Emanuely.
- Amor eu tô aqui calma - Muralha vem até mim e me ajuda a levantar.
- A Luísa, eu quero a Luísa - Falo em meio ao choro.
- Eu vou levar ela no hospital karalho. - LL pega a Lu nos braços e sai correndo desesperademante.
- Me leva para o hospital Muralha por favor - peço.
- Amor... você precisa ir pra casa agora, o Heitor precisa ir pra casa. - Muralha toca no meu braço e tenta me acalmar.
- Não Muralha por favor, eu quero ir ver minha amiga.
- É melhor tu levar ela Muralha, antes que ela passe mau aí, daí teu filho sofra também. - JD fala com sua arma pendurada no ombro.
- Tá bom, agora eu te deixo em casa e levo o Heitor pra casa em dois passos. - confirmo com a cabeça. - Vamos.
A gente saiu bem ligeiro daquele barraco imundo e entramos no carro do Muralha.
- Luísa é forte ela vai aguentar, ela tem que aguentar. - JD diz com uma lágrima isolada no rosto.
- Embore elas com suas loucuras eu gosto daquela louca - Muralha da um sorriso enquanto dirigia.
Heitor começa a chorar e a se mexer em meus braços.
- Eii filhão tá agitado porque? Porquê não falou com o papai é? - Muralha faz uma carícia nele enquanto mantia o foco na pista.
E por incrível que pareça o Heitor pra de chorar e agarra seu dedo com força.
- É isso mesmo seu traidor
- Fazer o que se ele gosta mais do papai né? - Muralha se gaba.
- É incrível o quanto vocês dois se parecem - JD diz admirado.
- Nem meu olho ele tem, puxou tudo ao pai. - reclamo.
- Vai pegar várias gatinhas quando crescer - JD diz.
- Meu filho só vai namorar depois dos noventa anos - respondo.
- Com quinze ele tá pegando várias. - Muralha diz dirigindo apenas com uma mão já que o Heitor não largava o dedo da outra mão.
- Se fosse uma menina em? - JD pergunta.
- Aí nem saia do útero da mãe, ia ficar lá trancadinha pra ninguém ver.
- Sonha Muralha, sonha - Respondo
Em alguns minutos já estávamos no mesmo hospital onde eu tive meu filho. Saiu do carro porém Muralha continua com o JD.
- Tu não acha melhor eu entrar com o Heitor não? - Pergunto receosa.
- Não, esses hospitais são cheios de germes ele ainda é muito novo pra tudo isso - Muralha responde.
- Mas eu não confio o meu filho na mão do JD
- Eii eu ainda to aqui tá? - JD se manifesta com o Heitor no colo.
- Amor não se preocupa, pode ir.
- Se ele chorar traz ele correndo pra mim
- Manu deixa de ser chata ooo - JD diz.
- Amor eu já disse tá tudo bem, pode ir - concordo com a cabeça e logo ele saem de lá.
Entro no hospital e já vejo LL sentado todo nervoso. Caminho até ele e o mesmo se levanta me dando um abraço forte.
- Como ela tá? - Pergunto.
- Ela tá na sala de cirurgia, a bala alvejou fundo de mais seu peito, precisam tirar ela logo ou ela pode morrer. - Seus olhos estavam pesados ele estava chorando.
- E a menina?
- Vão ter que tirar ela logo ou se não ela pode morrer também - ele diz pesado. - Minha menina vai nascer hoje. - LL da um sorriso em meios as lágrimas.
-Isso tudo é culpa minha - me sento na cadeira chorando.
- Eii, não se culpe, você não tem culpa do que aquele desgraçado fez.
- Ele ia me matar e a Luísa se meteu na frente LL, a culpa é minha - as lágrimas descia rápido pelo o meu rosto.
- Manu, ela fez o que ela achava o que era certo, ela se arriscou pra te salvar poxa, não se culpe de nada, ela fez tudo por amor. - Ele me abraça de lado.
- Não deixaram você entrar?
- Não, esses filhas da puta disseram que é uma cirurgia muito arriscada, e que ninguém poderia entrar lá sem ser a equipe responsável.
- A única solução é pedir a Deus que ele ajude ela, e que nada de mal possa vim acontecer com as duas - digo leve.
- Eu sei que Deus nunca vai me deixar, e que tudo tá em suas mãos, que seja feita a sua vontade. - ele alisa meu cabelo e eu apenas fico calada.
Fico em silêncio por um tempo até ouvir o choro fino vindo do final do corredor. LL se levanta em um pulo só.
- Minha filha?! - pergunta afinando ao mesmo tempo. - MINHA FILHA NASCEU? - LL diz correndo e gritando com um enfermeiro.
- Senhor eu não sei de nada, eu apenas estou cumprindo plantão - o homem responde assustado.
- LL se acalma, daqui a pouco alguém vem aqui da as notícias. - Levo ele até um sofá onde ele se senta inquieto.
Vou na recepção e pego dois copos de águas.
- Toma - entrego o copo e ele toma em um golo só.
- Valeu - agradece.
Um homem de jaleco meio esverdeado aparece na nossa frente com uma cara não muito boa.
- Parentes de Luisa Moura? - ele pergunta e o Lucas se levanta rápido.
- Sou marido dela. - Ele diz firme.
- Bom, a bala foi alojada muito funda, isso colocou em risco a vida da sua mulher e da sua filha, conseguimos fazer a cirurgia conforme todos nós planejamos, conseguimos salvar a sua filha, porém como ela nasceu prematura ira ter que ficar um tempo na incubadora, até que consiga ficar mais forte e se recuperar por completo.
Escuto tudo atentamente, porém parecia que havia algo a mais que ele queria falar.
- E a minha mulher? - LL pergunta e o médico suspira fundo. - FALA PORRA ONDE TA A MINHA MULHER - Lucas grita todo nervoso com os olhos já cheios de lágrimas.
- Eu-eu, eu sinto muito senhor - o médico diz cabisbaixo.
LL se ajoelha no chão com as mãos sobre o rosto chorando forte e alto. Naquele momento minha ficha caiu, Luísa se sacrificou por mim, ela deu a sua vida em troca da minha, ela me colocou em primeiro lugar.
Me ajoelho ao lado do LL e começo a chorar junto a ele, minha melhor amiga havia morrido pra me salvar, isso tá me deixando acabada saber que praticamente que eu matei uma pessoa que eu amo. Começo a pensar na filha da Luísa e começo a chorar ainda mais, ela não merecia isso, nascer sem uma mãe, como vai ser a vida dela agora? Ela perdeu a mãe quando nasceu, ela é apenas uma criança.
Mas, pra agradecer por tudo que a Luísa fez por mim embore eu não merecia, eu vou cuidar da sua filha como fosse a minha filha, vou levar ela lá pra casa se o LL permitir e vou fazer de tudo que uma mãe faz pelo um filho durante e depois do período de recém nascido, eu vou ser uma mãe pra ela, já que a sua se sacrificou pra me salvar.
![](https://img.wattpad.com/cover/152480889-288-k913858.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desejo de posse (Morro) {Concluída}
Fiksi Remaja" Nem tudo na vida são rosas e nem tudo são tempestades, temos nossas fases e todos nós devemos nos acostumar a isso"