(Cap. 03)

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~ Me Atire Aos Lobos Que Voltarei Liderando A Alcateia ~
🐺

~ • • • ~

Eu me encontrava trêmula na frente daquele espelho.
Eu queria muito cair da cama nesse exato momento e descobrir que tudo não passada de um pesadelo, mais a cada segundo que se passava eu via que não era isso, era Real, tudo Real.

- Vamos Senho... digo, Luana - sou mais uma vez despertada dos meus pensamentos pela Cris que me olha atentamente com um semblante preocupada - Ele ODEIA atrasos.

- T-tá bom - digo com uma voz trêmula.

Sai daquele quarto pendindo a Deus para que não acontecesse nada ou que me arrancasse daqui, o medo era enorme, minhas mãos chegavam a suar frio.
Logo cheguei naquela escada após andar pelos longos corredores acompanhada pela Cris, assim que cheguei ao final daquela escada minhas pernas travaram, minha boca secou, perdi minhas forças, perdi até o ar só de pensar em dar de cara com aquele homem que bota medo em qualquer um!!!

Logo sinto uma mão tocando levemente meu rosto, percebo Cris secando uma lágrima que havia insistido em rolar.

- Fique calma senhora!!!

- Eu já disse para não... - ela leva o dedo a minha boca fazendo sinal de silêncio e me dando sinal que ele poderia ouvir.

Apenas concordei e ela me guiou até uma porta enorme, ela ficou no lado daquela porta esperando que eu entrasse, olhei para ela como pedindo para entrar comigo mais a mesma apenas negou com a cabeça.

Respirei fundo, mesmo eu não querendo eu tinha que entrar lá.

Assim que entrei na sala de Jantar me deparei com uma cena o tanto que horrível que fez minha loba além de ter mais medo choramingar de tristeza e ódio.

Lá estava ele, sentado em uma cadeira com duas mulheres ao seu lado, elas estavam nuas basicamente e sujas de sangue, ambas se esfregavam nele.

Meu coração estava dilacerado, sentia como se uma parte de mim fosse embora para sempre.

- Está atrasada - sua voz era alta e clara.

- D-desculpa!!! - olhei para o mesmo sem saber oque falar.

- Eu te dei autorização para se dirigir à mim ou a olhar para mim? - apenas neguei com a cabeça - Venha - respirei fundo e fui mais perto e o mesmo me encarou - VENHA!!! - ordenou o mesmo.

Com medo fui para mais perto, ele olhava para mim fixamente, logo chamando minha atenção, me fez dar uma volta enquanto ele me avaliava da cabeça aos pés.

- Sente - Ele aponta para a cadeira quase ao seu lado, mesmo tremu-lá me sento.

Logo uma jovem vem, ela parecia ter só 12 anos, meu coração se apertou com aquela cena, trajada com vestes de empregada, tras um prato e coloca na minha frente, e se curva diante do Supremo e sai em seguida.

Olhei para o meu prato, arroz, bife e purê de batata, de relance olhei para o dele, um bife gigantesco cru é claro.
Me peguei olhando para aquele prato e meu estômago embrulhou só de entrar aqui sabendo na presença de quem estou.

Olhei mais uma vez de relance para ele vendo as meninas se esfregando nele e olhando com nojo para mim, o mesmo alisava o corpo delas.
Meu coração ia se apertando, olhando para a frente outra vez sentindo mais uma vez a lágrima pelos meu rosto, logo sequei de imediato torcendo para que ele não perceba, uma dor me tomava, minha loba estava ferida por causa dele, ele estava me matando aos poucos.

- Coma...

- E-Estou sem fome - digo sem o olhar com os olhos já marejados.

- EU MANDEI COMER - diz batendo com força na mesa e me assustando, logo outro tapa me foi dado, ele segura com força meu rosto me fazendo o encarar - agora COMA - Ele solta meu rosto o empurrando com força.

Com as mãos trêmulas pego os talheres, com o choro ainda entalado em minha garganta como, escuto risinhos das garotas que estão com ele, isso é uma humilhação!

