Nos passos do destino • Ereri

Eu preciso disso, Lucy

Ei, fiz questão da promessa lembrar
Tu jurou minha mão não soltar
E se foi junto dela.
Ei, cê não sabe a falta que faz
Será que teus dias 'tão iguais?
Eu me pego pensando...
Ai, amor
Será que tu divide a dor
Do teu peito cansado
Com alguém que não vai te sarar?

Anavitoria

=^.^=

Levi não precisava acordar cedo naquela segunda-feira, uma vez que Grisha havia lhe concedido a dádiva de ir trabalhar apenas após o almoço, sendo que iriam fazer tal refeição juntos.

A folga se devia ao fato de o baixinho ter feito hora extra em pleno domingo naquela semana, quando deveria estar descansando, então acabou ganhando um pequeno tempo de descanso. Não que fosse ficar o dia todo em casa, porém pelo menos tinha a manhã livre. Mesmo assim não conseguiu ficar muito tempo na cama, visto que costumava dormir apenas por volta de quatro horas por noite. Isso quando dormia bem.

Levantou cheio de disposição, após ter ficado na preguiça na cama por uma meia hora. Arrastou os pés até o banheiro e lavou o rosto, mirando suas costumeiras olheiras que o deixavam com uma aparência de cansaço. Mesmo assim, sentia-se muito disposto. Até mesmo se pegou pensando em como havia mudado com o tempo. Era até engraçado comparar-se com o Levi de pelo menos um ano e meio atrás. Ele foi alguém muito menos tolerável, preconceituoso e sem perspectiva de vida. Agora estava alí, cheio de momentos de sucesso e mesmo que não fosse feliz, sabia que havia coisas para se fazer.

Decidiu lavar o cabelo para se refrescar mais, por conta do dia quente lá fora. No entanto, não se demorou muito realizando tal tarefa. Saiu do box com uma toalha enrolada na cabeça e outra em volta do quadril. Caminhou até a cozinha, apreciando  o fato de estar sozinho e por isso ter a liberdade de andar como queria pela casa, usando apenas uma toalha ou desnudo que fosse. Preparou seu novo — ou nem tão novo assim — vício: o chá preto. Além de pão francês com ricota. O que podia fazer se seus gostos eram peculiares?

Apanhou uma maçã da fruteira basicamente composta por três tipos de frutas e foi para a sala, no caminho tomando em mãos a mochila do gancho ao lado da porta de entrada. Pretendia estudar até o horário do almoço com Grisha, porém se recordou que passara um dia e meio sem lavar o banheiro, portanto diminuiu mentalmente o horário de estudos.

Após duas horas lendo sobre os últimos assuntos da escola, fazendo pesquisas na internet e organizado em pastas os textos dos últimos cursos feitos, bem como os respectivos certificados, levantou-se para se divertir.

Pois é, cada um tem seu conceito de diversão.

Quase sorrindo, sentindo o coração bater um pouco mais rápido, Levi pegou o alvejante e o desinfetante embaixo da pia, uma vassoura e um rodo. Colocou um lenço sobre os cabelos recém lavados e um avental, então entrou no banheiro munido de suas “armas” contra os germes e a sujidade.

Passou bons quarenta minutos lavando os azulejos, vidros e demais adereços do cômodo. Quando tudo estava tinindo, guardou seus aparatos e retirou seu uniforme de limpezas.

Era oficial, o banheiro estava um brinco. 

Suspirou orgulhosamente, satisfeito com o trabalho que admirava encostado ao batente da porta. O Ackerman até mesmo se coçava de vontade de tomar outro banho para aproveitar o cheirinho de limpeza, mas ainda não era hora. Também não possuía outras necessidades para sanar no momento, então poderia passar um tempo alí mais tarde.

Como tinha mais de uma hora até o almoço, organizou o pouco de bagunça do armário e escolheu uma roupa, deixando-a sobre a cama, decidindo que se arrumar com calma era bom. Foi aproveitar seu banho relaxante e vestiu-se devagar para não amassar a vestimenta. Não que aquele fosse um almoço especial, porém ele não gostava de andar amarrotado. Gostava de manter sua boa imagem com os elementos de seu trabalho, especialmente se esse elemento fosse o chefe.