Stigma • II

1.3K 199 140
                                    

• CAPÍTULO NÃO REVISADO •

Espero que entendam a referência ao primeiro capítulo da fic hihi

O KARMA SEMPRE VEM COLEGUINHAS

BOA LEITURA 🌞

•*•*•*•*•*•*•

O despertador soava mais uma vez no meu quarto, indicando que  já era hora de acordar. O relógio em minha cabeceira marcava 6h 15min, um horário um tanto quanto cedo para despertar. O dia amanhece mais uma vez como qualquer outro. A única diferença é que hoje a temperatura parece estar mais fria, e uma fina chuva cai lá fora, fazendo os respingos molharem para dentro de meu quarto já que sempre mantenho a janela aberta durante a noite.

Com muito esforço eu me levanto da cama e movo minhas pernas para o banheiro do quarto. Todo dia parece que fica mais difícil mover as minhas pernas para os lugares, pois cada dia sinto mais medo e culpa ao pensar na situação atual de Hoseok .

Encaro meu reflexo no espelho. Algo que eu nao faço a muito tempo. Meu cabelo está completamente bagunçado, algo normal depois de quase dez horas de sono. A cor está em um tom de azul vibrante. No dia anterior, depois de uma conversa com meu irmão, tomei coragem e fui até o salão para retocar a cor. Meu cabelo faz eu me lembrar do Jung, já que foi ele que escolheu a coloração de minha madeixas.

Olho para o local onde a caneca de donuts deveria ficar - posta em cima da pia -, o presente de Jungkook foi quebrado e consequentemente jogado no lixo. Sorrio com a lembrança triste. Pego a escova de dentes presente dentro da caneca - nova - de unicórnio e o creme dental, colocando um pouco da pasta esverdeada sobre as cerdas da escova logo a posicionando em minha boca.

Meu rosto está visivelmente cansado, eu me sinto inteiramente cansado, de tudo o que está acontecendo em minha vida e tudo mais que eu provavelmente terei que aguentar. Diferentemente do passado, eu não preciso apenas passar uma água quente por toda a minha derme que logo tudo voltará ao normal, ele apenas relaxa temporariamente os músculos do meu corpo. Mas o peso da culpa continua sendo carregado por todo o lugar que eu vou.

Movo meu corpo até estar ligando a água do chuveiro, para assim aquecê-lo. Enquanto tiro a roupa penso no quão idiota sou, estraguei a vida de tanta gente a minha volta, que apesar de tudo, ainda dizem me perdoar. Dizem que o mundo é repleto de pessoas boas, e eu pensei que nunca as encontraria, já hoje em dia penso que consigo encontrar pessoas de bom coração em qualquer lugar naquela escola, e o único que não consegue ser bom sou eu. Me tornei tudo o que eu mais tempo durante minha vida inteira; alguém que destrói vidas, almas e corações. Mas eu já sou destruído o suficiente pra tentar destruir os outros.

Tudo na minha vida deveria ser perfeito. Tudo em minha volta foi criado para ser perfeito. Mas do que adianta tentar consertar o exterior se o interior vai continuar quebrado? Quer dizer, como sempre, tudo é perfeito, se visto de fora. Eu não me importava com o que acontecia dentro de casa, me preocupava com a minha própria vida, o que é dos outros era dos outros então eu não me intrometia. Mas se nós não movemos um dedo para tentar ajudar quem precisa, do que adianta tentar fazer do mundo um lugar melhor se não consigo ser melhores com nós mesmos?

No momento em que minha pele entrou em contato com a água quentinha consigui sentir os músculos do meu corpo se relaxarem. Eu precisava disso. E no momento em que desligo a água e a brisa fria entra em contato com a água que ainda escorre de meu corpo, pude voltar a realidade e perceber que teria de enfrentar mais um dia na escola.

A roupa que eu deixei separada para o dia de hoje está posta sobre o sofá azul marinho do grande cômodo. Passo as pernas por entre a calça preta e visto a blusa branca junto com o tênis branco. O vento frio atravessa a janela e bate em meu braço, fazendo com que os pelos do meu corpo se arrepiem. Caminho até o closet e vasculho por entre os cabides até achar um casaco branco, logo o vestindo e saindo a passos lentos do quarto.

Anathema • VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora