31. Quase acabando

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Jessie pagou o táxi e entregou uma gorjeta de 50 dólares para o motorista. Depois me acompanhou até a entrada do hotel, com a gravata afrouxada e um semblante de quem tinha bebido o suficiente para relaxar um pouco após tudo o que sofreu com a morte do pai.

Tentei parecer bem perto dele, mas as palavras de Tom ainda ecoavam na minha mente. Meu casamento era uma farsa, tudo o que conhecia sobre meu marido era uma mentira e não tinha ideia sobre como confirmar aquela informação.

— ... O que você acha? – Ele questionou, depois que entramos no quarto do hotel e ele se deixar cair na cama.

— Como é? – Perguntei, disperso.

— Falei que aprendi português e mandarim com sete anos de idade e se quiser posso te ensinar um pouco. Para o caso de você querer conhecer Portugal ou Taiwan. Acho que qualquer lugar é melhor do que aqui agora que Tom está no comando dos negócios.

— Tudo bem, podemos conversar sobre isso depois.

Ele pegou minha mão, me puxou para perto do seu corpo e me deu um selinho de leve. Não estava com muita vontade, mas retribuí o carinho e deixei que ele beijasse meu pescoço, depois de distribuir mais carícias e deixar as coisas esquentarem.

— Não estou com vontade, Jessie – confessei, sem conseguir levar aquilo adiante.

— Pensei que íamos treinar o sexo devagarinho. Sabe que estou melhor agora, né?

Fiquei nervoso e não consegui mais segurar minha angústia.

— Precisamos conversar – falei, ao mesmo tempo em que tirei os sapatos e subi na cama.

Fiquei sério, de modo que ele despertou da embriaguez e, depois que o assunto ficou tenso, resolveu voltar àquela postura controlada da qual eu enxergava certo charme.

Era difícil olhar para os olhos dele e exigir respostas.

— É sobre o TK, não é? – Ele perguntou. – Vi que conversou com ele durante a festa e não quis interromper. O que ele achou sobre te dividirmos?

— Não é nada isso.

— Sim, desculpe. Não é uma coisa de divisão. Pesquisei sobre isso, se chama poliamor. Algumas pessoas vivem tranquilamente em relações assim, mesmo quando nem todos namoram entre si. Se sentarmos para conversarmos a respeito das regras e talvez se morássemos todos juntos... O hotel é só provisório, enquanto Tom não libera o dinheiro para morarmos juntos de novo...

— Ele tirou nossa casa. Acha mesmo que vai nos dar outro lugar para morar? – Perguntei, irônico.

Jessie pareceu desesperado quando ouviu aquilo, coçou a cabeça e refletiu.

— Tem razão. Mas ainda tenho meu emprego na gangue, vou exigir que ele me pague e podemos arranjar um bom lugar. Se precisar arranjo outro trabalho, você volta a estudar e as coisas se acertam com o tempo.

Meus pensamentos iam para longe enquanto ele fazia planos para o nosso futuro.

— Jessie, não é sobre isso.

— O que seria então?

Fiquei em silêncio, com medo de revelar o que sabia, e quanto mais eu demorava, mais nervoso ele ficava.

Até que o tempo passou e percebi que não teria coragem de perguntar sobre a forma como ele entrou na minha vida.

— Entendi agora – ele parecia prestes a chorar. – Não seremos um casal poliamor, não é?

Não respondi. Percebi que de fato não parei para pensar antes de começar aquela conversa.

— Sempre fui o intruso. – ele continuou. – Vim para atrapalhar você e o TK.

Aquelas palavras me fizeram chorar. A confusão dentro de mim era grande demais, precisei me acalmar, cheguei perto dele e coloquei seu rosto entre minhas mãos. Precisava ter certeza se que podia confiar nele.

— Olhe nos meus olhos – pedi, depois que consegui acalmá-lo. – Diga a verdade e nada mais importará.

Senti como se no mundo existissem somente nós quando perguntei:

— Você me ama?

Era tudo o que eu precisava saber. Não importavam os planos do Tom, não importavam os segredos que ele ainda poderia guardar e não importava o nosso passado. Aquilo era a única coisa que faria a diferença naquela hora.

— Mais que tudo – ele respondeu. – Nunca amei e nunca vou amar ninguém como eu te amo, .

Foi assim que tomei minha decisão e optei por seguir meus sentimentos pelo Jessie. Não sabia se estava tomando a decisão certa, mas precisava seguir meu coração. E ele pertencia ao Jessie.

Por isso deixei me envolver pelos lábios dele, aceitei que me abraçasse, me sentei por cima do corpo do meu marido e senti seu membro pulsar quando o coloquei para fora e comecei a estimulá-lo.

O restante veio naturalmente, comigo gemendo enquanto cavalgava por cima dele e as mãos fortes de Jessie dele me segurando e apertando com vontade.

Ele se esforçava para me dar prazer enquanto se preocupava em não me machucar. Agora, por saber todos os traumas do passado dele, sussurrei ao ouvido de Jessie o quanto estava gostando daquilo e que queria mais. Por isso as estocadas vieram e aumentaram a velocidade gradativamente.

Nossos corpos suavam e escorregavam um no outro, ele me preenchia por completo, porém o que mais me excitava era seu sorriso. Aquilo tornava tudo mais gostoso, de forma que comecei a rebolar e só parei quando senti o líquido escorrer entre minhas pernas.

— Uau – ele disse, ofegante. – Isso foi maravilhoso.

— É um começo – sorri, sem tirá-lo de dentro de mim. – Ainda teremos a noite toda para aproveitar. 

Pacto de Gangues (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora