Nos passos do destino • Ereri

Eu acredito em você

- É, parece que as pessoas têm passados que as condenam. – O tom era seco.

- Não é pra tanto, Hanji. Você também já foi apaixonada por outra pessoa. – Disse Levi, inocente sobre o real sentido do comentário da amiga.

  Se havia uma coisa na qual a morena se considerava boa, era em analisar comportamentos e o de Eren tinha sido muito estranho. Justamente quando começaram a falar sobre o passado e sobre confiança, o professor ficara nervoso e calado. Se não havia problemas no passado dele, com certeza havia algum motivo pra que não fosse confiável. Se Zoe já não sentia-se segura quanto ao moreno, agora então é que as coisas desandaram.

- É, não é pra tanto, mas talvez nem seja esse o real problema. – Ela encarava Eren intensamente, o que gerou um ar confuso em Levi.

- O que foi? – Ele não pôde deixar de perguntar. – Por que você está olhando estranho pra ele?

- Não foi nada, eu só achei meio engraçado isso de o Eren conhecer uma professora minha. O mundo é bem pequeno, não? De vez em quando descobrimos coisas que achávamos que nunca íamos descobrir. – Ela alfinetou o de cabelos castanhos e o viu retrair-se no banco da cozinha.

- É, às vezes sim. – Eren respondeu, sentindo-se culpado, pois por mais que Hanji não conhecesse sua história ou o segredo, a carapuça estava servindo perfeitamente para ele. – Vou lavar a louça.

  Ele se levantou e começou a juntar a louça suja da mesa.

- Eu te ajudo. – Levi parou a mão do outro que vinha em direção ao seu prato e se levantou pegando alguns copos.

- Não, tudo bem. Se a Hanji veio aqui é porque tem algo para conversar contigo. Vão pra sala conversar, eu já vou fazer companhia pra vocês. – Jaeger pegou de volta os copos na mão do menor e deixou um beijo na testa do mesmo.

“Mesmo que ele queira, ela nunca o deixará me perdoar”. Pensava Eren, tendo toda a certeza do mundo de que estava perdido.

- O que foi isso? – Levi quis saber ao ver o moreno se afastar e Hanji começar a dirigir-se para o sofá da sala.

- Nada demais. Estou só observando o seu namoradinho. Se Izzy pode não ser de confiança, o Eren também pode não ser. – Comentou displicente como se isso fosse apenas uma possibilidade banal.

- Isso não é uma competição entre os nossos namorados, Hanji! – Reclamou o amigo.

- Ela não é minha namorada e eu não estou fazendo eles competirem, só estou dizendo que assim como você tem direito de desconfiar das minhas companhias, eu também tenho direito de desconfiar das suas. Não estou querendo apenas pagar na mesma moeda, estou querendo é te proteger de algo que não está certo com ele. – Ela apontou na direção da cozinha.

- O que, por exemplo? – Ele questionou cético e sentou-se ao lado dela, fingindo estar disposto a ouvir, pois na verdade sua expressão era irônica. Não via motivos para a desconfiança da amiga. Se fosse em outro momento, a mandaria pastar, mas naquele dia especificamente estava com um pouco de paciência.

- Por enquanto eu não tenho provas, mas o jeito dele quando falamos do passado não me agradou em nada.

- Acontece que não posso basear minhas ações no que você acha, Hanji. Ele tem sido bom comigo, então não vejo porque desconfiar. Além disso, deve ser difícil mesmo pra ele falar sobre a falecida esposa. Você deveria entender. A morte na é algo com o qual se possa brincar.

- Hum... ok. – Disse ela, pouco convencida com aqueles argumentos.

- Você não concorda em nada, não é? – Ele revirou os olhos, visto que já conhecia a morena e suas reações.