Eu estava com Felipe novamente, conversando sobre coisas aleatórias. Seria estranho pensar nesse momento alguns dias atrás. Na verdade ainda é um pouco estranho estarmos tendo diálogos normais.
Ele estava deitado abaixo de uma árvore olhando para o céu e eu estava sentado ao seu lado escorado no tronco da árvore.
- Vocês sempre moraram aqui? - pergunto a ele.
- Não. Viemos para cá quando a Paula tinha apenas alguns meses de vida.
- E onde vocês moravam? Tinham outros familiares? - estava curioso para saber mais sobre sua vida. Fazia tanto tempo que morávamos sob o mesmo teto e não sabia quase nada sobre ele.
- Você pergunta demais, Arthur. - disse ele com um leve sorriso no canto da boca.
- Desculpa... - antes de continuar ele me interrompe.
- Relaxa, não foi uma reclamação. - sorriu antes de continuar falando. - Bem, temos outros parentes sim, mas não onde morávamos. Era uma pequena cidade, calma e aconchegante... Mas alguns acontecimentos a deixou perigosa. E antes que pergunte que tipo de acontecimentos foram esses, adianto logo que não sei. Meu pai me proibiu de sair na rua para brincar, ou ver meus amigos. E então alguns dias depois viemos para cá.
- Entendi. Deve ter sido bastante doloroso deixar o lugar onde você estava crescendo para ir morar longe. - falei.
- Igualmente deve ser pra você.
Eu quase comento sobre o quão ruim é ficar longe de minha mãe e irmãos. Quase.
- É horrível não lembrar para ter do que sentir falta. Desde que cheguei aqui vocês tem sido como meus parentes, pelo menos é o que tenho de mais próximo a isso no momento.
- Você acha que pode acordar algum dia e lembrar de tudo? - indagou ele.
- Acredito que é uma possibilidade. Seria bom que acontecesse mesmo. - falei.
Ele fechou os olhos e sua expressão tornou-se séria. Me preocupei em ter falado algo errado que não o agradou. Antes mesmo que eu pudesse perguntar algo ele quebra o silêncio que havia se formado e fala.
- Se você abre uma porta pra alguém entrar, hora ou outra ela terá de sair. É por isso que algumas pessoas não costumam ter portas. Irão se acostumar com a nova companhia, e nunca saberão quando esse alguém sairá depois de ter entrado. E aí, quando sair, a sensação de perda toma de conta.
Eu estava completamente sem palavras com o que ele havia acabado de falar. Meu coração encheu de felicidade, por saber que ele estava me aceitando na sua vida. Mas outra parte me deixava triste, por saber que iria ter de ir embora. E isso não só iria me magoar, mas a ele também.
Eu estava falhando em permitir que os sentimentos de afeto tomassem conta do meu coração. Eu não deveria permitir que isso acontecesse, sabendo das circunstâncias em que me encontro.
Mas como eu poderia evitar isso? Estava longe do amor e carinho de minha família. Qualquer tipo de aproximação seria suficiente para fluir sentimentos bons de apego.
- Besteira, esquece. - disse ele levantando o corpo para ficar sentado.
- Não é besteira, eu te entendo... É complicado mesmo. A gente não pode perder a oportunidade de viver coisas boas agora por medo do que vai acontecer amanhã. Concorda? - disse tentando não me envergonhar ao olhar pra ele, mas manter contato visual assim tão próximo era complicado.
- Hm. Pode ser que seja assim mesmo.
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Estava sentado na venda quando Helena se aproxima com um sorriso em seu rosto.
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Dois Caminhos (romance gay)
Любовные романыLivro 2 A história continua! Arthur é um Jovem Príncipe que descobriu ter herdado a magia de sua mãe, uma bruxa. Assustado, ele foge do castelo onde morava e começa a viver com uma família simples em um vilarejo longe de seu reino, onde todos desco...