43- Até o primeiro raio de sol

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Esse capítulo contém assuntos que podem ser considerados delicados.

Assim que me afastei de Harry, custei um pouco a abrir os olhos, tentando absorver se o que eu tinha feito era real e se os cabelos de sua nuca entre meus dedos também. Quando os abri encontrei os seus verdes cravados nos meus e sua expressão séria, o que não me deixou entender como ele se sentia quanto àquilo.

Sua mão se manteve no mesmo lugar, assim como a minha, enquanto eu analisava seu rosto devagar, apreciando seus traços e sua beleza. Era um transe agradável, no qual nada mais parecia existir, só ele, eu e aquele sentimento morno.

- Desculpa. – resmunguei, caindo em mim, e tirei a mão de seus cabelos, pousando-a na minha barriga e desviando o olhar.

- Eu gostei. – ele deu de ombros e pegou minha mão de volta com a sua.

Eu olhei novamente para ele e vi um pequeno sorriso presunçoso juntamente com os olhos brilhantes. Eu sorri de volta, mas me sentindo muito tímida para dizer qualquer coisa. Eu me perguntava se aquilo significava algo mais, ou se era só seu modo flerte ligado. De qualquer forma, eu gostava.

Agora ele estava 100% solteiro e parecia estar interessado em gastar tempo comigo. Eu não sabia se era uma boa ideia, nem ao menos se era saudável, mas meu coração realmente gostava de ter ele por perto e escutar coisas daquele tipo. Era algum tipo de mágica. Ele tinha acabado de quebrar meu coração em pedaços, tão pequenos, que eu adormeci pensando que nunca consertaria aquilo, mas ele o fez em questão de minutos.

Eu sabia, de alguma forma, que não deveria me deixar mergulhar tão profundamente naqueles olhos, ou perdoa-lo tão facilmente. Mas eu estava uma bagunça. Uma bagunça a qual ele não se importava em organizar. Além disso, quando ele estava por perto com aquele humor, era como se eu pudesse respirar novamente, me trazia paz e eu me sentia mais segura.

- Vamos. – Harry disse de repente, se levantando e me puxando com ele.

- O que? Onde? – eu perguntei confusa a medida que ele se dirigia a porta.

- Eu quero te mostrar algo. – ele disse se inclinando para tocar a maçaneta.

- Você está doido? – eu perguntei, me colocando entre ele e a porta – São tipo 1 da manhã e Connor nos mandou não sair do prédio.

- Quem disse algo sobre sair do prédio? – ele perguntou erguendo uma sobrancelha.

- O que possivelmente você me mostraria dentro do hotel? – perguntei cruzando os braços.

- Hm... eu poderia. – Harry disse com um sorriso malicioso – Mas você está certa, não sei porque eu disse isso. – ele completou, antes que eu pudesse responder sua fala maldosa.

- Não vamos desobedecer o diretor. – constatei.

- Ok. A gente só obedece ele durante as gravações, o que não é o caso. – ele disse segurando meus ombros – Está tudo bem? Você parece um pouco nervosa. – ele apontou para minhas mãos que se seguravam com força.

- O que? – eu respondi, um pouco alto e soltando minhas mãos, apenas provando seu ponto – Quer dizer, não. Só não gosto de quebrar as regras.

- Jade, você está com medo do Connor? – ele perguntou firmemente, me olhando nos olhos.

- Não, eu estou com medo das consequências. Mas você não tem o que temer, você é o ator convidado. Eu sou latina e ele é meu chefe.

- Não, tecnicamente eu sou seu chefe. Sou eu quem pago o Connor, já que sou o produtor executivo. – ele disse colocando as mãos na cintura, numa típica posição metida.

Aimlessly |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora