Primeiro dia e as consequências

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Lembro da primeira vez que te vi.

Não me apaixonei de cara, mas senti algo diferente.

Não cogitei o futuro, mas senti que acontecia algo no presente.

Sejamos francos, uma das primeiras coisas que surge é o interesse, a vontade de saber quem é aquela pessoa que chama atenção.

Numa comparação com o dito popular, não é que tenha julgado o livro pela capa, mas foi a capa que me deu o interesse de ler.

Gustavo Lacombe


Voltar pra casa ao fim daquele dia era pela primeira vez um alívio.

  Levi fugiu de dar de cara com Zackley na mercearia e entrou quase sem ser notado. Nunca tomou um banho tão demorado. Parecia que aquele maldito dia não acabaria e Irwin nunca desgrudaria dele.

  “Porra, uma escola de ballet? Isso deve ser uma pegadinha...” Pensava ele enquanto a água escorria por seu corpo e relaxava seus músculos.

- Cadê as câmeras?! – Ele falava sozinho embaixo do chuveiro.

Preciso de sexo. Seria ótimo aliviar a tensão agora, porque porra... Ballet?! Cara... isso não pode ser sério!” Ele estava em completo estado de negação. “O que Farlan vai pensar? E meus amigos – colegas da academia – vão me ver como o que? Posso ser gay, mas não sou fresco... Que merda, isso é coisa de mulher!” Socou a parede do banheiro completamente revoltado.

  Não era uma questão de ódio real e sim de falta de informação, era preconceito em seu sentido mais literal de conceito pré-definido, porém Levi considerava que sua imagem de homem másculo devia ser preservada e ser bailarino não o ajudaria nisso. Sonhava em lutar, não em dançar. O que a comunidade dos tatames pensaria de um lutador bailarino?

  A água escorria por seus cabelos e descia pelo corpo mudando de rota a cada músculo definido que encontrava. Ele passava a mão sobre a pele esperando que aquela simulação de massagem com água morna o fizesse relaxar. Lavou os cabelos massageando o couro cabeludo com força. Colocou um pouco de sabonete líquido na mão e esfregou formando a espuma, tentou limpar seus pensamentos se concentrando apenas em seu ritual de limpeza. Encostou-se à parede e com a ajuda da esponja começou a esfregar o corpo. Aos poucos imaginava que os problemas estavam indo embora junto com a água. Desligou o chuveiro, permaneceu fazendo círculos na pele com a bucha e se perdeu nos movimentos. Imaginou o que mais poderia deixa-lo relaxado. Automaticamente veio um corpo forte em sua mente, popularmente atraente, entretanto ele pensou que não era aquilo. Então, sua imaginação mudou para um corpo magro, a personificação da beleza em seu ponto de vista, talvez sentisse mais atração física por homens fortes, mas os magros o deixavam com uma sensação maior de conforto e domínio, visto que ele mesmo era forte, então necessitava da diferença para balancear, para sentir-se no controle. De início pensou num corpo magro e com a pele pálida como a sua, porém achou que seria mais sexy uma pele um pouco mais bronzeada. Aos poucos sentiu como ficava duro e com a ajuda do sabonete ele deslizou a mão pelo membro mediano. Suas costas se arquearam e qualquer um acharia sexy a maneira como os músculos daquele locam se moveram. Ele se masturbava e imaginava uma boca chupando-o e depois o corpo magro se movendo sobre si.

Puta merda... - Ele arfou em meio às sensações trazidas pela ejaculação.

  Se masturbar não era algo que Levi fazia com frequência, porém quando precisava relaxar, buscava essa saída ao invés de consumir produtos tóxicos. Ele procurava manter os hábitos saudáveis a qualquer custo, ainda que muitas vezes consumisse grandes quantidades de álcool junto com os amigos, mas não chegava a ser um vício e sim, uma escapatória da realidade. Algo que a grande maioria dos adolescentes e jovens fazem.

Nos passos do destino • EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora