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MARIANA



Já se passaram três semanas e não soube mais do Felipe, ele disse que me ligaria, mas até agora nada.

Naquele dia eu contei tudo para Anna, ela como uma boa amiga riu muito da minha cara e depois me aconselhou, disse que nas próximas tentativas ia ficar melhor. Fiquei praticamente uma semana sentindo o incomodo na minha intimidade, quase fui ao médico, mas a minha amiga me indicou uma pomada e logo tudo voltou ao normal.

Enfim, estou me preparando para segunda feira já começar a dar aulas, é a realização de um sonho, saber que todo o meu sacrifício valeu a pena e que agora eu posso trabalhar com aquilo que sempre amei. A escola é aqui no bairro e isso facilita a minha vida, já que a capital é enorme e não sou muito fã de andar de trem. Estou ansiosa, sempre amei crianças e estou realizando um sonho.

Domingo desses, acordei cedo fui na feira repor minha geladeira e também comer um pastel, que não pode faltar. Assim que cheguei limpei a casa, como é pequena foi rápido até porque sou sozinha e procuro sempre manter tudo organizado e agora estou aqui de pijama, deitada no sofá e vendo tv. Me levantei para fazer uma pipoca quando a campainha toca.

Anna: Bora florzinha.

_ Mas pra onde? Não está vendo que já é final de tarde? - Dei espaço para ela entrar.

E antes que perguntem, não, no meu prédio não tem porteiro, são 10 andares e lá embaixo tem um portão de segurança, só tem acesso quem já tem a chave, que é o caso da Anna ou por interfone.

Anna: Bruno chegou hoje de manhã e me ligou para ir curtir um pagode onde ele mora.

Meus olhos brilharam. Bruno tinha ido com Felipe, então significa que ele voltou.

Voltou e não me ligou!

A decepção me engolfou e o brilho que surgiu em meu rosto durou segundos.

_Vou não!

Anna: Até parece que vou sozinha, se liga doidona! E o teu love não voltou ainda, não se preocupe. - Se justificou percebendo o meu desânimo.

_ Onde seria esse lugar que o Bruno mora?

Anna: Paraisópolis.

_ Tá doida? Nem ferrando! Eu mal vou aqui na Brasilândia que é do meu lado, vou me descambar daqui até lá do outro lado da cidade e na favela?

Anna: Amiga!

Me olhou com cara de pidona. Quando eu falo que Anna é maluquinha é porque ela é, arruma cada encrenca. 

É aquilo, somos o equilíbrio em uma amizade, enquanto ela é 100 km por hora, eu estou nos 10 km por hora.

_ Nada contra, você sabe, mas lá dentro tem traficante! Tem gente armada!

Ela me olhou com o olhar de gato de botas. Eu só joguei as mãos para cima e entreguei o jogo, porque no final sabia que ela bem me arrastaria para onde quisesse.

_ Ahhhhhhhhhh! Mas já vou logo avisando que meia noite a carroça vira abóbora. - gritei indo pro quarto!

Anna: Se arruma linda viu! Quero chegar causando

Anna: Se arruma linda viu! Quero chegar causando

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Anna Vasconcelos

E onde você for, floresça💐🌸🏵

E onde você for, floresça💐🌸🏵

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Mari Ribeiro

Indo cometer as loucuras da minha irmã 👭💕💗


Saímos no carro dela pegando a Marginal. Amo a Anna, mas se eu ouvir um barulho de tiro saio correndo e deixo ela para trás. Morro de medo dessas coisas, mesmo morando em São Paulo, levanto as mãos para o céu por nunca ter sido assaltada ou algo parecido, pois só eu sei a medrosa que sou.

Fomos cantando o caminho todo e volta e meia me vinha Felipe na cabeça por causa das letras de pagode. Acho que para ele foi algo de momento nada tão importante quando eu estou dando aos fatos. Não esperava que ele fosse me propor algum compromisso, mas para mim ele foi especial.

Chegamos no Morumbi e pude ver as casas linda, mas logo em seguida o favelão. Nunca me atrevi a entrar em uma e olha que do lado do Limão é o que mais tem!

Anna: Bruno falou para esperar ele do lado desse bar, vou mandar mensagem avisando que chegamos.

_ Tá ok.

Estava uma tarde agradável, apesar de já passar das seis, o sol ainda brilhava por causa do horário de verão. Estava admirando o local que era uma bagunça tanto de pessoas quanto de casas e bares, quando Anna saiu do carro e eu logo fui junto, não vou desgrudar por nada.

Anna: Ele respondeu que já está vindo nos pegar.

Ouvi um barulho de moto, dessas que parece trovão, lembrei da voz do Bruno que é grossa. Imagina ele brigando com alguém? Se for comigo choro no primeiro grito.

Bruno: Oi minha preta. - Ele nem desceu da moto, puxou a Anna para o lado dele dando um selinho. - E aí cunhada? - Deu apenas um aceno de cabeça em minha direção.

_ Oi, Oi para você também. - Sorri educada para o outro homem que parou a moto do lado dele, era um dos que estava no bar naquela noite.

Ele, por sua vez, me deu apenas um aceno de cabeça sem muita confiança. Fiquei na minha, não estou na minha área, e não quero confusão.

Bruno falou que o "parça" ia me levar, que eu estava segura, então confiei. Estava toda me tremendo, já a Anna era sorrisos. Sentou na garupa de Bruno toda dona de si empinando aquele rabão, essa minha irmã viu!


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