27. Eu amo os dois

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— Quer dizer então que você ama o meu irmão – disse Jessie, sentado na cama e olhando as próprias mãos de uma maneira que não sabia se ele estava bravo ou em choque.

Me escorei na mesa da escrivaninha e aguardei que o pior acontecesse. Que ele se exaltasse, gritasse, me batesse, ou qualquer coisa. Tudo era melhor do que aquele silêncio. Foi difícil sairmos de perto de todo mundo, e mais ainda convencer TK de que eu precisava ficar sozinho com meu marido, mas ali estávamos nós. Tento que ter a pior conversa de nossas vidas.

Tentei me aproximar dele e tocar sua mão, mas Jessie se afastou e ajeitou a gravata daquele seu jeito formal. Depois, ele se levantou e foi até o guarda-roupa para tirar suas coisas de lá.

— Jessie? – Perguntei, nervoso. – O que está fazendo?

— Vou deixar algumas coisas aqui para manter as aparências, mas o TK vai ter espaço para colocar o que quiser neste quarto. Acho melhor ele só vir para cá no meio da noite, assim seu pai não vê e podemos manter tudo até o divórcio.

— Jessie.

— Tudo bem, não precisa se explicar. Eu entendo – ele falou, forçando os cabides para fora dali e quebrando alguns. – Sabia que não iria durar, foi assim com a Amanda e porque seria diferente com você? Quer dizer, olha como te trato. TK conseguiu se livrar do vício dele e eu continuo a agir feito um monstro!

— Não é nada disso, Jessie.

— Além disso, não consigo te defender como o TK. Viu como foi com o Tom, ele sempre vai pular em cima de quem mexer com você, então acho que tem que ser assim mesmo. Foi uma péssima ideia o nosso casamento. Era para ter sido ele desde o começo!

Ainda tentei dizer algo, porém Jessie juntou rápido as suas coisas e quis deixar o quarto.

— Não é isso o que eu quero – falei, começando a perder o ar. – Me desculpa, e-eu... Não quero ficar sem você.

— Você acabou de dizer que ama o meu irmão.

— Sim, mas também amo você. Talvez até mais que o TK.

Era difícil de explicar. No fim das contas, não queria perder nenhum dos dois. Como lidar com isso?

— Não te entendendo.

— Vocês dois são diferentes, mas adoro essas duas partes. Fico confuso com meus sentimentos sempre que estou perto de vocês e não sei mais o que posso fazer!

Ele me olhou como se não entendesse. Ou como se achasse bizarro demais para querer entender.

— Quer ficar com os dois? – ele perguntou, escolhendo bem as palavras. – Quer os dois Killian para você.

— Não fale assim...

— Mas é isso o que você está dizendo!

Ele ia dizer mais alguma coisa, porém parou e pensou um pouco. Não fazia ideia do que passava pela sua cabeça, mas seja o que fosse estava preparado para ouvir.

— Tudo bem – ele disse, simplesmente. – Eu aceito.

Aquilo sim me surpreendeu. Ou ele estava brincando comigo ou havia ficado maluco de vez.

— É sério. Eu aceito – ele insistiu, jogando suas coisas em cima da cama e acabando com a distância entre nós. – A ideia é estranha, mas o que já fiz com você supera qualquer grau de estranheza. Além disso, não tenho o direito de recusar. Não quando detesto o que sou.

— Não fale assim. Você se preocupa comigo, e isso é bom.

— O que me fez ficar apaixonado por você é o fato de sempre me olhar como se tivesse mesmo algo de bom escondido em mim.

Pacto de Gangues (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora