruno colocou sua mão sobre a minha como se quisesse prender minha atenção a ele, de uma forma ansiosa e contida. Em seguida sua voz adentrou  minha cabeça com urgência inesperada.

— Lembre-se de quem você e qual é a missão que você abraçou. Não quero perder você, Lene. Não podemos perder você.

Seu olhar estava pregado ao meu, como se procurasse algo dentro de mim. Eu não sabia o que dizer ou como reagir a isso, mas no fundo eu sabia que faria o que fosse preciso para não decepcionar as pessoas que confiaram em mim. Da mesma forma, eu também sabia que não poderia me deixar magoar pelo Bruno já que, talvez, o que ele procurasse em meus olhos fosse sua amada Hashimea e não exatamente eu.

Nosso momento foi interrompido pelo pigarrear da mulher loura que agora estava no balcão olhando para nós como quem admira um par de passarinhos cor de rosa apaixonados.

— The definitive application forms are ready for assignment. Welcome to Washington University. (Os formulários definitivos estão prontos para assinatura. Bem-vindos à Universidade de Washington.)

O Bruno se levantou rapidamente, assinando algumas folhas e me indicando onde eu deveria assinar também. Recebemos uma via e, junto dela, um pequeno cartão de identificação com tarja magnética e uma foto.  Eles eram rápidos.
Enquanto a mulher se ocupava com os papéis e a burocracia que já estava praticamente concluída, observei-a de perto, focando em perceber o que ela era, pois algo em mim dizia que havia algo a mais nela. Notei que ela não era totalmente humana e que, em determinado momento, algum material genético havia sido implantado nela quando ela ainda era um embrião. Não havia coisa alguma réptil ali. Outros haviam feito isso. Enquanto eu atentamente olhava para ela, intrigada com o que eu percebia, mal me preocupei se ela me notaria encarando-a mentalmente daquela forma. Então, mais rápido do que pude perceber, a peguei olhando diretamente para mim. Ela deu-me um sorriso enorme e brilhante, ao mesmo tempo em que todo o seu corpo parecia emanar uma energia revigorante e envolvente.

— I truly hope you have a terrific time in our country and achieve all your goals. (Eu verdadeiramente espero que você tenha uma estadia excelente em nosso país e alcance todos os seus objetivos.)

Eu sabia que ela podia me sentir e, de uma forma muito positiva, me enviava uma energia boa que me fazia sentir capaz de vencer qualquer obstáculo.  Estranhamente, ela não tinha ideia de quem ela realmente era e do que fazia comigo.

— Thank you.

— You’re welcome.

Me peguei sorrindo para ela como se tivéssemos nos tornado amigas de infância. Mas eu não podia negar a estranheza que essa descoberta me trazia.

Nos despedimos da atendente e retomamos a caminhada para fora do prédio. Eu sentia que o Bruno esperava que eu o questionasse sobre a mulher e que, de alguma forma, isso fazia parte de minhas descobertas nesse país.

— Quem é ela, Bruno?

— A atendente da secretaria.

Me contive para não ficar irritada com o humor em sua afirmação.

— Você sabe que não é isso que eu quero saber.

— Sei sim. Ela é uma transnovumana ou simplesmente novumana.

— Uma humana transgênica? Você só pode estar de brincadeira!

Não basta a soja e o milho?!

Híbridos já não me causavam mais estranheza, mas ela era algo totalmente diferente.

— Na verdade, nem um pouco. De tempos em tempos a Confederação autoriza o aperfeiçoamento da raça cuidadora.

Parei no salto novamente e segurei o Bruno pelo cotovelo fazendo-o parar e se virar para mim. Eu já estava chegando ao limite da minha paciência. Aperfeiçoamento? Raça cuidadora?

— Me conte agora tudo o que você sabe sobre novumanos.

O Bruno olhou para mim e em menos de um segundo depois sua voz vibrava dentro de minha cabeça.

— Tudo é muita coisa para contar agora, mas vou te contar o básico da forma mais simples e objetiva que eu puder.

— Para mim está bom por enquanto.

— Esses seres não são híbridos no sentido ao qual você já está familiarizada. Há cerca de cinquenta anos a Confederação autorizou nova onda de aperfeiçoamento da raça humana da Terra como um esforço de proteger a ela e ao planeta da destruição iminente. O primeiro uso de armas de destruição em massa foi o gatilho para isso. Já sabiam que tais armas seriam usadas, mas aguardavam a legalidade de ação dada pelo seu efetivo uso.

Eu me sentia como se tivesse sido congelada pelas palavras do Bruno, mas eu não queria e nem poderia perder uma só vírgula do que ele dizia. Na medida em que eu mergulhava nesse mundo, mais eu aprendia, enquanto me dava conta de que muito pouco eu sabia.

