Emanuely
Muralha parecia um cão raivoso batendo no garoto, eu já não tinha voz para gritar mandando ele parar.
- Muralha para por favor... - eu pedia com a voz falha.
Socos e mais socos rolaram dos dois lados. Sinto um tontura muito forte e um suor frio em minha testa escorria.
- Aiii- gemo de dor ao sentir uma pontada muito forte.
- Manu tu tá bem? - escuto uma voz, mas ela parecia tão distante de mim.
- Hi-hiago me ajuda por favor - peço em um sussurro.
Sinto meu corpo amolecendo e minhas pernas ficando fraca, fazendo que meu corpo não conseguisse ficar mais em pé.
- Manu Karalho - sinto braços me segurarem impedindo que eu chegasse a cair.
- Muralha porra tu mulher tá passando mau desgraça - A voz do JD soava tão longe que não parecia que ele tivesse me segurando.
- Manu? Tu tá bem amiga, não me deixa preocupada piranha eu já tô chorando - minha vista estava totalmente embaçada não reconhecia ninguém.
- Sai da frente Karalho - A voz do Muralha eu identificaria até no outro lado do mundo.
- Merda - ele sussura baixo - Isso tudo é culpa tua Emanuely, tu poderia ter evitado porra - Muralha diz bravo e eu não conseguia abrir a boca pra falar alguma coisa.
- Tu tá maluco Muralha? Tua mulher tá passando mau e tu tá colocando mais pilha? Tu não tá vendo que ela tá precisando de atendimento porra?
- Cala tua boca LL, com minha mulher eu me resolvo.
- Tu não é nem um pingo homem karalho, tu ainda é um moleque.
- Até tu Hiago? Que saber vão se foder vocês tudo - ele responde com mais raiva.
- Isso foge mesmo seu moleque, agora depois não venha dizer que tá arrependido porra.
Sinto uma dor forte na ponta da minha barriga e grito de dor.
- A gente precisa levar ela rápido pro hospital urgentemente.
Sinto meu corpo sendo levantando e ali perco meus sentidos.
[...]
Abro meus olhos e uma luz invade minha visão. Fecho eles novamente e vou abrindo aos poucos tentando me acostumar com a claridade.
- Vejo que acordou senhorita - Uma voz masculina fala.
Olho pro lado e vejo um homem ajeitando um soro, olho pro lado e percebo que onde eu estava era um hospital.
- O-o que aconteceu? - sussurro.
- Você não se lembra como chegou aqui? - pergunta.
Lembranças da noite anterior invadem minha mente, as músicas, as meninas e a maldita briga que o Muralha pegou, que por culpa dele eu vim parar nesse maldito hospital.
Ao perceber que se tratava de um hospital, eu fiquei completamente desesperada. Passei a mão na barriga e comecei a soar frio.
- Meu filho? - falo desesperada.
- Eii calma, ele ainda está aí não se preocupe - o médico respondeu.
Nesse momento um alívio enorme percorreu meu corpo.
- Você quase perde ele, mas por pouco seus amigos lhe trouxeram a tempo, impedindo que isso acontecesse - ele fala e vê algo em seu prancheta.
- Faz quanto tempo que estou aqui ?
- Vejamos - ele olhou novamente a prancheta
- Você chegou por volta das uma e meia da madrugada e agora são cinco e 15 da manhã, ou seja aproximadamente três horas e quinze minutos. - Ele tira os olhos da prancheta e me encara.
- Mas tá tudo bem com o meu filho doutor? - pergunta preocupada.
- Bem você perdeu um pouco de sangue, mas nada tão grave. Isso complicou sua gravidez que passou de uma gravidez normal, para uma gravidez de risco, ou seja todo cuidado é pouco, se antes você podia segurar um pouco de peso, agora você não pode de jeito nenhum.
- Mas tá tudo bem com ele?
- Está sim, iremos fazer mais alguns exames daqui a pouco para saber se você vai precisar de algum cuidado especial ou só vai ser as vitaminas mesmo. - concordo com a cabeça.
- A já ia esquecendo tem um homem aí fora que tinha acabado de chegar quando seus amigos foram embora ainda agora. Vou pedir pra ele entrar.
Não respondo nada e ele sai logo em seguida. Imagei que quem estava lá fora deveria ser o Muralha, porém esse hospital não parece ser no morro e sim no asfalto e ele não se arriscaria tanto. A última pessoa que eu queria ver nesse momento seria aquele traste, sua atitude foi completamente de criança, não ligou nem um pingo pro que eu estava sentindo.
- Opa posso entrar ? - olho pra porta e dou um sorriso.
- O que você está fazendo aqui? Não é perigoso pra você?
- Digamos que eu tenho meus planos.
- Meu Deus pesadelo. - falo rindo.
Ele se aproxima de mim e senta na cadeira ao lado da cama.
- Eae como tá se sentindo? - diz calmo
- Só com um pouco de dores mas estou bem.
- LL me falou o que aconteceu, Muralha é um pau no cu mesmo, ele é uma cabeça podre, que no lugar do cérebro tem uma lata de lixo.
- Realmente. Você não viu ele por aí não? Sabe se ele veio saber como o filho ou filha estava? - Pergunto calma.
- Não, quando eu cheguei aqui só estava JD, LL e nega dele Luísa eu acho - abaixo a cabeça triste com sua resposta.
Porra ele colocou a vida do filho em risco e ele não teve coragem de saber como ele estava.
- Não fica assim, eu já disse Muralha é um pau no cu.
- Não quero continuar falando sobre ele. - digo leve - Me fala aí qual o motivo da sua ilustre visita - Vejo um sorriso em seus lábios.
- Quis saber como a ruiva mais perigosa do morro estava.
- Não sou perigosa - cruza os braços.
- Eu sinto em você um conforto enorme, é como se você me trouxesse uma felicidade, uma felicidade que eu teria se minha filha estivesse comigo nesse momento - Vejo em seu olhar uma tristeza disfarçada.
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Desejo de posse (Morro) {Concluída}
Teen Fiction" Nem tudo na vida são rosas e nem tudo são tempestades, temos nossas fases e todos nós devemos nos acostumar a isso"