AMOR INCONDICIONAL

32°

Assim que Felipe saiu me senti mal mais uma vez.

Eu estou me sentindo péssima com tudo que venho passando. Confiei no seu amor e estou passando por situações que nunca imaginei passar e não consigo me distanciar.

Preciso parar pra pensar e tentar ser forte para resistir a ele.

Cansada mentalmente, deitei e dormi no sofá mesmo, acordei com o meu celular vibrando em cima da mesinha de centro.

_ Alô?

Joana: Oi filha.

_ Mãe, que saudades, como estão todos.

Joana: Bem e você ? Quando ia me contar que saiu da escola?

_ Mãe, eu ia contar.

Joana: Foi por causa desse homem?

_ Não, sim .

Fiquei sem saber o que responder. Eu saí de casa para provar a minha capacidade, e só estou lhe dando desgosto. O pior de tudo é que é totalmente involuntário.

Joana: Filha ele está te destruindo. Se afasta dele meu amor. Vem ficar aqui conosco. Refaz tua vida aqui.

Sua voz coberta de preocupação sabendo que a filha estava distante de todo caminho que um dia planejou.

Aquilo me doeu o coração de uma maneira. Um gosto amargo surgiu em minha boca, como algo intragável, difícil de se engolir.

_ Não posso mãe.

Joana: Porque não pode?

_ Eu estou grávida?

Joana: GRÁVIDA? Mariana. Minha princesa. - ela soluçou e logo em seguida começou a chorar.

_ Mãe, passamos por um momento difícil, não queria preocupar a senhora, só que nos resolvemos e nesse meio eu descobri a gravidez. Não quis fazer alarde por precaução.

Joana: Filha, vem pra cá agora. Vem morar conosco. Nós te ajudamos com essa  criança meu amor.

_ Não mãe. Meu lugar é ao lado dele.

Joana: Filha você precisa enxergar o quanto isso está te fazendo mal, você não era assim, não foi pra isso que eu te eduquei, não foi por isso que você saiu de casa. Estou tão preocupada, ainda mais agora. Estou triste e muito feliz. Saiba que eu te amo e que estarei aqui para o que precisar.

_ São dois meninos.

Joana: Gêmeos? Ah, Mariana, meu amor... Eu estou abalada por tudo, mas saiba que sou sua mãe, estou do seu lado.

_ Mãe, eu te amo. Obrigada por estar sempre comigo, mesmo quando eu não estou certa. Eu amo ele, o amo incondicionalmente. Ele me faz bem.

Joana: Meu bebê.

Sua voz embargou e eu sabia que ela estava chorando.

_ Eu estou magoada com ele agora, mas o amor supera tudo, eu quero superar tudo com ele. Quero envelhecer ao lado dele. - minhas lágrimas insistiam em cair.- Por mais que nossa história começou errado. Eu quero ele.

Joana: Tudo bem, você sabe pra onde correr quando precisar. Não precisa avisar. Só vem, meu colo sempre estará a disposição pra você.

Por estar ao lado dele tudo é tão complicado.

Assim que desliguei senti uma angústia profunda em meu coração. Repreendi mentalmente, pra que toda negatividade fosse embora.

Olhei no relógio e já passava das seis.

Meu celular voltou a tocar. Era a Anna.

_ Amiga.  Fala comigo.

Anna: Tá em casa?

A voz dela parecia aflita.

_ Tô, o que aconteceu? Porque está preocupada?

Anna: Já estou aqui no Largo da Batata, já já chego aí e conversamos. Já jantou.

_ Não, estava dormindo, acordei agora. Estava falando com minha mãe. Contei a ela dos bebês.

Ficamos conversando até ela aparecer na porta do meu apartamento.

Olhei pro seu rosto que estava com uma aparência acabada. Os olhos vermelhos.

Me abraçou tão forte.

_ Irmã o que houve?

Ela só chorava.

_ Anna, está me preocupando.

Anna: A Drica vem pra cá também. Tem alguma coisa pra comer?

Tentou desconversar, mas eu sabia que ela estava só me enrolando, alguma coisa aconteceu.

_ Tem um macarrão do almoço. Nossa eu tô com uma angústia tão forte no peito. Não sei o que está acontecendo. Vou ligar pro Felipe.

Anna: Deixa a Drica chegar.

Deu alguns minutos a Adriana chegou. Também com os olhos vermelhos e muito abatida.

Olhei pras duas e fiquei preocupada.

_ Parem de me preocupar, vocês não estão vendo que  estão me preocupando e fazendo mal pros bebês.

Elas me puxaram até o sofá e seguraram minha mão.

Anna: Amiga, prepara o coração. E saiba que nunca, nunca vamos te abandonar. Bruno falou que os irmãos estão com você pro que precisar.

_ Para Anna, está me deixando preocupada.

Adriana: Pegaram o Barão, Mari.

_ Como assim pegaram? Ele está preso. Ai meu Deus. Tenho que ir atrás do advogado dele.- me levantei limpando a testa que já suava.

Adriana: Não amiga, mataram o Barão.

Eu parei pra ouvir suas palavras e de repente tudo escureceu.