Jimin P.O.V
— Em algum momento o senhor impediu o acusado em seu ato de abuso sexual?
— Não, senhor.
— E por que não o fez? — Mark estava em pé diante da turma e com vários papéis em sua mão.
— Porque eu não tive forças para falar nada, em uma situação como essa eu apenas sabia chorar e esperar para que tudo acabasse logo.
— O senhor pediu por ajuda?
— Não, senhor. — Mark é um rapaz esperto, ele tem maestria ao interrogar alguém, sabe ir com calma, analisando os mínimos detalhes de quem está a sua frente. Para ele é fácil saber quando o interrogado está mentindo e eu continuo testando isso.
— Senhor Park, o acusado utilizou violência ou grave ameaça para que você o seguisse até seu apartamento? — é fato, estou totalmente fascinado pela inteligência do meu aluno.
— Não, senhor.
— Então, meus caros jurados, o acusado Lee Taemin não pode ser julgado pelo estupro do réu Park Jimin. Usando o código penal, falando sobre estupro, podemos utilizar um artigo. O artigo 213 diz, abre aspas, forçar alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar/permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso*, fecha aspas. — lutei para que um sorriso não se formasse em meus lábios, definitivamente estou muito orgulhoso — Ainda é possível usar o inciso 1 que diz, abre aspas, se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de dezoito anos ou maior de catorze anos. Sendo assim a pena do réu seria de 20 anos, no máximo, se ele fosse acusado de estupro. Todavia, usando as próprias respostas do interrogado, não houve nenhum ato de violência ou ameaça quando o meu cliente o levou para seu próprio apartamento, por isso, eu alego objeção a acusação de estupro que Lee Taemin levou. — o sinal que aula havia acabado nos despertou e assim todos saíram da sala.
— Mark. — chamei antes que ele saísse da sala.
— Sim, professor, me desculpe por-
— Não se preocupe, você não fez nada errado, na verdade, eu gostaria de parabenizá-lo.
— Como!? — o mais novo parecia um tanto confuso e eu não o julgo por isso.
— Devo te confessar uma coisa, eu sequer pensei nisso. Seria um trunfo muito grande para o senhor Jeon se ele tivesse pensado nisso. Apesar de que o Taemin provavelmente ainda seria acusado de pedofilia, mas a pena dele seria reduzida, levando em conta que eu era a vítima principal. — estendi a mão para cumprimentar meu aluno e ele retribuiu o aperto com um sorriso fraco — Foi muito inteligente da sua parte Mark, mesmo sabendo que o Taemin me ameaçou, ainda assim não seria considerado grave ameaça, eu realmente vejo muito potencial em você, por isso gostaria de lhe propor algo.
— Oh! Sim, claro, claro, professor. — de certa forma eu vejo um pouco do meu eu mais novo em Mark. Quando estava na faculdade tudo era questão de vida ou morte, no dia em que me propuseram a simulação de um júri em sala de aula e eu tive que argumentar contra Jungkook, foi o dia mais importante da minha vida. Eu estudei tanto que parecia que o sono nem existia mais, passei dois dias inteiros mergulhado em livros. Jungkook era o melhor aluno da sala e em outras simulações como aquele ele nunca havia perdido. Me orgulho desse feito até hoje.
— Suponho que saiba que eu tenho um escritório, certo? — o moreno assentiu — Gostaria que viesse trabalhar comigo, mas apenas como um estágio. Você irá acompanhar o novo caso de perto e poderá me auxiliar, se for necessário, além disso, por ter mais tempo comigo eu também estou disponível para tirar suas dúvidas. O que me diz?
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Case Closed - Jikook
Художественная прозаHá quatro anos atrás eu amei alguém... Me entreguei a esse alguém, eu estava apaixonado, éramos jovens, talvez eu tenha me iludido pensando que havia encontrado meu príncipe encantado. O que aconteceu? Simples, ele foi embora. Foi embora e me deix...