Capitulo 19 - O quê que quatro dias podem fazer com a vida de duas pessoas?

8.2K 321 5
                                    

Esta fic pode conter linguagem imprópria ou cenas consideradas chocantes, se és sensível não leias.

Capitulo 19 – O quê que quatro dias podem fazer com a vida de duas pessoas?

Ashley estava enrolada num cobertor vermelho xadrez, estava a admirar a bela vista que ela tinha de onde estava sentada. O aroma da erva verde misturada com o orvalho, era apreciável para ela. Vestida com a camisa de Justin, ela ainda sentia o cheiro dele em cada parte do seu corpo. Uma pergunta que ela queria saber a resposta era: O quê que aquela noite significou para Justin? Ela foi apenas mais uma? Porquê que para ela foi especial? Arrependida? Não, ela não estava. Ele não a tinha forçado a nada na noite passada, foi ela que permitiu que ele a tocasse. Mas, porquê o não arrependimento? Se ela o odiasse ainda, com certeza ter-se-ia matado naquela hora e sentir-se-ia suja.

Ela balançou a cabeça de um lado para o outro rapidamente, as cenas e a sensação do momento em que ele lhe tirou a virgindade rodopiavam na sua mente, e ela lutava contra o calor que teimava subir pelo seu corpo. Não houve tempo para que ela pensasse muito, duas mãos fortes circularam o seu corpo por trás.

- Bom dia Ashley.  –Ele sussurrou no ouvido dela.

- Oi.  –Ela respondeu fazendo-o colar ainda mais os seus corpos.

- Tudo bem contigo?

- Sim.  –Ela ainda estava em choque e não queria imaginar a hora que teria que encará-lo, qual seria o grau de vergonha quando ela o olhasse e lembrasse-se de tudo o que passaram juntos?

- Óptimo! Hoje voltaremos para Londres, espero que estejas pronta para deixar este paraíso.

Naquela frase ele estava a referir-se das Bahamas ou de ele mesmo? Ashley sentiu um pesar ao imaginar-se a ir para longe dele, de alguma forma ela já se tinha habituado e até gostava da presença dele. Justin era o tipo de pessoa que ela odiava, mas queria ter por perto para sempre. Se é que esse raciocínio existe mesmo. Como odiar alguém e ao mesmo tempo gostar dela?

- Adorei conhecer este lugar.  –Disse ela tentando mudar de assunto.  – Foi perfeito.

- Em todos os sentidos.  – Ele provocou.

Ashley calou-se depois de ele dizer aquilo, ela fingiu tossir e depois levantou-se desajeitadamente.

- A que horas vamos embora?

- Daqui a duas horas. Temos algum tempo, queres fazer alguma coisa?

- Precisamos de voltar para o hotel e arrumar as nossas coisas.  –Ashley deu uma desculpa para não sair com ele, mas Justin sabia que aquilo era uma desculpa vindo dela. Ela virou-se para entrar dentro da casa, mas ele chamou-a.

- Ashley, espera. Eu preciso de te perguntar uma coisa.  –Ele puxou-a pelo braço trouxe-a para milímetros do seu rosto.

- O quê?

- Gostaste da noite passada?  -Ele perguntou normalmente, já ela quase paralisou sem saber o que responder.

- Isso importa?  -Ele segurou-se para não rir da expressão dela. As bochechas levemente coradas e os olhos castanhos arregalados.

- Para mim importa. –Ele acariciou o rosto dela com a palma da mão.  – Gostaste ou não?

- Entende assim... Foi menos pior do que eu imaginava.  –Tentou-se afastar dele, mas foi inútil.

- Engraçado, tu dizeres isso, Ashley, porque ontem tu pareceste gostar e muito.  

Claro que ela tinha gostado, quem é a louca que teria sexo com Justin e não iria gostar? Ele tinha sido perfeito, tinha respeitado os limites dela, mas também tinha-a levado à loucura.

Ela apenas revirou os olhos e olhou para outro canto qualquer.

- Não me obrigues a falar sobre essas coisas.

- E porque não?  -Ele sorriu de canto.

- E-eu tenho vergonha.  –Respondeu mordendo o lábio inferior.

- Não precisas de ter.  –Ela assentiu e ele pousou a mão sobre a dela que ainda segurava o cobertor.  – E também não precisas disso.

Ele puxou a mão dela e logo o pano atingiu o chão. Sentiu-se a explodir ao ver o quanto a camisa dele tinha ficado bonita nela. A peça mal cobria as cuecas, os botões abertos de forma que grande parte do pescoço e o inicio das curvas dos seios ficassem à mostra.

- Vou-me arranjar e nós vamos embora.  –Ela disse envergonhada.

Justin não se manifestou, apenas viu-a a dar meia volta e a entrar na casa. Ficou ali parado por longos segundos, com as mãos enterradas nos bolsos das calças. Os seus cabelos estavam desarrumados sendo ‘levados’ pela pouca brisa que passava. Ele podia sentir-se feliz e estranhamente completo. Já á muito tempo que Justin se sentia daquela forma. O porquê? Ele não sabia. Mas, sabia que Ashley tinha algo a ver com aquilo.

(…)

Ambos permaneciam em silêncio à espera do elevador chegar ao andar respectivo. Ashley abraçava-se a si mesma, e Justin estava encostado na barra de ferro direita. Ele não tirava os olhos dela, e isso causa em Ashley um imenso desconforto. Tinha a certeza de que Justin olhava para o seu corpo e só focava num ponto, no pescoço. Os olhos de caramelos dele ‘queimavam-na’ viva, pareciam atravessar o seu corpo e saber o que se passava dentro dela.

Por fim o elevador parou e as portas abriram-se. Ashley saiu a correr daquele local pequeno. Ela parou à frente do quarto e Justin chegou logo em seguida. Assim que entraram no lugar Ashley tratou de tirar os saltos suspirando aliviada.

- E-eu vou tomar um banho e depois ajudo-te com as malas.  –Ela falou de costas.

- Como quiseres.

Ela caminhou até à casa de banho e trancou-se lá. Rapidamente tirou o vestido e colocou-o em cima da pia. Ligou o chuveiro e sentiu a água a cair sobre o seu corpo. Lavou os cabelos, o rosto, o pescoço, ombros, barriga, pernas... Queria tirar qualquer rasto dele da sua pele. Enquanto fazia isso, ela chorava. Chorava tanto que chegava a soluçar.

- Como é que foste deixar que isto fosse acontecer?  -Dizia baixinho.  – Tu és uma estúpida Ashley, estúpida.

Trava-se mal, amaldiçoando-se por ter deixado o pior acontecer. O pior não foi ter feito amor com Justin, mas sim ter-se apaixonado. Sim, ela estava apaixonada por aquele homem que tornou a sua vida um tremendo inferno, aquele mesmo que ela o deveria querer morto, aprendeu a gostar dele de um modo diferente. Não aquela história de amor à primeira vista ou só porque ele é atraente, mas pela maneira que ele a tratou. Justin era obsessivo, controlador e por incrível que pareça era carinhoso e atencioso.

- Isto vai passar, é só uma atracção e não amor. É, é isso.  –Tentou tranquilizar-se.

Quando terminou o banho ela enrolou-se numa toalha e penteou os cabelos. Os olhos ainda tinham a aparência de um recente choro, as pupilas estavam um pouco dilatadas. Ela não podia sair daquela forma, então suspirou e abriu um sorriso no rosto. Mas, não era um daqueles sorrisos verdadeiros e brilhantes que ela costumava ter. Piscou os olhos algumas vezes seguidas e finalmente saiu da casa de banho.

Justin estava sentado na ponta da cama, com os cotovelos apoiados nos joelhos, como se estivesse a pensar em algo. Ele olhou-a deslumbrado começando a desconfiar que sentimentos novos o perseguiam. Não queria pensar na possibilidade de estar a gostar de Ashley, mas era incrível como o seu coração disparava cada vez que ela se aproximava. Queria poder evitar a vontade que sentia de beijá-la, tocá-la, abraçá-la, não era fácil de se controlar.

- Podes ir agora se quiseres.  –Ela falou calma.

Ele assentiu com a cabeça e levantou-se. Ele fez questão de esbarrar nela e dizer:

- Não penses que aquilo acabou ontem. Ainda faltam quatro dias.

Mais um pouco e ela tinha caído.

Quatro dias. Era apenas isso que restava. Ou tudo isso? Os dias passaram rápido demais, as coisas mudaram num piscar de olhos.


Depois de prontos e com as malas devidamente arrumadas, Justin e Ashley encontravam-se sentados um ao lado do outro no pequeno sofá. Ela mexia nos dedos tentando controlar o nervosismo e Justin fingia entender uma matéria de economia americana que lia no seu telemóvel. Quem já não aguentava mais aquele silêncio chato era Ashley, então resolveu pronunciar-se.

- Tu gostaste? 

Ele parou e ficou a reflectir um pouco, largou o telemóvel e prestou atenção a ela.

- Queres saber se eu gostei?  -Refez a pergunta dela.

- Quero.  –Afirmou. Um pouco de medo passou por ela. Medo dele não ter gostado, por ela não saber como e onde tocar.

- Foi bom.  –Coçou a nuca. O facto de estar com vergonha, também servia para ele.

Ela deu um risinho e ele olhou para as horas no telemóvel disfarçando a vergonha ali.

- Acho melhor irmos, ainda tenho que pagar a estádia do hotel.

- Também acho.

Ele colocou os óculos e sorriu para ela.



O quê que quatro dias podem fazer com a vida de duas pessoas?

I Fell In Love - Justin Bieber Fanfic ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora