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MARIANA

Eu estava sentada em frente ao meu laptop que consegui com muito esforço, aguardando o resultado de um concurso público.

Moro neste pequeno cubículo desde meus 19 anos aqui no bairro do Limão. Foi através de muita perseverança que o consegui tudo o que tenho hoje e por isso sou grata a tudo que conquistei.

Conclui a faculdade de pedagogia no ano passado e agora espero iniciar o ano já empregada. Me inscrevi num concurso público junto com minha amiga Anna, estudamos bastante para que isso também se realizasse em nossas vidas.

Meus pais sempre me ajudaram, me deram uma boa educação dentro do que eles podiam até eu completar maior idade, foi aí que eles falaram que agora seria eu e minhas asas.

Vim para a capital e estou aí matando um leão por dia, sem deixar que nenhum viva, porque se não, amanhã serão dois.

Passei! Confirmei assim que vi meu nome escrito, vibrei em meu interior por mais essa conquista.

Mal tive tempo de comemorar, vi meu celular tocar e já sabia quem era.

Anna: Passamos

_ Somos concursadas best!

Anna: Não acredito, estou mais que feliz. Isso merece uma comemoração no melhor bar da Engenheiro.

Ri de sua proposta, porque Anna era aquele tipo de pessoa que adora arrumar motivos para comemorar, o que importava era nunca dar lugar a tristeza.

_ Só porque hoje eu tô feliz, é sem limites! – Concordei com sua loucura, porque estava tão satisfeita com minhas conquistas até aqui, que decidi me dar um tempo para curtir.

Anna: Já que é sem limites, vamos arrancar o selo.

_ Sem graça.

Rimos dessa piada escrota dela por eu ser virgem.

Não é por falta de querer, e sim por não surgir a pessoa especial.

Não que eu acredite em contos de fadas, mas se não for para ser com uma pessoa que eu tenha conexão, prefiro que não aconteça.

Anna: Às 8, vou levar às putianes comigo. Esteja gata.

Com a Anna é assim, não tem tempo ruim. A alegria dela contagia qualquer um que esteja ao seu redor e por isso mantemos essa amizade desde que nos conhecemos no campus da universidade.

As putianes? Umas colegas dela, a Liz e a Paula das quais eu não sou muito próxima.

...

Entrei no Uber porque como falei mais cedo hoje é sem limites quero sair desse bar carregada, porque depois as medidas disciplinares têm que entrar em ação.

Eu foquei bastante nesse meu curso, trabalhei como faxineira, fiz alguns trabalhos para colegas de classe para que eu pudesse tirar meu sustento e pagar o curso, hoje me sinto realizada em saber que meu foco valeu a pena. Por essa noite quero relaxar esquecer os estudos, os problemas que sei que vou enfrentar nessa nova etapa da minha vida, quero apenas curtir por essa noite.

O carro parou na calçada e já percebi que mesmo sendo cedo já tinha um pessoal. O bar é muito famoso aqui na capital mais ainda o Chopp de vinho, quero experimentar!

Não precisei procurar muito tempo por minha amiga, porque logo a ouvi gritar meu nome, estava numa mesa colada no muro, quase do lado de fora.

Anna: Amigaaaaaaaaaaaaa!

Morrendo de vergonha segui até elas, porque sua atitude chamou a atenção de vários olhares no ambiente.

Cumprimentei as meninas com um beijo no rosto e a minha preta com um abraço e um cumprimento sigiloso pela nossa conquista, não havíamos contado a ninguém.

Porque é aquilo, o que ninguém sabe ninguém estraga.

Pagodinho ao vivo e eu só no desce chopp, acho que vou ficar bêbada do jeito que as coisas andam, estava quase me animando para ir arriscar uns passos quando o garçom chega com um balde de Einsenbahn e uma taça de chopp de vinho do qual eu já estava tomando.

_ Moço, não fizemos esse pedido. – Disse a ele assim que depositou as bebidas.

Xxx: Foi presente daquela mesa senhorita.

Viramos todas para a direção que o garçom apontou o que me causou vergonha, até senti meu rosto esquentar, nós todas virando ao mesmo tempo foi igualmente aquela cena de o Exorcista.

O que eu reparei mesmo foi um moreno forte, grande com o braço esquerdo tampado de tatuagens com o rosto muito fechado olhando para nós, na mão que ele segurava sua caneca de cerveja tinha um relógio que reluzia escandalosamente. O boné preto emperrado no rosto combinando com a polo preta.

Misericórdia! Visão do pecado!

Ele acenou com a cabeça deixando um sorriso em seus lábios que me atingiu em cheio, virei rapidamente meu rosto constrangida pelo que estava sentindo apenas com um olhar.

Anna: Tá legal, se arrumar direitinho geral fode!

Não teve como não rir, só Anna e esses seus pensamentos numa situação dessas.

Anna: Bora meninas?

Liz: Eu topo.

Paula: Eu também.

As duas se ofereceram sem nem esperar a pergunta.

Liz: Viu as correntes de ouro? Já quero.

Não tenho nada contra quem usa esse meio de trabalho para sobreviver, mas essas duas passa da sem vergonhisse, fazem por piranhagem mesmo!

Anna: Mari?

_Que?

Ela nem esperou eu concluir, levantou e foi até a mesa onde os homens estavam.

Meu rosto estava queimando, estou ficando vermelha isso é certeza, não sei se da bebida ou se é de vergonha. Reparei Anna rindo com suas novas companhias e o de boné preto vez ou outra olhava para mim, ele se mantinha na dele, falava pouco. Notei quando levou o copo a boca e sorriu de lado falando algo direto para a minha amiga.

Observa-lo fez algo surgir em mim, nunca senti uma atração tão forte por alguém, como reconheço estar sentindo agora. Sabe quando você nota borogodó em um homem, muitos procuram a perfeição em beleza, mas poucos nascem com o charme de homem viril, era este desconhecido que me presenteava com seus olhares.

Anna levantou e segurou na mão de um homem que estava ao lado do que havia chamado minha atenção e veio até nós.

Anna: Meninas esse é o Bruno.

Bruno: Boa noite. - Disse com uma voz de trovão.

Anna: Infelizmente estão todos comprometidos, mas o Felipe te quer.- Disse apontando pra mim. _ Vem!

Mal tive tempo de responder porque ela me puxou pelo braço me deixando sem palavras.

Ah, meu pai! Me ajuda!

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