37

14K 860 42
                                    

Emanuely

2 meses e meio depois...

Minha vida mudou completamente nessas últimas semanas, eu não queria olhar na cara do Muralha nunca mais. Antes dele ir trabalhar eu saia e só voltava quando ele estava dormindo e olhe lá, tô morando mais na casa da Fernanda e Luísa ultimamente, do que na "minha" própria casa.

Eu fazia de tudo para não dar de cara com aquele homem, mas as vezes parecia que o destino estava contra mim, havia dias que ele me procurava para saber do bebê e se eu precisava de alguma coisa, mas eu respondia em poucas palavras.

No começo ele até tentou se aproximar e falar alguma coisa, porém eu não lhe dava nenhuma chance, o que ele fez comigo não tem perdão, nem tanto comigo, mas sim com o próprio filho ele deixou não se importou se a criança estava bem ou não, e isso me manchou muito.

Nesses últimos dias que passaram, meu bonde (ou seja JD, Luísa e Fernanda) sempre ficávamos juntos, porém JD, só podia nos encontrar a noite, até porque ele trabalha pro Possemumo. Luísa estava com quase quatro meses de gravidez, e estava mais louca do que nunca, tava pirando dizendo que não tinha filho nenhum dentro dela, porque sua barriga só fez um pequeno volume, ficou teimando que era comida e não filho.

Eu e o Pesadelo criamos um laço bem forte ultimamente, ele era como um pai que eu nunca tive, sempre me dava conselhos, me fazia rir e me consolava quando eu mais precisava, paparicava minha barriga mais do que o próprio pai, sempre falava que ia ser um menino e o chamava de "Garotão do vovô", conversava com ele através da minha barriga. Ele realmente era como um pai pra mim

Estou com quase seis meses de gravidez, minha barriga estava bem grandinha já, adorava passar pelo o morro com um vestidinho que deixava minha barriga mais volumosa e venho as velhinhas paparicando meu amor.

Hoje seria o dia da ultrassom mais importante da minha vida, era o dia que eu descobrir se meu amor era menina ou menino. Confesso que estava super nervosa com isso, Fernanda e LL era os únicos que falava que era menina, o restante sempre dizia que era menino, até eu estava acreditando que seria um garotão.

Pesadelo queria ir pra ultrassom comigo, mas houve alguns devaneios e ele acabou não podendo vir, ou seja seria eu e o JD como de costume.

Termino de me arrumar, me olho no espelho e dou um sorriso, olhava minha barriga vendo que meu verdadeiro amor estava dentro dela, passo a mão sobre meu vestido florido e dava sorriso feito uma boba, imaginado minha vida depois que meu filho/a estivesse nos meus braços.

- Tá rindo do vento? - aquela voz que me arrepia até em quilômetros de distância ecoou pelo o quarto.

Ignoro totalmente sua presença e saiu andando pelo o quarto procurando minhas coisas para sair logo.

- Vai me dá gelo mesmo? - pergunta calmo.

- Olha Muralha na boa, não quero estragar meu dia discutindo contigo - pego minha bolsa - Agora me dá licença - Tento passar por ele, mas seus braços fortes me puxam novamente para dentro.

- Tu vai fazer os bagui lá, pra saber se é menino ou menina?

- É - falo sem paciência.

- Quero ir com tu

- Porque? Não ligou pra nada durante esse tempo e agora tá querendo dar uma de paizão? Me poupe - reviro os olhos.

- Deixa de graça Manu, passei muito tempo afastado pensando que isso seria o certo pra tu, pensando que se eu te deixasse só, tu iria pensar direito e me perdoar. Mas não, parece que quanto mais eu me afastava, mais tu me ignorava e isso pra mim não dá mais. Porra eu tô perdendo a gestação do meu filho, tu tem ideia como isso é importante pra mim? Manu tudo não se resolve em tu não, essa criança tem um pai que quer ser presente na vida dele. - Ele diz falando nos meus olhos com um certo brilho nos olhos.

Desejo de posse (Morro) {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora