Capítulo 38

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- Pai pelo amor que o senhor tem à memória da minha nona, me diz que não esta falando sério?!

- É muito sério Ruggero! Cande vai trabalhar aqui ao seu lado!

- Ao meu lado não pai! Porque se o senhor colocar essa golpista aqui dentro, eu não trabalho mais aqui!

- Golpista é aquela atriz de quinta que você insiste em chamar de namorada! Ou você pensou que eu não iria descobrir que você usou dinheiro da empresa para contratar aquela miserável?

- OLHA BEM COMO VOCÊ FALA DA KAROL! - Gritei na cara do meu pai, foi a primeira vez que fiz isso em 25 anos, mas eu não podia permitir que ele falasse assim dela - ELA É MIL VEZES MELHOR QUE ESSA VADIA QUE VOCÊ ESTA TENTANDO ME EMPURRAR!

Meu pai me olhava com espanto. Ele nunca pensou que eu seria capaz de me alterar dessa forma algum dia.

- E quer saber de uma coisa? - Continuei a falar com um tom mais baixo porém ainda o encarando profundamente - Eu a contratei sim! E faria tudo de novo! Por que valeu a pena  te-la escolhido, e conhecido o jeito doce e encantador dela que fez eu me apaixonar! E eu não trocaria ela por nada nesse mundo!

- Eu não criei filho meu pra ficar se envovendo com esse tipo de gente! - Meu pai retrucou.

- Não! Você não criou ninguém pai! Quem criou foi minha mãe! Me fez ser a pessoa que sou hoje, que trabalha e luta pelo o que quer com honestidade e coragem! E se você não pode aceitar isso pai… eu sinto muito!

- Sua mãe te ensinou a ser fraco!

- Minha mãe me ensinou a ser homem de verdade! A ser o oposto do que você é! Um pau mandado que quer obrigar o próprio filho a se casar com uma vagabunda interesseira em prol dos negócios! - ele fez menção de falar algo mas o interrompi - A propósito, eu me demito!

Peguei uma caixa no armário do escritório e coloquei alguns objetos pessoais meus incluindo uma foto minha com a Karol que tinha na mesa e me virei pra ir embora.

- Se você sair por essa porta, a sua carreira esta acabada Ruggero! - Meu pai rosnou entre dentes - Eu vou fazer questão de arruina-la!

- Você que sabe! - respondi sem me virar - E vê se não perde a reunião com o senhor Mathias no almoço… é um bom contrato! Talvez a Candelaria resolva pra você!

Saí sem nem o olhar na cara. Mesmo assim ainda sabia que por um breve momento eu estava ganhando. Ele podia me ferrar, mas eu também ferraria ela. Senhor Mathias Franco jamais fecharia nenhum contrato se não fosse comigo. Seria uma perda enorme para a empresa.

                        ***

Karol

Já tem quase 2 meses que eu to morando com o Ruggero. E também quase isso que ele saiu da empresa do pai dele. Não esta sendo nada fácil, até porque ele cumpriu com a promessa de arruinar a carreira do filho. Por sorte, quando o Rugge alugou esse apartamento, ele já pagou seis meses adiantados. O resto das despesas a gente ta dando conta com o meu salário e as economias dele. Mas a reserva já esta no fim.

Hoje foi meu dia de folga e eu saí com ele para procurar emprego. Semana passada ele foi em todos os grandes escritórios de advocacia que conhecia, mas toda vez que olhavam o sobrenome dele no currículo, inventavam uma desculpa para não contrata-lo. Então hoje estamos tentando coisas menores. Agora mesmo ele esta lá dentro enquanto espero no carro ansiosa.

Depois de alguns minutos ele saiu, mas a expressão em seu rosto entregava que mais uma vez Bruno Pasquarelli havia o derrubado.

- Eu sinto muito meu amor… - Falei quando ele entrou no carro.

- É incrível como ele mesmo de longe é capaz de arruinar com tudo! - Rugge tentou ligar o carro mas não funcionou e ele deu um soco no volante irritado - DROGA!!

- Hey! Ruggero olha pra mim - Chamei mas ele não virou - RUGGE OLHA PRA MIM - falei mais alto e ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas - Vai ficar tudo bem! Eu to com você nessa e a gente vai passar por isso juntos!

O abracei e ele pareceu se acalmar.

- Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida Karol…

- Eu sei… - Respondi, arrancando um sorriso dos lábios dele.

- E a mais convencida também! - Ele respondeu, tentando ligar o carro de novo e dessa vez conseguiu.

- Claro que sou! Até o carro concertei em pensamento! - Nos dois rimos e Rugge colocou o carro em movimento - Agora vamos parar para comer que eu já to com fome!

Ruggero sorriu mais uma vez e continuou dirigindo. De certa forma eu havia conseguido deixa-lo mais tranquilo. Ele não merecia passar por isso. E eu não ia deixar que ele sofresse sozinho.

Escolhida para Amar  - RuggarolOnde histórias criam vida. Descubra agora