Resposta

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Levi se virou imediatamente ao escutar o som metálico da cadeira se movendo sozinha.

Ele viu que Eren estava de pé e passava o antebraço no rosto.

— Ei! Você está bem? — Correu preocupado até o moreno, que parecia um pouco sem equilíbrio.

Segurou o braço do maior e tentou visualizar seu rosto, mas a cabeça baixa e os cabelos longos caídos pra frente dificultavam sua visão.

— Estou bem... — Disse o moreno.

Eren estava sentindo uma perturbação mental que não saberia explicar direito.

Aquilo tudo era verdade? Estava mesmo com Levi bem ao seu lado, se preocupando consigo ou era apenas um sonho?

Ele havia mesmo ficado porque queria ou por constrangimento?

E o bilhete? Será que ainda se lembrava?

Eram tantas as perguntas e nenhuma delas saía de seus pensamentos para sua língua. Nenhuma se tornava som. Estavam presas, assim como os músculos do moreno que insistiam em travar naquele momento, sendo que tudo o que ele mais queria era se jogar em cima de Levi, abraçá-lo e gritar que o amava.

— Não parece. O que foi? — O mais novo ainda duvidava. O olhar deixando claro que estava desconfiando.

É claro, não era fácil saber que durante aqueles meses Eren havia permanecido sem recuperar os movimentos e de repente estava de pé, de repente dava passos. E numa situação como aquela ficava ainda mais difícil perceber o que estava acontecendo com o corpo alheio, mas principalmente o que estava passando na mente que ultimamente era sempre turva na visão de Levi.

— É sério. Eu só… Não sei porquê ficou. — Respondeu sincero. Sua voz era delicada, fina como uma camada de gelo sobre o lago no inverno.

— Fiquei porque queria ficar. — Seu tom de óbvio estava límpido, sem sarcasmo ou acidez.

Então finalmente a tentativa de Levi teve sucesso e ele pôde olhar nas íris verdes sem empecilho algum. E estavam lindas! Brilhantes e com uma cor muito mais apetecível do que quando o reencontrou no hospital. Muito mais vívida!

Eren parecia mais aberto a algum diálogo. Parecia muito mais o “seu Eren” e isso fez Levi curvar os lábios numa simulação fraca de sorriso, mas que já significou muito para o mais velho.

— Então… Se é assim, o que a gente faz agora? — Questionou um pouco sem graça e tentando fazer as pernas se manterem firmes.

Realmente estava meio perdido.

— Eu acho que… — O baixinho olhou em volta. — É melhor comermos o que a Carla preparou. Ela não ía gostar de saber que teve todo esse trabalho e nem tocamos na comida. — O mais novo sugeriu.

— Hum. Isso não é porque você está com fome, né’? — Eren sorriu provocativo.

— Tsc. Como se você não estivesse também. — Revirou os olhos. — Vamos, idiota, vou te ajudar a chegar lá.

Os braços pequenos, mas firmes, de Levi deram apoio ao moreno, que sentia sua pele formigar um pouco sob o toque alheio. Era diferente estar novamente em contato com a pessoa que amava, mesmo depois de tanto tempo afastados. Com certeza era algo bom, ainda assim ele sentia-se esquisito, como se precisasse se readaptar.

Logo entraram na sala de jantar. Era um cômodo não muito grande, mas que comportava bem a mesa de seis cadeiras feitas em algum tipo de madeira pesada e avermelhada. Um lustre em formato esférico pendia do teto, porém não estava aceso. Apenas as velas vermelhas iluminavam o cômodo com o auxílio de um resquício de luz advinda da porta que dava na sala.

Nos passos do destino • EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora