Sarah escutava a conversa que acontecia entre Draco e Murta se sentindo dividida entre a curiosidade e a culpa por estar ali. Sabia que não deveria estar ouvindo nada daquilo, mas pensou que se continuasse ali, talvez, pudesse encontrar alguma prova de que Malfoy realmente armava algo.
— Eu não quero voltar naquele lugar nunca mais. - O loiro disse em meio a um suspiro — É terrível.
— Visitar seu pai era tão necessário assim? - Murta perguntou curiosa.
— Eu precisava ir. - Ele respondeu rapidamente — Eu precisava vê-lo... Tentar entender o motivo de ter feito o que fez.
— E encontrou a resposta que queria?
Draco respirou fundo e, enquanto narrava para Murta, reviveu tudo o que havia acontecido naquela conversa com o pai.
Flashback
Era como ser sugado para o fundo de um poço. A cada passo que dava pelos corredores da prisão, ele sentia suas forças se esvaírem mais e mais.
Enquanto seguia os dementadores pelo caminho que o levaria até seu pai, lembrou das diversas negativas que ouvira de sua mãe durante dias até fazê-la concordar com aquilo. Entendia os motivos de Narcissa agora.
O dementador que flutuava atrás dele se aproximou um pouco mais e ele pôde sentir um arrepio passando por seu corpo inteiro. Uma sucessão de lembranças ruins o arrebataram com força: A prisão do pai, o dia em que descobriu que teria que matar o diretor, o olhar de ódio que recebera de Sarah, descobrir que seu pai havia matado Fharell Standish, Sarah beijando Potter. Tudo parecia fazê-lo afundar cada vez mais no poço em que se encontrava desde que havia colocado seus pés naquela ilha, ou seria antes mesmo de chegar lá?
Os dementadores pararam bruscamente e apontaram para a cela à direita. Moveram seus dedos magros fazendo a porta de barras de metal enferrujado se abrir, levando Draco a entender que poderia entrar.
A porta se fechou e o loiro olhou em volta do ambiente escuro. Uma pequena janela minúscula, uma cama de concreto, água escorrendo das paredes... Aquela era a realidade do seu pai há meses e, provavelmente, seria a sua caso fosse pego tentando assassinar Dumbledore.
— Eu disse que não queria receber mais visitas.- A voz de Lúcio se fez presente, mas o mesmo não saiu das sombras. Draco percebeu que estava carregada de ódio, tristeza e vergonha, o que era completamente estranho vindo de seu pai.
— Eu passei dias tentando convencer minha mãe. - Draco disse — Eu precisava falar com você.
— Não quero que me veja desse jeito.
O patriarca se aproximou do filho, que prontamente entendeu porque o outro se escondia no canto da cela. Lúcio apresentava os cabelos longos encardidos, o rosto macilento com a barba mal feita e os olhos, sem vida, levavam grandes olheiras avermelhadas. Difícil associar aquele que via com sua figura paterna.
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❙ A Profecia Perdida ❙ Draco Malfoy ❙ Livro 1
Fanfic𝐀 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐈𝐀 𝐏𝐄𝐑𝐃𝐈𝐃𝐀┃Depois de ingressar na Armada de Dumbledore em seu quinto ano, a vida de Sarah Standish muda completamente. Além de se envolver com Draco Malfoy, filho do Comensal da Morte que odeia os Standish, a grifinória se ap...