Nos passos do destino • Ereri

Distância

"Levo-[o] sempre dentro de mim,
Entre as sombras serenas das estradas,
Em meio ao segredo doce das romãs, dos alecrins,
Levo-[o] sempre dentro de mim.
Ainda que o fardo da saudade
Faça mais pesada ser a caminhada."

Tonho França

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Eren

(Flashforward, um ano e meio)

Se digo que as coisas não podiam acabar de um jeito melhor, talvez meus amigos fossem afirmar que estou sendo apenas um bobo apaixonado. No entanto, vocês vão entender quando eu contar.

Mesmo longe, Levi e eu sempre seríamos os cúmplices que aprenderam a aceitar o outro com tudo de bom e de ruim que possuíamos. Nos despimos das máscaras e descobrimos os verdadeiros rostos por trás dos papéis que impuseram a nós por tempo demais. Não estávamos mais dentro dos antigos estereótipos. E pensar no quanto mudamos, nos fazia sorrir.

Eu podia não ver mais o sorriso dele, mas sei que tudo o que fazemos aqui, o faz sorrir lá.

(Fim do flashforward)

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Passaram-se três meses desde o pedido de namoro e também faltavam apenas três para o fim do ano.

Até ali, algumas das coisas que Levi e eu esperávamos não se concretizaram.

A começar pela quantidade de pessoas envolvidas no projeto de viagem.

Minha turma para o curso de alemão se formou com apenas seis alunos, sendo dois adolescentes e quatro jovens. Um desses jovens era o Levi. Ele se propôs a aprender algo de um novo idioma e parte de seus costumes, que era sobre o que, dentro das normas, se tratava o curso.

Penso que ninguém pode imaginar o quão orgulhoso fiquei quando meu pequeno namorado mostrou interesse em aprender. Isso porque ninguém pediu ou o fez sentir pressionado em relação ao curso. Na verdade, eu sequer o havia convidado, unicamente por achar que já tinha ocupações demais. Entretanto, Levi apenas escolheu participar e pronto, estava decidido.

Lembro que não foi tão fácil assim fazê-lo voltar para a escola, então configurava-se uma ótima surpresa que dessa vez tenha sido tudo por iniciativa própria, ainda que nos últimos tempos tivesse ficado bem claro o quanto ele gosta de aprender. Até mesmo sua sede pela própria área de trabalho ficava, aos poucos, mais nítida.

À essa altura, ele não falava mais em lutar, mesmo que eu tivesse notado o quanto ainda adorava parar para ver as lutas na televisão. No entanto, vejo isso como algo normal, considerando que um dia havia sido o seu sonho.

Felizmente o Ackerman parecia ter superado essa questão e conseguiu mudar o enfoque de sua vida, criando novos sonhos para seguir.

Então na data marcada, lá estávamos nós, numa sala da Lunar, sentados em círculo, enquanto eu passava para eles uma folha com algumas dicas sobre o alemão.

Minha ideia nunca foi ser um professor autoritário, então pedi que tirassem dúvidas e fizessem comentários antes mesmo de começarmos de fato. Havia muito temor em suas falas e o receio do fracasso era uma delas. Contudo, as mentes mais novas estavam sempre a pleno vapor, prontas a aprender qualquer coisa.

Como sempre, meu jovem namorado não era de falar muito, porém observava com afinco e, assim como os demais, aprendia rápido. As vantagens de uma mente afiada.