O problema das ações extremas

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Eren: Quando sair do trabalho, me liga, tenho algo importante pra dizer.

  Ao ler a mensagem, Levi ficou pensativo. Não era do tipo que alimentava a curiosidade, porém não conseguia imaginar o que Eren poderia querer dizer de tão importante que não falaria logo na mensagem, até porque tinham se falado há pouco mais de duas horas.

  Cogitou a possibilidade de o outro querer falar sobre os sentimentos e o relacionamento deles depois do que tinha acontecido, entretanto isso seria improvável, visto que seria melhor dizer qualquer coisa quando estivessem juntos e não através de uma mensagem ou ligação. Ou talvez o moreno quisesse conversar sobre algo que estava lhe perturbando, fazendo algum mal, pois algumas vezes chegou a comentar que se sentia tranquilo para falar de tal assunto, ainda mais porque o baixinho já o tinha visto no limite de uma situação paranoica. Talvez quisesse desabafar e não podia esperar até o dia seguinte, por isso o jovem respondeu à mensagem, dizendo que ligaria assim que estivesse livre.

  Eren terminou de arrumar as fichas dos alunos que povoaram sua mesa anteriormente, passou um pano úmido sobre ela e deixou outros objetos e uma limpeza mais minuciosa para a segunda-feira. Pensou que o baixinho sentiria orgulho daquela parte do cômodo especificamente, porém ao olhar todo o resto, sorriu ao pensar nos xingamentos que receberia se Levi entrasse ali e observasse todo o espaço.

  Aliás, nos planos inicias o fim de semana seria dedicado à mãe e ao jovem de cabelos negros. Sentiu um frio na barriga quando este último lhe respondeu a mensagem demonstrando boa vontade em conversar quando tivesse tempo livre. Talvez o fim de semana não fosse ser como ele queria.

  Levi sequer imaginava a gravidade do assunto. Jaeger pretendia lhe convidar para conversar pessoalmente naquele dia mesmo, visto que não tinha cabimento falar sobre algo tão delicado por meio de uma chamada. Se fosse o caso, iria até a casa do baixinho, assim poderiam conversar livremente. Eren estava nervoso, entretanto tentava juntar alguma coragem para ter aquela conversa.

  O moreno subiu as escadas até o andar de cima e encontrou Christa e Armin terminando de arrumar seus pertences para sair. Não havia mais nenhum aluno no salão.

- Você vai com a gente? – Questionou ele ao ver Christa se juntar ao loiro.

- Claro. Mas não sei se vou poder demorar. – Respondeu ela.

- Por quê? – o moreno quis saber.

- Eu tenho pais. – Ela sorriu. – E uma namorada possessiva.

  Todos sorriam, no entanto Armin e Christa se olhavam sabendo que aquele era o momento de conversar com Eren.

- Olha, vamos andando. – Eles saíram da sala, descendo as escadas e enquanto fechavam as portas atrás de si, Armin recomeçou uma conversa, temendo a reação do amigo. – Eren... Eu sei que você não estava sabendo, mas a Petra não anda muito bem.

- Nossa, é mesmo? – Ele revirou os olhos. – Ninguém que tem câncer se sente bem, isso é óbvio.

- Não, mas... Não é só isso. Ela tem evitado que a gente apareça lá. – Resolveu ser direto. - Todas as vezes em que você ligou, ela te deu desculpas pra que você não precisasse deixar nada de lado na sua vida para vê-la. – O loiro viu o amigo parar de andar e cerrar os punhos. - E não foi só com você. Ela estava tentando poupar a todos nós de vê-la naquele estado e de desmanchar nossos planos só para estar ao seu lado. – Confessou Arlert. – Tudo bem que é uma coisa muito estúpida, mas... – Ele deixou a frase morrer.

- E isso a fez muito mal. – Continuou Christa, sabendo que Armin havia se perdido nas palavras e pensamentos. - A imunidade dela está baixa e a tristeza não ajuda. Saímos anteontem para ficar com ela por esse motivo. Hoje a Annie esteve lá o dia inteiro, mas não pôde ficar pra dormir. Precisamos fazer isso o tempo todo, pelo menos por uns dias. A Lena e nós temos medo que a situação piore. O tratamento está indo bem, mas qualquer coisa pode atrapalhar.

Nos passos do destino • EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora