Meu querido e sexy, CEO.

Pedido de ajuda

Alguns dias depois…

Alguns dias se passaram desde o encontro inesperado com o cara que perturbou minha vida durante alguns anos. Conrado me procurou, tentou entrar em contato comigo para saber o que de fato aconteceu mas eu decidi ignorar, não estava com coragem de dizer tudo que aconteceu, imagina só as pessoas me julgando novamente e me apontando o dedo dizendo que eu estou mentindo ou ficando louca? Assim como aconteceu em minha cidade natal. Eu não aguentaria passar por tudo isso de novo, não aguentaria enfrentar os policiais que iriam fazer piadas da situação ou até mesmo apontar o dedo para mim e perguntar o motivo pelo qual eu nunca o denunciei, pois com as minhas denuncias arquivadas a ficha do bendido demônio chamado Henrique, continua limpa. Ele teve todos ao seu lado para dizer que eu estava louca e que ele era um marido exemplar, por que as pessoas gostam tanto de se enganar? Todos julgam mas ninguém nunca sabe pelo inferno que você está passando.

Eu fui agredida, humilhada, abusada e inferiorizada pelo meu companheiro durante alguns anos e a única coisa que as pessoas diziam era que eu era ciumenta e fazia isso para prejudica-lo, que os machucados era eu quem provocava. Era óbvio que os de fora não iriam acreditar em mim, já que nem meus próprios pais ficavam ao meu lado quando eu "supostamente" dizia que estava sendo agredida pelo meu marido perfeito.

O telefone de minha mesa toca me fazendo levar um pequeno susto, atendo quase que imediatamente.

— Onde pretende almoçar? — A voz de Alba se faz presente do outro lado da linha.

— Aqui mesmo, você me acompanha?

— Conte comigo, eu gostaria de te pedir um favor mas digo quando nos vermos pessoalmente. — Digo um "ok" e nos despedimos.

Alba que se transformou em minha grande amiga, me ajudava a entrar de forma escondida no prédio onde eu trabalhava. Eu contei para ela que o policial veio atrás de mim por vingança e que eu não sabia como entrar e sair da empresa sem ser vista, então Alba me apresentou a entrada dos fundos onde os funcionários da limpeza descarregam os lixos nas enormes caçambas para serem transportadas pelo caminhão de lixo.

Entro e saio por lá sem ser vista, sei que Henrique está na minha cola e sei também que está esperando o meu primeiro deslize para me pegar.

Desde o incidente eu não falei com Conrado, ele foi embora pra Itália e nunca mais deu sinal de vida, devo admitir que a última vez que nos falamos eu fui um pouco rude com ele, falei que não era para se meter na minha vida e dos meus assuntos cuidava eu, e que também era para me esquecer e me deixar em paz. Parece que o fora foi respeitado e agora não tenho nenhuma notícia sobre ele.

— Júlia, tem um policial te esperando na sala de reuniões. — Meu sangue gela quando recebo aquela informação. Abro um sorriso nervoso pro segurança do setor e respiro fundo. Quer saber? Está na hora de encarar esse monstro.

Me levanto de cabeça erguida e sigo até a sala de reuniões, qualquer movimento dele eu faço um escândalo.

Entro na sala e deixo a porta encostada, fico o mais próximo possível dela. Henrique me olha com aquele sorriso ridículo mostrando seus dentes tortos.

— Pensou mesmo que ia se esconder de mim? Quando você vai aprender que eu sempre consigo o que quero? — Entrelaço os dedos na frente do corpo e respiro fundo.

— O que você quer? — Ele se aproxima de mim mancando e dá um tapa em sua perna direita.

— Você tem uma ótima pontaria minha princesinha, sabe que ficarei manco pro resto da vida? — Dou um sorriso venenoso.

— Parece que estamos quites, já que tenho marcas que também irei carregar pro resto da vida.

— Acabou a brincadeira, você vem comigo ou eu te coloco atrás das grades por tentativa de homicídio. — Depois de anos guardando tudo dentro de mim eu finalmente crio coragem para dizer tudo que guardo, bato em seu peito o pegando de surpresa.