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MARIANA


Estava gostosinho o clima. Conheci alguns dos amigos do Felipe e algumas mulheres também que foram simpáticas comigo. Senti que elas não forçavam assunto e que eram espontâneas e alegres. Me senti aberta a conversar, já que a minha posição ali não era das mais agradáveis. Felipe também fez questão que todos me tratassem com respeito e isso não passou despercebido.

Os homens com certeza não ligariam, afinal muitos deles com certeza têm amantes, a diferença é que Felipe me apresentava como mulher. E as mulheres se tinha alguma objeção não deixaram transparecer.

Ele me falou que o Bruno talvez viesse, não deu certeza.

Então tentei mandar mensagem para Anna, mas não obtive nenhuma resposta da minha amiga.

Nos vemos pouco até porque ela não está levando a sério o trabalho na escola. A verdade é que ela não precisa disso e o curso foi mais uma forma de agradar seus pais e para eles a deixarem um pouco mais livre, já que ela é filha única. A minha preta é Patrícia.

...

No relógio já era quase meia noite, estava abraçada ao Felipe do lado da piscina.

Ele me acariciando as costas enquanto depositava beijos no meu pescoço não ligando para a plateia enquanto balançávamos ao som de Dilsinho, eu completamente derretida com todo seu carinho.

Foi tudo muito rápido eu só senti alguém puxar meu cabelo e gritar.

Xxx: Sua vagabunda de quinta.

Mesmo assustada, consegui me soltar das garras de quem quer que fosse e empurrei a mulher, quando percebi quem era fiquei em choque.

Felipe estava segurando ela que gritava como uma louca.

Xxx: Tanto macho solteiro e tu corre atrás do meu, sua vadia do caralho. Me solta Felipe, se ela foi boa pra sentar pra tu, vai ser boa pra trocar comigo. Eu vou arrebentar essa vadia

Felipe: Fica na sua Tayane, que porra! Olha o escândalo.

Ele sacudia ela tentando controlar sua histeria.

Tayane: Escândalo? Você pagando de apaixonado pra essa piranha não é escândalo, né? Você é um filho da puta Barão.

Eu fiquei olhando o quanto ela estava descontrolada e o quanto eu estava errada sobre aquela situação. Eles começaram um bate-boca firme e eu fui me afastando constrangida por toda essa cena. Não era certa, mas não ia aceitar a vergonha que ela estava passando e me fazendo passar.

Entrei na casa e subi para o quarto para pegar minhas coisas, não ia permanecer ali. Nunca fui de brigar, não gosto. Quer conversar, senta e conversa. Se bem que para essa situação não há conversa alguma, estou errada e assumo minha culpa, mas baixaria não aceito.

Ele estava recebendo os amigos e a mulher sem postura nenhuma chega fazendo escândalo. E mais ele é o chefe deles ali, que moral que ele vai ter depois?

Recolhi as minhas coisas e ia descendo as escadas quando o Biano me encarou.

Biano: Sobe lá pra cima.

Ele era sombrio, totalmente sério. As vezes que ele me dirigia alguma palavra me dava calafrios de tanto medo.

_ Vou para casa.

Biano: Mariana, sobe caralho. - Ele apontou rude em direção a escada.

_ Cadê o Felipe?

Biano: Tá se resolvendo com a Tayane, já vem falar contigo.

_ Ah! É assim? Ele está decidindo com quem vai dormir hoje?

Biano: Não fode, caralho. Não tenho nada a ver com a vida do mano. Ele só pediu pra tu aguardar no quarto.

Eu poderia tentar medir forças, porém ele não tem uma cara muito agradável. Então eu decidi subir, não iria peitar esse brutamontes até porque não tinha culhão para tal.

Subi para o quarto e o silêncio começou a imperar, não ouvia mais a doida gritando e nem conversa. Acho que o povo já foi embora.

Não demorou muito e Felipe entrou no quarto. Me analisando com o olhar.

Felipe: Ela já foi. - Me sondou da porta.

_ E eu também quero ir embora.

Felipe: Vai dormir comigo!

_ Não! Eu não vou! Olha Felipe, preciso descansar amanhã ainda é sexta e eu tenho aula estou com dor de cabeça e toda essa situação mexeu comigo.

Felipe: O segurança dela vacilou, porra! Trouxe ela pra favela e as amigas falou que eu estava por aqui, ela veio e deu de cara com nós dois.

Tentou se justificar, mas não era isso que eu queria. Eu sabia que um dia isso iria acontecer. Era só questão de tempo. Nada que começa errado tem como termina certo.

_ Não quero saber. Felipe, acho melhor encerrar tudo isso.

Felipe: Não fode Mariana, só acaba quando eu falo que acaba.

_ Não vai dar certo, viu como ela gosta de você? E se você quer tanto ficar comigo porque não acaba com ela?

Felipe: Morena, meu anjo. A situação com ela é muito complicada, não dá pra ser assim.

_ Tudo bem, quando você se decidir com ela, você me procura. - Falei pegando minha bolsa e indo em direção a porta.

Felipe: Tá decidido caralho, tu já é minha. Não tem volta! - Disse me puxando e me jogando na cama. - Tu é minha morena, tá fodida sua filha da puta. Quando eu me resolver com ela tu já vai tá comigo e ninguém é doido de entrar no meio.

Me deu um beijo no pescoço levantando meus braços e os prendendo.

Eu estou completamente apaixonada por ele, e infelizmente a nossa situação é a pior possível. Não vejo como dar certo, mas também não gosto de me imaginar longe dele.

Deveria ser simples, se diz tão encantado por mim, porque não se separa dela?

O pior é que todas essas dúvidas, todos esses medos somem quando sinto o seu toque, quando me beija. É algo que está se tornando um vício para meu corpo e pensar que eu posso ter abstinência me causa um pânico terrível.

Ele foi descendo os beijos pelo meu pescoço, e me rendi aos seus encantos mais uma vez.


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