Capítulo 4 - Melhores amigos até o último aviso

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Permaneci deitada em minha cama no dia seguinte. A minha aparência sugeria que eu estava doente. Nada me animava naquele momento.

Mais tarde, alguém tocou a campainha. Uma. Duas. Três vezes.

— Andy, a porta! — berrei. A campainha tocou mais uma vez — Céus, não se fazem mais empregadas como antigamente... JÁ VAI! — me levantei e abri a porta.

Meu rosto ficou branco ao ver que era Peter a pessoa parada na porta. Minha reação foi quase que imediata. Tentei fechar a porta, mas ele segurou.

— Eu queria me desculpar por ontem, Mollie. Eu sei que agi errado, por favor... somos namorados, um time, não é? — não respondi — Eu sou um idiota, me exaltei. Pode, por favor, me perdoar?

Depois de alguns minutos, abri a porta e o encarei. Ele pareceu aliviado.

— Acho que ir para Ocean City não vai ser um problema, afinal. — Bati a porta e voltei para o meu quarto, as lágrimas surgindo novamente.

Meu pai chegou do serviço cansado aquele dia.

— Você faltou aula, Mollie? — ele perguntou com um olhar extremamente cansado. — Não minta, Andy me contou.

Aquela empregada idiota!

— Sim, pai... mas eu tenho um motivo, eu juro...

— Me poupe de suas explicações, já falei com a sua mãe e você vai passar as férias em Ocean City. — Apenas concordei com a cabeça.
 
 
 
Consegui evitar Peter e todas as explicações nas semanas seguintes. As férias finalmente (ou infelizmente) estavam chegado. Os meus amigos já estavam cientes, graças ao meu pai e a Peter, de que eu não iria para Ibiza esse ano. Eles ficaram decepcionados e vieram me perguntar a razão, mas pararam quando os cortei com uma resposta "seca" e curta.

O último dia de aula antes das férias estava monótono. Eu estava guardando os meus materiais quando Charles entrou em minha sala.

— Que história é essa, Mollie? Como assim não vai mais para Ibiza?

— Eu tive uns problemas pessoais e vou para Ocean City nessas férias.

— Não! Você sabe o quanto Paula economizou para essa viagem? Ela não tem dinheiro como nós.

Soltei o ar, impaciente.

— Sei disso, Charles. Mas a questão é que não há nenhuma chance de eu ir. Por que vocês não vão sozinhos?

— Você só pode estar de brincadeira... planejamos há séculos essa viagem!

— EU SEI! — respirei fundo — Eu não vou. Ponto final.

— Sua vadi...

— Charles, sai daqui agora! — Debby apareceu na porta.

— Você vai se arrepender, Mollie. — Charles me olhou irritado e saiu da sala.

Debby não fez perguntas, para o meu alívio. Quando saímos juntas daquela sala, percebi que todos estavam me olhando e rindo. Talvez deveria ser coisa da minha cabeça.

— Oi, linda! — gritou um cara que eu nunca tinha visto naquela escola. Apenas ignorei.

Eu estava indo em direção ao meu armário quando um grupo de garotos mandaram beijos no ar.

Abri o meu armário e entrei em choque com o que estava diante de mim. Uma foto em que parte da minha saia estava rasgada e havia algo escrito em minha testa de caneta preta:

"Mollie, the cheap bitch."

Debby rasgou o cartaz e gritou:

— Que merda é essa? Quem fez isso vai pagar caro!

Fiquei paralisada. Isso não podia estar acontecendo comigo.

Alguns minutos depois eu me encontrava no banheiro feminino me debulhando em lágrimas.

— Você precisa falar com a diretora, Mollie. — Debby me entregou mais um lenço.

— Não... eu já sei o que ela iria dizer — solucei.

A minha amiga ficou comigo o tempo todo no banheiro. Pelo menos eu iria estar bem longe de Washington no dia seguinte.

Apenas por um VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora