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Anna permaneceu me olhando.

Anna: Não houve nada amiga.

_ Sério, vocês precisam parar de me esconder as coisas não sou mais criança. Acaba me fazendo mais mal do que bem esse tanto de segredos. Já estou com minha vida fodida, o que mais que pode piorar?

Anna: Ele estava agarrado com um vadia qualquer, não aguentei ver a cena então eu  arrebentei com ela.

_ O quê?- digo num grito fino me levantando da mesa.

Porque Felipe? Porque você faz isso comigo?

_ Me leva até ele Biano, agora!

Biano:Mariana, não é o momento.

Ele queria me proteger, só que ele não protege mais ninguém além de Felipe, ele age sempre pra proteger Felipe. Se eu quisesse alguma resposta no momento eu precisava ser dura.

_ Se você não me levar,  eu vou sair por essa favela atrás dele, nem que eu bata de casa em casa eu sei que ele tá aqui.

Ele me olhou sério e logo depois seguiu para a porta. Que bom que ele desistiu, porque eu já estava esgotada de tanto insistir.

Entramos no seu carro que estava na porta e logo ele seguiu para uma rua que eu não conhecia, mas não era distante da casa do Bruno. Parou em frente uma casa pequena de dois andares bem simples.  Era bonita também.

Não esperei ele vir para abrir a porta do carro pra mim, desci e olhei de forma incisiva para o garoto que estava vigiando o portão e ele entendeu o recado.

Entrei e vi que não havia nenhum movimento na sala nem na cozinha, subi pro andar de cima e logo vi uma porta, abri, mas era um quarto vago, abri uma segunda e nada. Já fui direto na terceira.

A cama estava revirada, olhei ao redor e vi a porta do banheiro aberta,  pude ouvir também o barulho do chuveiro.

Me sentei na cama e esperei pacientemente ele sair, o que não demorou muito. Ele veio seco e com a toalha enrolada no quadril.

Felipe: Quem te deixou entrar?- pergunta sério.

_ É isso? Você vai fugir, vai terminar sem me dizer o porquê?

Felipe: Não te devo explicação, mas no seu estado é melhor ficar longe de mim pra sua própria segurança.

Ele não me encarava, e percebi que estava tão distante, tão diferente de como nos vimos da última vez.

_ Fê, amor, quando nos despedimos estava tudo bem, o que houve? O que aconteceu que tudo mudou?

Felipe: Nada, já falei é melhor tu se afastar.

_ Não vou, você não pode fazer isso comigo.- gritei, pois já não estava mais aguentando sua indiferença.- Me abandonar depois de dizer que me ama. Eu estou grávida, é fruto do nosso amor.

Felipe: Foda-se, não quero saber.

_ Olha pra mim e diz que não me quer mais.

Felipe: Cai fora Mariana, aproveita que eu tô num bom humor.

Sua voz demonstrava desprezo por mim, e isso me feria de tal maneira que nunca imaginei sentir.

_  Não, eu já disse que não vou sair sem uma explicação! - gritei para que ele pudesse me ouvir.

Biano entrou no quarto, provavelmente ouviu nossas vozes exaltadas.

Felipe: Tira ela Biano.

Ele estava de um jeito que eu nuca vi, eu só queria que ele me dissesse o porquê de tudo aquilo.

_ Não eu não vou sair daqui. Você é um covarde filha da puta que tá me virando as costas no momento que eu mais preciso de você. Não foi esse homem que eu conheci Felipe. Parece que todos a minha volta tinha razão sobre você. Só queria me usar, agora que perdi o corpo gostoso não te interesso mais, não é, seu maldito.

Num surto eu avancei pra cima dele e comecei a estapear, seu bíceps, seu rosto. Era tapa seguido de unhadas, misturado com socos. Até que ele me segurou e me sacudiu.

Felipe: Tá doida porra.

Me deu um tapa que eu cambaleei pra trás. Só não cai porque o Biano me segurou.

Biano: Porra Barão. A mina tá grávida, resolve logo essa merda.

Felipe: Não se mete.- gritou colocando o dedo na cara dele.

Biano: Não me meter o que? Vai estragar a tua vida por coisa que tá no passado. Resolve essa porra como homem.

Felipe: Cala a boca Biano!

Biano: É isso que tu quer? Tua cria morta não volta mais não caralho, só que essa que tá na barriga dela tá aqui, viva e tu vai pagar de comédia nessa porra? Qual foi irmão tô te reconhecendo não caralho!

Felipe: Eu não vou sujar minhas mãos com sangue inocente.- ele gritou tão alto que eu me tremi e encostei na porta para ter equilíbrio. - Eu não vou matar mais um filho!

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