25. O passado dos Killian

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— Jessie, assim você me machuca – falei, quando ele tirou o pênis de uma só vez de dentro de mim e me virou numa posição pouco confortável.

— Desculpa.

Respirei fundo e tentei relaxar.

Estávamos na casa do meu pai há poucos dias e tentávamos tomar cuidado com os barulhos que fazíamos. Mesmo assim, Jessie continuava com aqueles jogos e diversas vezes me deixava todo marcado. Às vezes era difícil esconder isso de Rey e, principalmente, do TK.

— Tudo bem – falei, e Jessie deixou escapar um sorriso de orelha a orelha.

Depois, tirou o membro de dentro de mim, me arrancou um gemido pelo desconforto e foi, pelado, pegar a caixa de brinquedos debaixo da cama. Dentro dela estavam objetos recém adquiridos e alguns amigos antigos nosso.

Jessie pegou a corda e preparou o nó. Deixei minhas mãos juntas e não reclamei quando ele me amarrou na cabeceira e me colocou em uma posição não muito confortável, de bruços. Senti seu corpo musculoso vir por cima de mim e seu peso me fez afundar na cama. Depois, ele pegou meu cabelo e sussurrou no meu ouvido algo que me deixou corado. Gostava daquela parte; as preliminares sempre eram sensuais e excitantes.

Ele esfregou sua ereção em mim e depois me penetrou. Isso fez todo meu corpo acompanhar o movimento e gemi alto — o que fez Jessie tapar minha boca para que TK não ouvisse do quarto ao lado.

Acho que a sorte não estava mesmo ao meu favor, já que além de voltar para a casa do meu pai recebi a notícia de que meu ex-namorado — se é que posso chamá-lo assim — tinha sido perdoado pelo pai e agora estava na mansão do Rey para oferecer os serviços dos Killian como forma de compensação pelos seus atos do passado.

Mas querem saber de uma coisa? Eu queria mesmo é que ele me ouvisse gemer. Imaginava TK frustrado, colocando os travesseiros por cima do rosto para não nos ouvir. Isso até me deixou mais excitou.

— Tô vendo que tá animadinho – disse Jessie. – Posso bater um pouco?

— Jessie!!!

— Calma, amor.

— Jessieee!

Ele parou, apreensivo.

Ouvi um bate forte na porta, como se alguém a tivesse socando, e então Jessie parou tudo e se afastou de mim.

Fui para um canto, sentindo minha entrada arder, e torci para que aquele tivesse sido o fim da transa.

Jessie suspirou pesado, foi até o guarda-roupa e pegou algo para vestir. Caminhou rápido, sem se lembrar de me desamarrar. A sorte foi que consegui desatar os nós com os dentes e fui para debaixo das cobertas.

— O que foi? – Jessie perguntou, de cara amarrada.

— O que foi? Sério mesmo??? – vi TK de relance e ele me pareceu irritado. – Fez ele gritar.

— E isso é da sua conta?

— Você é doente.

— Diz o drogado da família!

— Pelo menos não preciso obrigar ninguém a fazer sexo comigo!

Detestava quando os dois brigavam. Eram as pessoas mais importantes na minha vida e simplesmente não conseguia fazer com que se entendessem. Aquilo era uma merda!

— Por favor, Jessie, volta para cama – falei.

— Tudo bem, amor, eu já vou.

— Tenho nojo de você, Jessie – continuou TK.

— Já chega, não vou ficar aqui para ouvir delírios de um merdinha feito você.

Jessie tentou fechar a porta, mas TK colocou o pé na frente.

— Tô limpo o suficiente pra saber o que você vai acabar fazendo com o Júnior. Para de descontar o que nosso pai fez com você nas outras pessoas.

— Cala a boca! – Jessie gritou e empurrou o irmão para fora do quarto, fechando a porta atrás de si.

Fiquei mais curioso a partir dali. O que tinha o pai deles?

Me levantei, coloquei uma cueca e fui até a porta em passos lentos, até conseguir ouvir a voz controlada de Jessie lá fora.

— ... Se ele descobrir mato você.

— Se eu ganhasse uma moeda toda vez que você me ameaça estaria mais rico que nosso pai! – falou TK.

— Fale baixo! O Thiago não precisa ouvir nada disso.

— Ele merece saber – disse TK, um pouco mais baixo. – Já que obriga ele a fazer aquelas coisas pelo menos explique o motivo. Conte porque só consegue fazer sexo na marra! O que o nosso pai fez com a gente nos transformou, fomos praticamente vendidos para desconhecidos e o resto...

— Silêncio! – ele se exaltou. - Escute bem, não obrigo o Thiago a nada! Se ele quisesse estaria longe de mim e você sabe muito bem disso. Não pode me acusar de maltratá-lo só porque ele não te escolheu.

— Você não é o homem certo para ele.

— E você é? Pare de querer o meu marido, pois não vai conseguir. Pode falar o que quiser, mas enquanto ele quiser ir pra cama comigo, será do meu jeito. E se o barulho te incomodar, compre fones de ouvido.

TK levantou o dedo do meio para Jessie, que simplesmente girou os calcanhares e voltou para o quarto.

Pulei na cama, temendo que ele soubesse que espionei, deitei de lado e fingi dormir.

Jessie chegou e apagou a luz. Deitou ao meu lado e me abraçou de conchinha. Sua voz veio leve e acolhedora, como sempre.

— Te machuquei muito? – perguntou, alisando meus cabelos.

A verdade era que toda a minha região de baixo ardia e ele tinha conseguido deixar outra marca roxa na lateral do meu pescoço.

Mesmo assim, ao invés de responder, apenas me virei para ficar de frente para ele e o beijei do modo mais confortável para os dois. Adorava ver seu sorriso depois que a gente se beijava. Aquilo sempre me contagiava e me fazia crer que Jessie era a pessoa certa.

— Não se preocupe – resolvi falar, mesmo que não fosse verdade. – Estou bem.

Pacto de Gangues (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora