O sol já nascia pela manhã e eu mal consegui fechar os olhos durante a noite após o ocorrido. Depois de vários pensamentos eu cheguei a algumas possíveis conclusões:
A primeira era o que Pedro havia falado. Algum bicho poderia ter tentado subir na pequena árvore e causado o rompimento de seu caule. A segunda era que o vento, em outro momento, teria rachado o caule e devido ao peso ela ter se rompido naquele momento em que estávamos lá. E a terceira e mais assustadora, era que eu teria causado de alguma forma a queda da árvore.
Só em pensar nessa última possibilidade meu corpo estremesse. Não queria acreditar nisso, mas não posso descartar essa possibilidade. Principalmente porque se for verdade eu não consegui controlar, e talvez essa questão cause algum problema futuro.
Me levantei da cama e me dirigi ao banheiro. Felipe ainda estava dormindo, deveria acordar nos minutos seguintes. Nunca levantava antes que ele, mas não adiantaria muito ficar ali deitado me frustrando com esses pensamentos sem poder fazer nada.
Me lavei e sai em direção a cozinha onde encontro Diana preparando a primeira refeição.
- Bom Dia! - falei entrando na cozinha.
- Oi, bom dia Arthur! Acordou cedo.
- Tive problemas em conseguir dormir esta noite. - falei sentando em um dos bancos que havia ao redor da mesa.
- O que houve? - pergunta um pouco preocupada. - Está doente?
- Não, não é isso. Talvez tenha ficado um pouco assustado com o ocorrido ontem a noite.
- Ah, mas não se preocupa. Não deve ter sido ninguém, aqui sempre foi tudo muito calmo. E mesmo que tenha sido algum bicho, com certeza foi algum inofensivo. - tenta me acalmar.
Forcei um sorriso para convencê-la que havia entendido e estava tudo bem. Quem dera essa fosse minha única e real preocupação.
☯
Na venda tudo corria bem. Eu organizava algumas coisas nas estantes enquanto Felipe continuava no balcão. Apesar de estar um pouco tenso ainda, conseguia distrair minha cabeça enquanto arrumava.
Após terminar a organização, avisei a Felipe que ia dar uma volta pelo vilarejo para sair um pouco do tédio.
Sai da venda e comecei a caminhar devagar pelas ruas do vilarejo, observei o movimento de algumas pessoas com seus afazeres pessoais, alguns outros comerciantes com suas obrigações. Crianças brincando na rua. Era tudo tão simples, mas tão leve. Consegui retirar alguns sentimentos ruins que haviam crescido nas últimas horas e deixei meus corpo livre apenas para sentir o vento sobre meus cabelos enquanto caminhava.
Não quis demorar muito, pois poderia precisar de minha ajuda na venda, ou até mesmo ele achar que havia sumido.
Na volta, quando estou quase na venda, encontro uma menina aflita sentada em um dos bancos que haviam nas proximidades. Me aproximei dela pra tentar conversar um pouco, e quem sabe ajudar de alguma maneira.
- Oi! - Disse sentando ao seu lado no banco. - Tudo bem?
Ela me olha, e me analisa bem antes de falar alguma coisa. Seu rosto da espaço para uma expressão curiosa, como se buscasse alguma coisa. Era tinha uma pele morena, cabelos e olhos pretos. Era uma jovem muito bonita, mas seu olhar era de uma profunda tristeza,
- Oi! - disse ela. - Estou tentando permanecer bem. - disse forçando um sorriso e retribuo em gesto de gentileza.
- O que te preocupa? - pergunto.
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Dois Caminhos (romance gay)
RomanceLivro 2 A história continua! Arthur é um Jovem Príncipe que descobriu ter herdado a magia de sua mãe, uma bruxa. Assustado, ele foge do castelo onde morava e começa a viver com uma família simples em um vilarejo longe de seu reino, onde todos desco...