AMOR INCONDICIONAL

22°

MARIANA

Biano estava nervoso, isso era notável. Ele em nenhum momento olhou para trás, manteve focado na direção e no celular que estava conectado no autofalante do carro falando com alguém sobre guardar o Barão.

Já estávamos na favela, nunca tinha ido no Eliza Maria e me parece um lugar bem humilde. Algumas ruas eram estreitas e de difícil acesso, passava um carro apenas por vez. Seguimos até chegarmos a um ponto onde alguns caras nos parou e eu pude perceber o volume na cintura coberto pela blusa de frio.

Biano: E aí mano? - Disse abaixando o vidro do carro.

Xxx: Iai, Qual vai ser?

Biano: Sebá, cadê?

Xxx: Sei não. - O cara já estava desconfiado e o amigo dele se afastou.

Biano: Avisa que é o Biano da Sul que tá chamando.

Xxx: Virei garoto de recado?

Biano: Só faz o teu trabalho.

Felipe estava no carona com o rosto virado para que o homem não pudesse olha-lo e eu me mantive quieta no meu lugar.

Assim que o mesmo se afastou do carro Felipe se virou para trás e me encarou.

Felipe: Vai ficar tudo bem! - Depois segurou a minha mão. - Pede desculpas Biano.

_ Quê? Amor, não.

Fiquei totalmente sem graça, porque entendia que o nervosismo dele foi para proteger Felipe.

Biano: Foi mal Mariana, tava nervoso.

_ Não foi nada Biano, eu entendo que o que você faz é para protegê-lo. E eu agradeço por isso.

Ele fez um aceno com a cabeça depois que capturou meu olhar pelo retrovisor, logo em seguida o mesmo cara veio numa moto e pediu para segui-lo. Foi o que Biano fez.

E chegamos mais para dentro da favela, especificamente numa casa que não era nada bonita por fora.

Felipe desceu e eu também fiz o mesmo. Em seguida veio um homem ao seu encontro o cumprimentando.

Xxx: E aí cuzão.

Felipe: Sou tu agora? - O cumprimentou rindo.

Xxx: Se meteu em confusão de novo?

Felipe: Nem foi, foi Biano?

Xxx: Brinca muito.

Eles riram daquela situação enquanto meu corpo ainda tremia por conta de toda a adrenalina que acabou de passar.

Xxx: Bora entrar, pedi pra dona arrumar um canto pra vocês, não é o teu palácio do Morumbi, mas dá pra ficar. Quem é? - Pergunta apontando pra mim.

Felipe: Minha mulher.

Felipe se limitou a dizer apenas isso.

Entramos na casa que era linda por dentro, e clara. Tinha uma mulher na sala que nos cumprimentou com um aceno de cabeça.

Xxx: Aê dona, a Ray vai te mostrar o quarto. - O homem falou para mim.

Me limitei apenas a um aceno para saber que o tinha ouvida e depois segui a mulher. Subimos a escada e logo ela abriu uma porta que se revelou um quarto.

Ray: Tem um banheiro ali se quiser tomar banho.

_ Obrigada, me chamo Mariana.

Ray: Prazer Mariana, me chamo Rayssa, mas pode chamar de Ray eu sou a mulher do Sebá, o cara lá embaixo. Pelo que entendi vocês vão ficar aqui alguns dias. Não trouxe roupa?