— Cameron. Cameron Hall. — Comecei a rir com a coincidência. — O que foi?
— Seu sobrenome é parecido com o meu. Hans e Hall. — Falei em meio a risadas.
— Mas a pronúncia é totalmente diferente. O seu é "rãns". E o meu é "roul".
Comecei a rir desesperadamente com o jeito que ele pronunciou nossos sobrenomes.
— Então, você gosta de corredores? — perguntei, rindo.
— Ah, para! Eu não tenho culpa de ter esse sobrenome! — riu ele.
Ficamos um tempo olhando para o mar e rindo. Quem diria que esse cara iria me fazer rir em meio a tantos problemas.
— Me conte mais sobre você, Hall. — Cortei o silêncio.
— Não tem muita coisa para falar sobre mim. As pessoas geralmente me conhecem depois que entram na água comigo.
Olhei incrédula para ele.
— No mar?
— Sim, no mar.
— Vai sonhando!
Eu não iria entrar no mar. E eu tinha uma boa razão. Mas óbvio que Cameron não podia saber disso.
— Você tem medo de tubarões, Mollie? Uma garota que têm mechas legais no cabelo não pode ter medos.
— O que o meu cabelo tem a ver com medos, Hall?
— Eu só estava brincando! E pode me chamar de Cameron.
— Certo, Hall.
Começamos a rir novamente.
Estava ficando tarde, e passamos um bom tempo conversando sobre sobrenomes e outras coisas sem importância. A questão é que eu não havia contado nada sobre a minha vida pessoal, o motivo de eu ter parado naquele fim de mundo e a razão de eu não entrar no mar. Nem Cameron me contou sobre sua vida pessoal. Será que ele tinha amigos? Haviam mais jovens naquela cidade pequena e pacata? Eu tinha muitas perguntas, mas nenhuma delas ousava sair da minha boca. Por fim, decidi que era melhor ir embora antes que a curiosidade dele (ou a minha) fosse maior.
— Anne é parente sua? — perguntou ele quando eu estava me levantando.
Pensei um pouco antes de responder.
— Sim. E Leslie é a minha tia.
— A Leslie é irmã da Anne?
Cortei o assunto.
— Até mais, Hall!
— Espere, eu quero saber...
Antes de ele terminar a frase, eu já estava correndo em direção a casa da minha tia.
— Por onde você andou, Mollie? — Anne estava parada na porta da casa com os braços cruzados. 07:00 horas da noite era um horário tarde para se chegar em casa naquela cidadezinha.
— Por aí...
— Você não conhece ninguém nessa cidade. Como pode sair andando por aí sozinha?
— Eu me virei sozinha muito bem nesses últimos 16 anos. — Falei e entrei na casa.
Leslie não estava na sala, o que era bom. Queria entrar em meu novo quarto com a memória fresca dos últimos acontecimentos. Não que tenha acontecendo nada de extraordinário, foi apenas uma conversa amigável. E sem sentido. Me joguei na cama e comecei a pensar nas covinhas que se formavam toda vez que Cameron sorria. Não que eu tivesse reparado muito nele, ficamos juntos pouco tempo. Eu só sabia duas coisas sobre ele. 1) Seu nome. 2) Que ninguém o conhece antes que entre no mar com ele.
Definitivamente eu não iria entrar no mar. Eu tinha outros meios de descobrir as coisas sobre alguém. Seria difícil, pois eu não conhecia ninguém naquele lugar. Mas difícil não significa impossível. Adormeci em meio aos pensamentos.
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Apenas por um Verão
RomantizmMollie Hans só se preocupava com uma coisa: a viagem para Ibiza nas férias de verão. Ela havia planejado isso com os seus melhores amigos. Bem, se é que pessoas que falam pelas costas e se importam mais com as aparências podem ser chamadas de "melho...