— Eu preciso de ajuda. — Olho para sua expressão aflita e volto a deixar a maleta no chão próximo da porta.
— O que está acontecendo Júlia? Me diz. — Ela se senta no braço do sofá e consigo perceber que está esgotada, em cima da mesa de centro tem um cinzeiro com algumas guimbas de cigarro, e um copo com um líquido transparente repousa ao lado, tenho quase certeza que é um copo de vodka. Abaixo de seus olhos estão marcas pretas que demonstram seu cansaço.
— Henrique é meu ex marido, eu fugi de minha cidade natal pois ele me agredia. Eu tentei mata-lo mas sou tão burra que senti medo e ao invés de acertar no peito ou na cabeça eu simplesmente dei o tiro em sua perna. Com medo de sua vingança eu simplesmente resolvi fugir, mas agora ele me encontrou. — Fico a observando durante alguns minutos e infelizmente faço a mesma pergunta que todos costumam fazer quando descobrem que uma mulher foi ou é agredida pelo marido.
— Por que não denunciou?
— Porra eu denunciei, milhares de vezes. Cada maldito dia eu estava lá denunciando, mas ele era o maldito xerife e arquivou cada uma das acusações eu era conhecida em toda a cidade por ser a louca ciumenta que armava pro marido. Eu fui a maldita vilã nessa história, e ele a vítima. Quando se trata do sofrimento de uma mulher, as pessoas fecham os olhos e sempre arrumam uma desculpa para colocar a culpa na vítima sempre a fazendo virar culpada. Eu preciso de ajuda para me livrar dele, ele está atrás de mim com um mandado de prisão. Conrado eu também não sei como ele ainda não sabe meu endereço. — Ver seu desespero e esgotamento me deixam de cabelo em pé.
Me aproximo dela e a envolvo em meus braços, com certeza irei parar esse homem. Mas primeiro tenho que tira-la daqui pois esse idiota irá encontrá-la cedo ou tarde e eu não posso permitir isso, pois se esse homem encostar um dedo nessa mulher novamente eu acabo com ele com minhas próprias mãos.
— Você precisa sair daqui, eu não gosto da ideia dele te encontrando aqui sozinha. — Ela se afasta de mim e nega com a cabeça.
— Não posso, preciso dar um jeito nisso. Não quero voltar a me esconder! — Concordo pois entendo seu lado.
E para evitar uma discussão eu me sento no sofá e a faço sentar ao meu lado.
— Você precisa denunciar ele de novo. Temos sua ficha na empresa e ela está limpa, sem nenhuma acusação. — Quero cuidar dela, deixá-la protegida mas ao mesmo tempo preciso entrar em contato com algumas pessoas e não posso fazer isso daqui, não posso deixá-la aqui sozinha com o risco daquele maldito homem vindo até aqui.
— Bote uma roupa e vamos comigo até o hotel eu preciso entrar em contato com algumas pessoas e não conseguirei fazer isso daqui. — Ela concorda sem pestanejar.
Sua expressão transpira cansaço e preocupação, me aperta o coração ter estado tão longe sem saber o que estava acontecendo com ela de verdade.
Depois de alguns minutos, Júlia retorna carregando uma mochila. Está usando uma blusa de alça branca e um short jeans preto, seu cabelo está preso em um rabo de cavalo e os óculos de sol escondem seus olhos cansados.
Entramos em meu carro e eu logo me viro pra ela enquanto o motorista da a partida.
— Desde quando você não descansa?
— Desde sempre, não consigo ter três horas direto de sono sem ajuda dos remédios. E agora está tudo tão difícil e complicado. — Sem pensar duas vezes eu a puxo para meus braços e passo as mãos pelo seu cabelo.
— Eu vou resolver isso, vou cuidar de você.
— Obrigada. — Ela diz e se aconchega ainda mais em mim.
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Meu querido e sexy, CEO.
RomanceJúlia Carter, com a esperança de fugir do seu marido agressor resolve ir embora de sua Cidade Natal rumo a Cidade grande. Morando há algum tempo em Madrid ela estava com sua vida quase estabilizada quando recebe uma mensagem de demissão, seu chefe t...