Nos passos do destino • Ereri

Passados presentes

"Mas então muitas coisas bonitas tornam-se ruins lá fora.
Oh baby, baby, é um mundo selvagem,
É difícil atravessar apenas com um sorriso."

(Tradução de Wild World - Cat Stevens)

  Aquilo estava um pandemônio.

  Com pouco mais de uma semana desde que Petra iniciou o tratamento, a escola já se encontrava uma bagunça. Ainda que tivesse a ajuda de Christa e Armin, as coisas saíam do controle.

  Dentre todas as pessoas que Eren entrevistou, poucas se encaixavam no perfil desejado por ele. Porém, quando as poucas que gostou iam para a prática, as coisas sempre mudavam e as que o diretor concedia um teste nunca eram como ele esperava, pois eram sim bailarinos ou bailarinas brilhantes, entretanto não eram tão excepcionais como professores, especialmente quando se tratava das crianças. Jaeger estava ficando desesperado, num beco sem saída.

  Como última alternativa, decidiu tentar dividir a turma de Petra, além de dissipar as aulas extras à própria turma, pois costumava concedê-las em casos específicos. Fez adaptações de horários para que todos pudessem colaborar e pediu a Armin que se dedicasse um pouco mais, dentro de suas possibilidades. Ainda assim as coisas não pareciam estar funcionando tão bem quanto o esperado, pois Christa estava tendo muito trabalho, quanto a si mesmo, Eren não se preocupava. Algumas pessoas que trabalhavam na escola podiam até ajudar nas aulas, porém os únicos professores disponíveis eram a loirinha e Eren, além de Armin que dava algumas aulas, todavia não podia estar sempre ali, então em questão de planejamento, não contavam com ele.

  Tudo parecia dar errado especialmente porque a mente de Eren estava longe.

- Tem certeza que você está bem? – Indagou o moreno à amiga que estava ao celular com ele.

- Claro. Eu já disse que só senti um pouco de enjoo, mas você sabe que isso é normal. – Disse Petra com a voz fraca.

- Tem certeza que não há nada que eu possa fazer? - Indagou ainda preocupado.

- Tenho sim, Eren... – Disse ela como se estivesse repetindo aquilo pela milésima vez, e na verdade, estava.

- Já comeu alguma coisa? Quer que eu te leve algo em especial? Você parece meio fraquinha...

- Não, obrigado. Olha, por que você não vai cuidar de tudo que tem pra fazer aí? Não precisa mesmo se preocupar tanto. Estou bem e minha mãe está comigo, então realmente não tem necessidade disso tudo. – Argumentou na tentativa de fazê-lo ficar menos tenso.

- Só estou... Preocupado. – Suspirou Jaeger.

- Eu sei disso! Mas não quero que pare nada para me ajudar com algo que não preciso de mais ajuda! Já tem muita gente aqui, então relaxa e vai fazer tudo o que precisamos aí na escola. Lembre-se da promessa hein!

- Claro – Ele revirou os olhos. – até parece que esqueço por um segundo sequer. - Ela riu do outro lado da linha e finalmente ele pôde respirar. – ‘Tá, já que você está bem e não precisa do velho amigo aqui, eu vou ver o que faço com a Christa em relação aos alunos. Estou ficando louco com tudo isso, não sei muito bem o que fazer.

- Se você achar que está demais, eu tenho uma sugestão. – Ela disse num tom animado.

- Diga.

- Você não precisa abrir inscrições esse ano. Se já está essa bagunça, imagine com a capacidade de alunos completa...

- Verdade. – Ele pareceu refletir sobre o assunto. – Eu vou pensar melhor sobre isso, nos falamos mais tarde.