Bruno continuava conectado à minha mente, sentindo o que eu sentia e avaliando o quanto ele poderia me falar sem que eu entrasse em pânico.

— Assim que o primeiro uso foi efetivado, a autorização foi concedida e um grupo especial da Confederação tomou ação para o processo de aperfeiçoamento. Assim, naves e equipes especializadas na criação de uma nova raça foi enviada à Terra, se unindo às equipes já infiltradas no planeta.

Equipes infiltradas? Isso está parecendo um filme de espionagem espacial.

O Bruno, que estava em mim, sabia de minhas reações emocionais e minha atitude em relação ao que ele dizia, o que direcionava o seu discurso. Eu não precisava fazer perguntas para que ele esclarecesse o que eu queria saber.

— Alguns membros da Confederação  especialmente treinados foram implantados através de compartilhamento de consciência em humanos previamente selecionados e preparados. Essas consciências foram implantadas durante a tenra idade do humano, integrando as duas consciências, estando o  implantado em estado de interação secundária. Quando isso aconteceu, agentes já estavam na Terra, misturados aos humanos de forma indetectável.

Eu não estava certa se estava acompanhando. Compartilhamento de consciências, interação secundária, humanos em tenra idade, agentes indetectáveis... Como assim?

— O embrião, ainda no útero da mãe, recebe um elemento genético e energético que o diferencia dos demais humanos. Esse aperfeiçoamento o prepara para receber o membro da Confederação. Para fins de segurança do humano e dele mesmo, o implante é feito quando o humano é apenas uma criança com menos de dois anos de idade. O implantado fica em estado adormecido, por assim dizer, interagindo com o humano de forma secundária, sem que o humano perceba. Apenas suas emoções afloram aos poucos, se configurando como uma bússola para que o humano veja e interaja com o mundo ao seu redor de forma mais harmoniosa e clara. Aos poucos, com o despertar do membro da Confederação, ocorre uma união de consciências, onde humano e agente se integram como um. O humano tende a imaginar que ele mesmo é um extraterrestre, mas na verdade ele acessa as memórias obtidas através dessa união. Seria chocante demais para os humanos descobrirem que na verdade o que existe é uma outra consciência habitando seu corpo. O sistema de crenças da maioria os humanos não vê isso com simpatia. Sobre a equipe na Terra, são humanos extraterrestres de planetas membros da Confederação que se voluntariaram para viver na Terra, como humanos daqui.

Muita calma agora! Então membros da Confederação compartilham os corpos de humanos? Isso está certo?

— Os membros da Confederação agregam sua consciência à consciência do humano de forma secundária. É como se fosse um upgrade, entende? Muitos humanos nunca despertariam sem essa ajuda. É apenas uma ajuda, pois é proibido ao implantado sobrepor sua vontade à vontade do humano. Eles não estão sozinhos nisso. Muitas vezes colegas de escola, parentes ou amigos, são, na verdade, os extraterrestres presentes aqui. O objetivo é apoiar o máximo possível.

Foco, Brigitilene. Respira.

— Não há uma maneira melhor de fazer isso? Quer dizer, o humano só está melhorando porque tem um alienígena anexo.

— O objetivo é ajudar a remover os véus para que o humano possa, aos poucos, enxergar a realidade que o cerca. É como colocar rodinhas em uma bicicleta: em determinado momento, é só retirá-las que o humano segue sozinho.

— Por que fazem isso?

— Porque ao aperfeiçoar um indivíduo, temos a oportunidade de, através dele, aperfeiçoar o grupo no qual ele está inserido, como sua família, colegas, amigos... com isso, não só pessoas, mas também o planeta como um sistema único é beneficiado também.

— Mas o que isso tem a ver com a moça novumana do sorriso bonito que nos atendeu no balcão?

Eu sentia que o Bruno estava satisfeito com o fato de eu estar dando continuidade ao assunto, sem ficar totalmente chocada com o que ele me falava. Talvez eu ficasse chocada e catatônica mais tarde.

— Ela é a sexta geração desenvolvida na Terra a partir da autorização para esse upgrade mais recente. Ela é membro da nova raça de humanos na Terra.

— E o que isso significa?

— Significa que nesse estado de compartilhamento, a presença do agente da Confederação confere legalidade para o implante de integrantes energéticos, ou implantes de energia, que bloqueiam as interferências que retiram dos humanos o sentido de empatia, o qual é fundamental para o fluir da inteligência de intercâmbio entre o humano e o planeta. Ela já consegue andar sem as rodinhas, Lene. Estamos reconstruindo o tecido da humanidade.

Eu olhava para ele enquanto digeria o que me havia sido dito.

— Que interferências?

— Programações mentais. Os véus.

— Então existem dois projetos de manipulação dos humanos na Terra? O dos répteis e esse da Confederação?

— Não. No total existem 37 programas em vigor e 17 programas abandonados.

Nova Ordem (Livro #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora