Mollie Hans só se preocupava com uma coisa: a viagem para Ibiza nas férias de verão. Ela havia planejado isso com os seus melhores amigos. Bem, se é que pessoas que falam pelas costas e se importam mais com as aparências podem ser chamadas de "melho...
Acordei assustada em minha cama. Leslie estava do meu lado e Anne parada na porta com os braços cruzados.
— O que aconteceu? — Eu sabia exatamente o que tinha acontecido, mas era melhor fazer a de desentendida.
— Você desmaiou e Hall te trouxe aqui. — Disse Leslie.
— Cameron. O carro dele... — me levantei depressa.
— Ele já achou o carro dele, Mollie. Zack havia ido procurar vocês dois na praia e achou o carro estacionado lá. Por precaução resolveu levá-lo de volta para casa. — Explicou Anne.
— Esse Zack é um idiota! Deu um susto na gente! — falei.
— Não interessa. Você passou dos limites! Saiu com um cara sem nos avisar e bebeu muito. Acha que eu não fiquei envergonhada quando ele te colocou desmaiada e fedendo a bebida alcoólica no sofá?! Você me decepcionou muito ontem. Ou devo dizer hoje? Vocês chegaram de madrugada! — gritou Anne.
A encarei.
— Te decepcionei?! Acha que eu fiquei como quando você saiu de casa sem motivos, sem me avisar e nunca mais voltou? — comecei a chorar.
— Isso não vem ao caso, Mollie Hans! — ela saiu do quarto e eu me deitei novamente.
— Querida, tem uma coisa que você precisa saber. — Tia Leslie segurou a minha mão e senti que algo ruim estava por vir.
Ela me explicou que a mamãe não saiu de casa sem motivos. Ela saiu porque o meu pai estava traindo ela por meses. No começo achei que era apenas uma invenção da minha tia maluca para defender a minha mãe. Mas tudo se esclareceu quando Leslie me contou sobre a mulher. A mulher com quem meu pai estava ficando em nossas costas há anos atrás era uma conhecida minha e eu sempre achava ela muito próxima do papai. Certa noite eu havia escutado uns barulhos vindo do quarto, uma gritaria. Pensei que era só mais uma briga clássica de Anne e Jefferson. Mas não era. Eles estavam brigando por conta da amante de papai. Aquilo era muito para eu aguentar. Desci as escadas correndo e saí daquela casa.
Meu pai era um mentiroso no fim das contas. Eu havia forçado Cameron a fazer algo que não queria e ainda fiquei brava. Como eu pude ser tão estúpida?
Paula podia ser inteligente para umas coisas, mas era idiota para outras. Eu estava sentada nas mesinhas em frente ao supermercado conversando com ela.
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Comecei a chorar. Tudo havia sido uma mentira! Se eu ainda tinha uma amiga, ela era a Debby. Paula havia espalhado a minha foto "íntima" para toda a escola e ainda estava se defendendo... aquela situação não podia piorar. E então eu lembrei da pulseira azul no quarto de Peter: era dela. Minha melhor amiga com o meu namorado... ele estava me traindo há tempos! Como Paula pôde?
Afundei meu rosto nas mãos, as lágrimas escorrendo por todo o rosto. De repente senti uma mão quente em minhas costas. Levantei e encarei Cameron que havia se sentado ao meu lado.
— Quer me contar o que aconteceu? — perguntou ele.
Suspirei e contei tudo. Depois de falar dos meus problemas, uma sensação de bem-estar me invadiu. Eu estava relaxada, os olhos azuis de Cam em mim como se não houvessem mais preocupações. Então, lentamente ele se aproximou e me deu um beijo na testa.
