Capítulo 25

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Penúltimo Capítulo

Uma das coisas mais difíceis pra mim seria se despedir do Henrique, ele sempre me tratou como se fosse seu filho e eu o amava tanto que era difícil imaginar passar muito tempo longe dele. Mas ele me abraçou e me acalmou.

Senti naquele momento que ele me apoiava e que assim como eu ele estava triste por ficar longe, mas feliz por ver que eu estava indo em busca de minha felicidade. Assim como ele foi em busca da dele.

Me despeço de todos e me dirijo a carruagem que irá me levar junto a outros cavaleiros de nosso reino. Era o acordo de meu irmão, que eu seria escoltado em segurança até chegar ao meu destino.

Estava a caminho da casa do Felipe. Meu corpo demonstrava o quão ansioso eu me encontrava. Não sei o que me espera quando chegar lá, eu não posso nem imaginar como eles irão me receber, mas eu não posso viver sem saber dessa resposta, seja ela boa ou ruim.

Chegando em frente a sua casa eu desço e me dirijo até a porta e bato duas vezes com meu punho. Escuto uma voz feminina pedir para esperar. Meu coração dispara, era dona Diana, mãe do Felipe.

Alguns segundos depois escuto os passos vindo em direção a porta e vejo a fechadura se abrindo. Não consigo conter o misto de sentimentos que estão dentro de mim, e sinto uma lágrima descendo no meu rosto. Ao abrir a porta ela me olha um pouco assustada mas me abraça logo em seguida.

- Meu filho, que saudade. - diz ela em um abraço apertado e eu apenas retribuo. - Você não imagina o quanto eu estou feliz por ver você aqui.

- A senhora nem imagina o quanto eu estou feliz em escutar isso. - digo limpando meu rosto.

- Vamos, entre. - diz ela abrindo espaço.

- Antes de entrar gostaria de saber se posso dispensar os cavaleiros para ir de volta ao castelo. - digo um pouco sem graça.

- Claro. Você é da família, pode ficar o tempo que quiser. - sinto sinceridade em suas palavras, ela estava feliz em me ver e eu feliz ao ver ela. 

Entro na casa e o cheiro madeirado com café coado entra no meu nariz, meu corpo se arrepia de tanta felicidade que senti. Passo os olhos por dentro da casa e não vejo mais ninguém.

- O Felipe não está. - diz ela. Como ela percebeu que eu estava procurando por ele? - Ele foi trabalhar na venda e a pequenina está estudando.

- Entendo. - forço um sorriso. - Como ele está? - pergunto aflito.

- Está tentando se manter firme. Mas ele está triste. - meu coração apeta ao ouvir isso. - Ele não menciona o pai, não menciona você... - ela se esquiva um pouco e não fala mais. Tento não absorver de forma negativa isso.

E como a senhora está?

- Estou tentando seguir em frente filho, é difícil perder alguém próximo. -  disse ela suspirando um pouco. - Mas estamos com saúde e bem, isso que importa no momento.

- Desculpa por envolver vocês nessa história. - disso com a voz um pouco trêmula. - Sinto muito por tudo que causei.

- Não precisa se desculpar, não foi culpa sua. - disse ela se aproximando e passando a mão na minha cabeça. - Eu tenho que ir para horta plantar algumas sementes e colher alguns legumes. Você pode ir pro quarto deitar um pouco para descansar, o Felipe chega daqui e pouco. - disse ela.

Aceno com a cabeça e me dirijo até o quarto, entro e deito na cama que costumava dormir. Era tão bom estar ali novamente, me deitar naquela cama e sentir aquele cheiro. Sinto como se sempre pertencesse a esse lugar.

Não consigo dormir, estou em um nível de ansiedade muito elevado para isso. Mas me permito fechar os olhos e ficar deitado descansando um pouco. Alguns minutos se passam e ouço a porta da sala se abrir. Diana deveria estar voltando da horta.

- Mãe? - era Felipe chamando por sua mãe.

Meu coração acelera como se não fosse mais parar. Eu sento na ponta da cama querendo ir até onde ele está mas meu corpo não sai do lugar. Os seu passos se aproximam do quarto e quando percebo já estava em pé, tentando me manter firme e não cair.

Ao entrar no quarto ele me olha sério, como se estivesse assustado, mas um pouco mais sério que o normal. Sinto uma angustia enorme dentro do meu coração em não saber o que ele está pensando. Ele continua em pé me encarando por alguns segundos e começa a andar devagar em minha direção mantendo os olhos fixos aos meus. Ao chegar mais próximo ele me abraça forte, colocando sua cabeça deitada em meu ombro.

- Por favor, não me deixe novamente. - ele diz chorando. Ouvir aquilo daquela forma me fez cair no choro junto a ele. - Eu achei que não fosse voltar aqui, achei que você não iria querer me ver novamente.

- Não diz isso. Você foi o único motivo que me fez não desistir de tudo. - digo o apertando em meus braços.

Ele se afasta um pouco e segura meu rosto limpando minhas lágrimas com as pontas dos polegares. Em seguida aproxima ainda mais seu rosto do meu até nossos lábios se encostarem um no outro. Sinto o calor de seu hálito e sua respiração se misturando com a minha como se fossem dois tornados se encontrando.

O gosto de seu beijo era doce assim como da última vez que havia o beijado. Pude ter certeza que ali era o meu lugar, e é com ele que eu quero estar. Me sinto mais tranquilo estando ali com ele, é como se o peso de um navio saísse de minhas costas.

- Felipe? - chamo sua atenção. - Eu espero que me aceitem de volta, quero viver com vocês. - ele abre um sorriso de ponta a ponta quando termino de falar.

Ele sentia o mesmo que eu, e estava feliz por isso.


~ Nota ~

Finalmente estou terminando de escrever. Espero que ainda estejam ai, e se estiverem obrigado por ter companhado até aqui. Significa muito. Com carinho, rô!



Dois Caminhos (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora