Nossos projetos

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Levi

Nunca se viu uma noite como aquela acima de nós.

O céu parecia até mais escuro e as estrelas, mais brilhantes; quando na verdade, sabíamos que nós éramos os detalhes diferentes no contexto, tão meros quanto qualquer cometa perdido na imensidão.

O caminho pareceu longo demais e se não tivessem sobrado resquícios de trauma em relação a carros, eu teria inventado alguma gracinha durante o percurso entre a sorveteria e o meu apartamento alugado por menos dinheiro do que realmente valia.

Eren dirigiu rápido e até mesmo esqueci que deveria estar na escola. Segui fingindo que era meu dia de folga, pois não tinha uma falta sequer e nem pretendia ter daquele dia em diante.

Contudo, nós merecíamos aquela noite. Um dia em casa não faria mal.

Se fôssemos contar por aí tudo pelo qual passamos no último ano e até mesmo como estávamos naquele momento, todos entenderiam nossos motivos para querer um alívio.

Não era fácil. A vida adulta não é simples e mesmo que eu seja novo nisso, o peso das escolhas estava em meus ombros há mais tempo que de muitos outros caras mais velhos.

Eren e eu descemos do carro às pressas quando chegamos, tomando o cuidado de deixar o veículo no estacionamento próprio, na garagem do prédio, para não correr riscos desnecessários.

Mal entramos no elevador vazio e Eren já tomou meus lábios num beijo apressado, me apertando contra a parede metálica daquela grande caixa sufocante. Para mim, estava especialmente quente e abafada, pois meu próprio corpo estava assim, entrando em erupção, se aquecendo e perdendo líquido.

Era estranho como depois de tantas vezes em que nos tocamos, ainda era inegável o quanto o desejo não esfriava. É provável que agora, nos conhecendo tão bem, tenhamos a facilidade de perceber melhor o outro, tendo consciência do que é agradável ou não, sabendo exatamente como dar prazer. E em nosso caso, dar prazer é praticamente sinônimo de receber prazer.

Vendo a forma como normalmente Eren me olha, ao mesmo tempo em que me proporciona o orgasmo, sempre noto como ele bebe as minhas sensações como néctar num cálice de ouro. Se comporta como se eu fosse o mundo para ele.

Nossos beijos dentro do elevador não pararam e nem fiquei surpreso quando as mãos de Eren puxaram bruscamente minhas coxas para cima, encaixando-as facilmente em seu quadril. Logo voltou a me pressionar contra a superfície fria e passou a decorar meu pescoço com beijos, chupadas e mordidas. Com certeza aquela região ficaria vermelha, já que não sou a pessoa mais cheia de melanina do mundo. Não que isso me importe minimamente.

Aquela posição já me levava à loucura, quando ouvimos o aviso sonoro de que alguém entraria.

Dessa vez, fiquei surpreso em relação à naturalidade do meu namorado em me pôr no chão.

"Meu namorado..." Algo tão bom e fácil de se pensar.

Frutíferos fossem os caminhos por onde passaríamos dali até o futuro, pois tudo o que desejava era ser feliz ao lado dele, então iríamos espalhar mais felicidade por aí. Coisas boas tendem a se multiplicar.

Ainda que eu estivesse no chão quando uma mulher entrou no elevador, Eren fez questão de camuflar nós dois no canto. Se aproximou ainda mais de mim, ficando de costas para a outra ocupante, me fazendo preencher o espaço pequeno daquele cantinho entre ele e a parede metálica. Fiquei praticamente escondido pelo corpo alto e largo do moreno.

E que corpo...

Tirei uma casquinha, não nego.

Seria ingenuidade da parte dele, ter consciência do meu estado de tesão e esperar que não pusesse minhas mãos ali, naquele peitoral cheiroso, que não as deslizasse, aproveitando cada segundo onde podia sentir seu tronco em contato com meus dígitos ousados - mesmo sem saber de onde estava tirando tamanha coragem e atitude. Então fui descendo e sentindo tudo o que era meu, não por posse, mas por amor.

Nos passos do destino • EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora