Depois de chorar tudo o que tinha pra chorar sozinha naquela sala, Karol se levantou e pegou suas coisa pra ir embora. Só tinha que assinar alguns contratos durante a tarde e isso podia fazer em casa. Não conseguia ficar mais nem um segundo naquela agência sem que se lembrasse de Ruggero e o quanto tinha sido idiota de cair nos encantos dele. Mandou apenas uma mensagem para Valentina avisando que estava indo pois não queria que a amiga visse que ela havia chorado.
Nem ela mesma sabia dizer porque estava chorando, até porque não fazia nem dois dias que eles estavam se envolvendo de verdade. Talvez fosse por ter sido enganada, ou por estar realmente se apaixonando por ele. Mas para Kah a segunda opção era totalmente descaratável! Ao menos era assim que ela pensava. Estava tão exausta psicológicamente que quando chegou em casa se jogou no sofá e dormiu.
As batidas incessantes na porta a fizeram despertar. Olhou no celular e ja era quase meia noite. Se levantou ainda sonolenta e abriu a porta dando de cara com Ruggero parado com uma fisionomia preocupada. Só então se lembrou de que tinha combinado de ir na casa dele.
- Desculpe, acabei dormindo e me esqueci… eu vou arrumar minhas coisas e já vou - Karol falava e não demonstrava reação alguma.
- Não tem problema - Falou Rugge entrando pela porta que ela havia deixado aberta - Se você não estiver se sentindo bem não precisa ir…
- Não se preocupe! Eu estou bem - respondeu Karol ríspida - Eu vou… afinal esse é meu trabalho!
- Espera… Você não acha que depois do que fiz hoje pra você e de tudo que conversamos eu viria te busca por trabalho não é? - Perguntou Ruggero desacreditado no que acabara de ouvir.
- E porque não seria? Nós temos um CONTRATO lembra?
- É claro que eu lembro, mas…
- Então vou me arrumar pra gente ir logo - Karol virou-se para ir pro quarto mas Ruggero foi mais rápido e parou na sua frente a segurando.
- É sério isso? Karol eu te pedi em namoro hoje a tarde, e você ainda acha que eu vim aqui te buscar por causa da droga de um contrato? - Karol permaneceu em silencio - A gente nem precisa ir! Podemos ficar aqui se você quiser!
- Não. Nós vamos! Temos que ser exclusivamente profissionais.
Karol se soltou dos broços dele e foi trocar de roupa, deixando Rugge sem entender nada do que tinha acabado de acontecer.
Alguns minutos depois ela voltou com a bolsa já saindo pela porta.Durante todo o percurso até a casa de Ruggero ninguém falou nada. Vez ou outra, quando paravam em algum sinal ele a olhava esperando que em algum momento ela fosse lhe dizer algo. Mas nada acontecia. Aquele silencio era pior do que se Karol estivesse gritando com ele, por que pelo menos saberia o que tinha feito de errado. Mas aquela quietude e a falta de expressão no rosto dela era desesperador.
***
Fazia algum tempo que eles haviam chegado e Karol estava no banho já que tinha dormido a tarde toda e não teve tempo antes de sair. Rugge estava sentado na cama encostado na cabeceira tentando lembrar o que poderia ter feito de errado que pudesse ter causado a chateação dela. Porém nada vinha à sua mente.
Quando Karol saiu do banheiro, Ruggero se levantou e foi até ela na tentativa de que lhe dissesse algo.
- Karol, por favor… da pra você me dizer porque ta chateada? Foi pelo pedido? É isso? Se for isso a gente espera, se conhece mais, você não precisa responder agora…
- Você esta me usando! - Karol respondeu ja não aguentando mais segurar aquilo.
- O que? - Falou Rugge sem entender - Do que você esta falando?
- Não se faça de tolo "senhor Pasquarelli" sabe muito bem do que eu estou falando!
- Sinceramente? Não! Eu não sei!
- Então vou refrescar sua memoria… Você colocou uma clausula no contrato, onde diz que não podemos ter nenhum tipo de relacionamento além do profissional, e agora esta tentando fazer com que eu fique com você pra poder receber a multa da agência!
Quando terminou de falar Karol estava em um nível de irritação tão grande seu rosto estava vermelho. Rugge não se aguentou e começou a rir e dessa vez foi Karol que não entendeu nada.
- Do que você esta rindo seu idiota? - Perguntou mais irritada ainda.
- Era por isso que você estava assim? - Perguntou ainda rindo.
- E você acha engraçado?
- Karol… a multa é de 10.000 para qualquer uma das partes que descumprirem. Meu pai tem filiais da empresa em mais de 15 países, você acha mesmo que eu ia precisar fazer algo assim pra ganhar dinheiro? Isso não faz nem cócegas no meu bolso.
- Se não tem importancia porquê colocar isso no contrato?
- Sei la! Eu não gostava de você, fiz só pra implicar! Não fica chateada com isso, pra mim não tem a menor importancia… e agora que ja sabe disso, será que pode tirar essa cara amarrada e me dar um abraço?
Karol permanecia de braços cruzados. Sem saber o que responder, apenas desviou o olhar envergonhada. Percebendo isso Rugge a puxou de encontro a ele a abraçando carinhosamente. Depositou um beijo no topo da cabeça dela e soltou um leve sorriso.
- Me desculpa… - Susurrou Karol envolvendo seu braços na cintura dele.
- Não... me desculpa você! Eu fui infantil e nunca deveria ter colocado aquilo no contrato!
- Eu também teria colocado…
- O meu pedido ainda esta de pé… - Disse Ruggero depois de uns segundos de silêncio.
Karol levantou a cabeça que estava apoiada no peito dele e sorriu.
- Não achei que depois disso você fosse querer namorar com uma maluca.
- Eu gostei de você sabendo que era doida! Ou você não se lembra que me mordeu no dia da festa?
- É claro que eu lembro! Isso é o que acontece quando beija alguém a força!
- Ta… eu mereci! Mas tem que confessar que gostou de eu ter roubado aquele beijo!
- Você é muito convencido!
- Sou mesmo! E você não negou que gostou…
- Huuum… talvez eu tenha gostado, mas não quer dizer que eu também não tenha gostado de te morder por vingança…
- Justo! - Concordou Rugge - Mas agora eu quero saber da sua resposta sobre a pergunta que eu te fiz no inicio da tarde…
- Qual pergunta? Não me lembro de nenhuma… - Karol se faz de desentendida.
- Não tem problema… eu já ia faze-la de novo mesmo. E dessa vez eu me preparei…
Ruggero foi até o closet, retirou algo de debaixo das roupas e voltou para perto dela que tinha uma expressão curiosa no rosto.
- Espero não estar sendo precipitado com isso - Disse nervoso - Srta Sevilla, será que aceitaria humildemente, sem me morder, ou me agredir…namorar comigo? - Ruggero mostrou para ela um par de pequenas alianças prateadas.
- Ruggero… - Falou Karol emocionada - Eu… não sei… eu… acho que… Siim, eu aceito!
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Escolhida para Amar - Ruggarol
Fiksi PenggemarRuggero é um italiano que sempre acatou as vontades da família. Agora que está formado e pós-graduado como o pai sempre sonhou, ele está de volta à Argentina para assumir a filial da empresa da família em Buenos Aires. Velhos amigos serão reencontra...