Singularity - I

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FELIZ DIA DAS MAES CAMBADA 💚💚💚💚💚💚💚💚💚💚💚💚

Não vou me prolongar aqui, sejam felizes com o capítulo, meus anjos

Aproveiteeeeeeeeeem

BOA LEITURA 🐶

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Ele gosta de usar branco quando está na sala, como os anjos. Carrega sempre um lenço consigo, para limpar a mão depois de terminar de escrever no quadro. Paninho este bordado com um Sol e com uma lua. Não são raras as vezes em que ele passa um exercício e, de mesa em mesa, vai corrigindo. Sua letra, como é bem desenhada, amarradinha uma na outra.

Ninguém tem maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. E todos gostam de aprender primeiro, para fazê-lo feliz. Eu, apesar de já saber uma grande parte do que ele explica, finjo não saber e aprendo de novo, apesar de desconfiar que ele sabe das minhas pequenas mentiras, mas mesmo assim vem em minha mesa passar mais um tempo comigo. Na hora da chamada, o silêncio fica mais vazio e o coração quase parado, esperando a vez de responder "presente". Cada um se levanta, em ordem alfabética e, com a voz clara, alta, vaidosa, marca sua presença e recebe uma bolinha azul ao lado de seu nome. Ele chama sempre pelo nome completo, um pedaço do pai e o nosso próprio pedaço. Queria ter mais nome, para ele me chamar por mais tempo. Queria ser igual a Callumy, que tem um pedaço da mãe, do pai, e dela mesma, para meu nome poder ser ressoado pela sala inteira por sua melodiosa voz.

O canetão, em sua mão, mais parece uma varinha mágica, explicando os mistérios de cada história contada. Mesmo não acertando os deveres, ele sempre elogia nossa letra, o raciocínio, o capricho, o aproveitamento do caderno, ou o que ele puder elogiar. A gente é educado para saber ser com orgulho, assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza, caso houvesse uma. Mas não tem. Quando a aula é dele, ninguém se atreve a respirar enquanto ele recita um de seus poemas. Todos querem o ouvir falando durante um dia inteiro, mas ninguém aqui pode.

Ele não é nem um pouco calado, falaria pelos cotovelos, se pudesse. Não é carrancudo, bravo, sem noção e muito menos bonzinho de mais. É perfeito. E quando abre o caderno, não só lê os poemas, mas escreve no caderno e guarda fundo em nossos pensamentos casa poesia, palavra, ideia e pensamento mais terno, para que nunca nos esqueçamos de nada do que ele fala.

Eu amo cada pedacinho dele. Amo cada uma de suas versões. Amo meu amigo, meu companheiro, meu professor, meu psicólogo e meu namorado. Faz quase dois meses que estamos tendo Hoseok como nosso novo professor de filosofia, já que ele é o que mais entende desse assunto por essa escola, enquanto a nossa professora está com a licença maternidade. Mesmo eu não prestando atenção na aula, por apenas ficar admirando seu rosto, eu ainda vou bem nas atividades.

Quando eu não entendo, eu pergunto quando estamos em nossa cama, prestes a dormir. Guardo cada palavra, enquanto sinto ele fazer carinho em meu cabelo e acariciar minhas costas, explicando a matéria que ele havia passado. E mesmo ele falando para eu prestar a devida atenção, não consigo desviar o olhar de seu rosto enquanto explicada cada uma de suas histórias.

- Dois reinos, dois corações. Um coração sangrando de raiva, por um motivo não dito, por um motivo sem perdão. Sol e lua, agora parecem duas esferas enfurecidas. O outro coração? Chorava de raiva de si mesmo. Agora se encontram frente à frente em um campo de batalha. Soldados com medo. Medo por tamanho poder que esses reis tinham - todos prestavam atenção em cada uma de suas palavras.

- Taehyung - Callumy, que estava do meu lado direito, chama minha atenção e eu me viro para encará-la - Fecha a boca, se não entra mosca - Eu ponho a mão na boca e ela começa a rir.

- Eu tenho certeza de que vi uma baba escorrendo ali no canto da boca dele - Yoongi fala e eu reviro os olhos enquanto escutas as risadas deles.

- Taehyung, já que o senhor está prestando total atenção na aula, o que aconteceria se um dos dois reis morresse? Seria o certo a se fazer? - Hoseok me olha sorrindo e eu tento raciocinar a sua pergunta.

Anathema • VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora