❙ A Profecia Perdida ❙ Draco Malfoy ❙ Livro 1

「capítulo 04」

Harry observava Sarah de longe. Rony e Hermione haviam saído para a ronda dos monitores e ele se encontrava completamente sozinho. Olhava para a morena sentada próxima a lareira completamente absorta em sua leitura e lembrou-se da conversa que teve com os amigos alguns dias antes.

A verdade é que ainda se sentia inseguro com a aproximação de alguém novo. Sabia que aquilo era apenas uma paranoia, Sarah não era uma pessoa ruim e isso era perceptível. Rony e Hermione se aproximavam da morena cada dia mais e sempre que ele estava próximo, se mantinha calado. Poucas foram as vezes que se aproximou por vontade própria para que pudessem puxar algum assunto. Sempre que estava próximo a ela se sentia estranho. Não conseguia explicar se o sentimento que mantinha era bom ou ruim e sabia que a única forma de saber era se aproximando da morena.

— Hum... – Ele começou se aproximando do sofá onde ela estava sentada — Boa noite, Sarah. Tem problema se eu sentar aqui com você?

— Oh, oi Harry! Claro que não, pode se sentar. – Ela disse simpática — Rony e Hermione já saíram pra ronda?

— Sim, saíram agora há pouco. – Respondeu.

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes até que Sarah se manifestou.

— Você não gosta muito de mim, não é, Harry? – Perguntou pegando o moreno de surpresa.

Harry a observou com a boca aberta, por alguns segundos. Não esperava por uma pergunta tão objetiva como aquela.

— De onde você tirou essa ideia? – Ele perguntou tentando entender melhor o incômodo que sentia naquele momento.

— É só a impressão que eu tenho. – Respondeu tranquila — Você não costuma falar muito comigo e por mais que eu tente me aproximar, parece que você não me permite muito.

— Eu não sou muito bom em me aproximar. – Disse sinceramente — Toda a pressão de ter um psicopata atrás de mim faz com que eu tenha medo de me envolver com as pessoas. Não quero colocar mais pessoas em risco.

— Não acha que é um pouco de egoísmo? – Indagou deixando Harry sem resposta mais uma vez — Quero dizer, acho que a decisão de se envolver ou não deve partir da outra pessoa, não concorda?

— Sim, tem razão.

— Eu entendo que tudo isso deve ser muito louco, mas também acho que sozinho fica muito mais difícil de enfrentar esse tipo de situação. – Concluiu — É claro que você não precisa ser meu amigo se não quiser, falo isso de forma geral.

— Acho que começar por você é o mais justo. – Ele disse sorrindo e recebendo um largo sorriso em resposta.

— Bom, vou facilitar pra você. Olá, Harry, eu sou Sarah Standish. – Começou estendendo sua mão para que o moreno apertasse — Sou do quinto ano da Grifinória e estou adorando suas aulas.

   Harry não conseguiu segurar o riso após a pequena apresentação da morena. Depois das palavras certeiras que havia escutado, teve certeza de que se tratando de Sarah, ele escutaria o que precisava ouvir, e não o que queria.

— Vou ser bem sincero, essas reuniões me deixam nervoso. – Confessou em voz baixa — É muita pressão saber que vocês estão me vendo como um professor.

— Mas você está se saindo muito bem! – Ela o encorajou — Eu nunca tinha conseguido estuporar uma pessoa antes.

— Tudo que eu quero é que todos estejam preparados por que pode acontecer.

— Você acha mesmo que uma nova guerra está por vir? – Questionou preocupada.

— Depois do que vi no fim do ano passado, tenho certeza que é só uma questão de tempo até que Voldemort se fortaleça novamente. – Harry lamentou — Não quero que aconteçam mais mortes como a de Cedrico.

— Você está dando o seu melhor, Harry. – A morena afirmou passando uma de suas mãos no ombro dele — Sei que estaremos prontos para lutar quando a hora chegar.

— Queria que isso não fosse preciso... Se pudesse, lutava sozinho.

— Não se vence uma guerra sozinho, Harry. – Sarah disse filosoficamente — Você vai precisar de toda ajuda que puder. Não se esqueça de que ele tem aliados.

— Vou tentar me lembrar disso, obrigado. – O moreno disse sinceramente. Mais uma vez ela sabia o que dizer.

— Só estou tentando ajudar, afinal, o meu futuro também depende de você! – Ela brincou.

— Então só está pensando em você? – Perguntou indignado.

— Claro! Preciso estar viva pra conseguir fazer tudo o que quero nessa vida.

— E o que você quer fazer da sua vida? – Indagou interessado.

— Quero ser medibruxa. – Respondeu prontamente — Minha mãe trabalha no St. Mungus e uma vez, quando fui com meu pai buscá-la no trabalho, me encantei pelo que faziam ali.

— É um sonho muito bonito.

— E você, o que quer da sua vida?

— Eu nunca soube muito que fazer depois da escola. Acho que o fato de ter alguém tentando me matar desde pequeno não me deixa fazer planos em longo prazo. – Confessou o moreno.

— Se você não tem pelo que lutar, qual é a graça então?

— A paz no mundo bruxo não é o suficiente?

— Sim, é claro que é! Não estou dizendo para menosprezar a paz no mundo bruxo... Mas você tem que encontrar um motivo que seja somente seu. – Aconselhou.

   Harry absorveu as palavras de Sarah imediatamente. Talvez ela tivesse razão, se lutasse não só pelos outros, mas também por si mesmo, sua vontade de acabar com tudo aquilo ficaria ainda mais forte.

—E então, Harry... Qual é o seu sonho? – Insistiu a morena.

— Quero ser auror. – Respondeu prontamente — Quero evitar que outras pessoas passem pelo que passei.

— Acho que é um belo propósito. – Sarah falou sorrindo abertamente.

   Continuaram conversando sobre amenidades até que Rony e Hermione retornaram de sua ronda. Assim que entraram pelo quadro da Mulher Gorda, se uniram a Harry e a morena e continuaram conversando animadamente.

   Em um determinado momento, Sarah se despediu de todos e subiu para o dormitório deixando o trio sozinho em frente à lareira.

— Resolveu parar de implicância e conversar com ela? – Perguntou Rony afrouxando o nó de sua gravata.

— Achei que estava na hora de conhecê-la melhor.

— E qual seu veredicto? – Hermione indagou interessada.

— Ela é uma boa pessoa. – Confessou o moreno — Não é que não gostasse dela, só tinha minhas reservas...

— Até ai não é nenhuma novidade, você é assim com todo mundo. – Implicou o ruivo recebendo um olhar de reprovação de Hermione.

— De qualquer forma, conversamos bastante hoje. - Harry retomou antes que Hermione pudesse brigar com o amigo — Ela é uma pessoa sincera, me deu bons conselhos.

— Fico feliz, Harry. – Disse Hermione genuinamente — Sarah é uma boa pessoa e vai se sentir muito sozinha depois que Adam se formar no ano que vem.

— Acho que ela não vai mais precisar se preocupar com isso, não é? – Questionou Rony.

— Não, não vai. – Afirmou Harry. Depois da longa conversa que teve com a morena, percebeu que ela era o tipo de pessoa que ficaria ao seu lado quando precisasse e ele queria fazer o mesmo por ela. Sentia que poderia aprender muito com a morena, e era o que pretendia fazer.