Depois de comer oque consegui fiquei imóvel, a saudade dos meus pais bate, eles estariam comigo nesse momento, eu sei disso, estaria me protegendo, segurando minha mão nesse momento tão difícil para mim.

- Saia - diz ele com mão no rosto - Não aguento mais ver sua cara - Ele me olha irritado - Então agora Saia - Ele diz mais irritado ainda.

Me levantei assustada ainda mais vendo seus olhos se tornarem um vermelho como sangue.
Rapidamente sai de lá, subi as escadas correndo e fui até o quarto, enquanto corria Cristina corria atras me chamando.
Logo achei o quarto em que fiquei e logo me joguei na cama chorando, Cris entrou correndo e trancou a porta e foi até a cama se sentando ao meu lado e acariciando minhas costas.

- Calma Luana, porque choras? - ela tira parte do meu cabelo que cobria meu rosto.

Me sentei na cama olhando para ela que olhou meio assustada.

- Foi ele né? - pergunta ela com dó e apenas concordo - Vem... Tome um banho e se acalme, irei te trazer um chá para se acalmar.

Ela me leva ao banheiro, enquanto enche a banheira me olho no espelho, minha maquiagem estava borrada, agora os dois lados do meu rosto tinha a marca de sua mão, fechei os olhos sentindo as lágrimas voltarem.

- Vem - ela me ajuda a tirar a minha roupa e entro na banheira - Ja volto com seu chá - diz ela já saindo do banheiro.

Fiquei ali, em meio ao turbilhão de lágrimas que caiam, eu queria fugir daqui, mais não precisa ser nenhum gênio pra saber que a casa é toda vigiada, sinto cheiro de todos de longe.

Me encolhi naquela banheira abraçando minhas pernas como se eu fosse uma criança, o desespero era oque tomava conta de mim, eu tenho que armar logo um plano para fugir daqui e rápido, levaria Cristina se possível, ela é a única que me tratou bem aqui até agora, que mesmo tendo chegado hoje ela já secou minhas lágrimas e teve pena de mim pois sabe a gravidade da situação se tratando do Supremo.

Esfreguei meu rosto tentando tirar aquela maquiagem, logo ela entrou no banheiro e olhou a situação que aquilo ficou.

- Calma, deixa isso comigo - ela sai logo voltando com um removedor, ela se ajoelha ao lado da banheira e limpa meu rosto - Pronto.

Ela pega um roupão que estava pendurado e assim que me levato me visto com ele e vou para o quarto onde ela havia arrumado minha cama e trazido o chá.

Me deitei na cama e ela me cobriu me entregando a xícara.

- Porque? Porque eu? - olhei para ela com um aperto no meu coração - Tantas pessoas no mundo para eu ser companheira, justo ele! - ela segurou minhas mãos, ela era uma criança mais ainda sim passou a ser a pessoa que me acalmava em meio a tudo isso.

- Fique Calma, você é forte, tudo vai passar. - ela sorri de forma acolhedora.

- Não, não vai, e você sabe disso - a encarei - Você sabe que ele vai me fazer sofrer, você sabe como ele é uma pessoa fria e arrogante.

- Sim, ele é desse jeito, mais se você foi a escolhida tem algum motivo, porque você é forte e aguenta a barra.

Fui mais para o lado e dei sinal para que ela sentasse ao meu lado e deitei a cabeça em seu colo depois de ter tomado todo o chá.

- Eu não quero isso, quero o rejeitar - digo a olhando - Mesmo sabendo que isso levaria a minha morte mais depressa - chorei.

Chorei rios deitada em seu colo, eu não ia aguentar, já não suportei 1 dia, imagine como vai ser no futuro?!
Mesmo sendo sua companheira ele já havia me tratado daquela forma, com frieza e arrogância, como será daqui pra frente?

Com todos esses pensamentos adormeci em seu colo.

(...)

O Sol batia em meu rosto me dando certo incômodo se não fosse o calor que ele causava em minha pele, é algo que eu amo.
Lentamente abri os olhos vendo as cortinas abertas, olhei para os lados e por uma fração de segundos eu havia me esquecido que tudo não era um pesadelo.

Submissa Ao SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora