3- Harry bêbado e minha TPM

1.8K 122 58
                                    


Já fora do estacionamento, eu estava dirigindo na larga rodovia que ligava o bairro no qual a boate ficava e o centro da cidade. Até chegar na parte movimentada do Rio eram pelo menos 15 minutos, talvez 10 durante a madrugada. Liguei para Be no caminho e lhe disse que precisaria resolver um problema, mas retornaria ainda durante o funcionamento.

- Aonde você está hospedado? – indaguei, o olhando brevemente. Que dormia encostado na porta com a janela aberta. O vento frio bagunçava seus fios levemente. – HARRY!

- Não se atreva fazer isso de novo.

- Olha aqui. Sem esse tom comigo se não eu te largo no meio dessa rodovia. Onde você está hospedado?

- Fasano. – ele respondeu irritado e com a voz fraca. Voltando a se encostar na porta.

Eu ia precisar de um GPS. Estendi o braço para o banco de trás onde minha bolsa estava jogada. Tateei o banco sem conseguir alcançá-la. Bufei e me ajeitei no banco virando brevemente para localizar a bolsa, assim que que a avistei me estendi para pegar. Virando para frente vi um carro vindo em nossa direção, em alta velocidade, e assim notei que estava na pista errada. O motorista do outro carro, buzinou sem pausa, virei o volante em direção a pista correta e freei bruscamente. Respirei fundo e afundei meu rosto no volante.

- Você está bem? – me direcionei a Harry, que estava com os olhos arregalados e as mãos no peito. Removi meu braço que estava esticado na frente do seu peito assim que percebi que eu tinha dado uma de mãe pra cima dele.

- O que foi isso? – ele falou, o tom irritado não havia abandonado sua voz. – Que merda foi essa? Você é maluca por acaso?

- Eu estava precisando do GPS... – resolvi o poupar da história – Ah. Me desculpa, você está bem? Me desculpa de verdade.

- Que porra. Você é uma péssima motorista. – ele finalmente me encarou.

- Não, eu não sou. Foi um acidente.

- Ah esquece. Só me leva embora logo.

Reprimi um leve grito, definitivamente esgotada com sua grosseria. Tudo que eu havia feito até àquela altura era pra ajudá-lo e ele estava agindo como um rockstar arrogante. Respirei fundo e arranquei o carro. Não iria retrucar, ia despachar esse metido no seu hotel, nunca mais o veria e fingiria que nunca aconteceu. Desbloqueei meu celular e após selecionar o endereço do Fasano o coloquei no suporte, seguindo o trajeto em silêncio. Não muitos minutos depois eu avistei o hotel, lotado de garotas em sua porta.

- Harry. – chamei – HARRY STYLES? – não estava com paciência nem para chamá-lo uma vez, o que dirá duas.

- Que? QUE FOI?

- Sua porta está cheia de garotas.

- Tá... Para aqui e eu desço, tá tudo certo.

- Ninguém vai pirar e achar que eu sou sua namoradinha secreta ou a transa da vez? – perguntei. Eu havia seguido reto por algumas quadras e agora nós zanzávamos aleatoriamente pelas ruas do bairro.

- Com essa roupa? – ele me analisou, debochado. – Definitivamente não.

O olhei chocada, se ele havia insinuado o que eu pensei, ele havia passado dos limites. Freei o carro no acostamento.

- O que você quer dizer com isso? – aumentei o tom.

- Não. Não. – ele abaixou a cabeça, enfiando os dedos nos fios bagunçados. – Não é isso que você está pensando... – ele ergueu seus olhos para mim. – Pera, eu não sei seu nome. Eu pensei em te chamar pelo nome, e eu não sei seu nome.

Aimlessly |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora