Por exatamente uma semana procurei por Cameron para explicar o motivo de toda aquela confusão. Mas ele tinha sumido do mapa. Agosto já havia chegado e eu estava muito preocupada. Tentei afastar os meus pensamentos e me ocupar no livro que estava lendo, uma obra clássica. A linguagem era demasiada difícil para compreender, e eu precisava de toda a minha atenção focada ali para entender a história. Mas simplesmente não conseguia focar.
O dia estava quente e eu não tinha a mínima vontade de levantar da cadeira de balanço. E sem querer, comecei a chorar. O meu verão estava sendo maravilhoso até Jessyca e Peter arruinarem. Enxuguei as lágrimas. Eu sou a nova Mollie Hans, e a nova Mollie não chora por coisas bobas. Mas Cam não era algo que envolvia um assunto bobo, era? Senti a mão da minha mãe tocar a minha, me virei em sua direção e lá estava ela sentada ao meu lado.
— Querida, pode me contar o que houve. Sei que não temos uma relação muito boa de mãe e filha, mas pode me contar. — Disse ela.
Suspirei. Eu precisava falar com alguém.
Contei para ela tudo. Sobre como eu gostava de Cam e como o meu ex-namorado e a ex-namorada dele estavam atrapalhando tudo. Ela pensou por um tempo antes de falar:
— Quando se é jovem, as coisas se complicam quando o assunto é amor. Mas a vida é muito curta para não aproveitar cada segundo. Ficar com ressentimento, com um rancor guardado, é idiotice. Vá atrás de Cameron e explique a situação. Se ele não entender, não é o rapaz certo para você. Quanto aos amigos que estão atrapalhando vocês, ajude-os. Eles querem ser amados e não sabem como.
Uau. A minha mãe havia passado por tanto esses anos e eu nunca percebi a mulher forte e batalhadora que ela é. Dei um forte abraço nela e sorri. Anne sorriu de volta. Me assustei quando sua expressão se tornou séria.
— Isso é uma tatuagem? — perguntou ela olhando para o meu pulso.
— Longa história... — dei de ombros.
Quando me dei conta, estava correndo para procurar por Cameron Hall. Ela não pareceu brava por eu ter feito uma tatuagem.
Bati na porta da casa dele. Zack, como eu esperava, abriu a porta.— Cameron está? — Antes mesmo de ele responder, vi Cam correndo e se escondendo.
— Ele não quer falar com você. — Disse Zack. — Mas quando eu fechar a porta, pode dizer o que tem vontade. Ele vai ouvir. — Sussurrou para mim e fechou a porta.
Senti a presença de uma pessoa atrás da porta fechada. Respirei fundo.
— Cameron, eu sei que está aí. Por favor, me escute. Você sabe que eu não me importo com Peter e nem com a minha vida em Seattle. Eu ia jogar a pulseira fora e a Jessyca me viu, perguntou se podia ficar com ela e eu disse que sim porque tinha esquecido do "Mollie & Peter". Eu não estou em contato com ele, até porque esse garoto me fez mal. A única pessoa com quem quero estar em contato e com quem quero passar todos os dias, é você. Eu te amo, Cameron Hall.
Não obtive respostas nos dois minutos seguintes. Já estava me afastando da casa. "Se ele não entender, não é o rapaz certo para você." A voz da minha mãe soava em minha cabeça... ela tinha razão. Está tudo bem, pensei.
Uma lágrima se aproximava quando ouvi alguém gritando meu nome.
— Mollie! Mollie!
Me virei e vi Cameron. Ele corria e gritava por mim.
— Eu também te amo, garota. — Ele sorriu e as covinhas apareceram.
Pulei nele e enlacei minhas pernas em sua cintura, aliviada. Ele me abraçou de volta. Quando finalmente me colocou no chão, me beijou. Me senti tão grata por poder sentir os lábios de Cam nos meus novamente. Dessa vez eu não sentia medo, nem adrenalina. Me sentia feliz ao ponto de não parar de sorrir mesmo entre o beijo. Meu braço estava todo arrepiado e meu coração estava quente... aquecido. Isso é amor?
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Apenas por um Verão
RomanceMollie Hans só se preocupava com uma coisa: a viagem para Ibiza nas férias de verão. Ela havia planejado isso com os seus melhores amigos. Bem, se é que pessoas que falam pelas costas e se importam mais com as aparências podem ser chamadas de "melho...