capítulo 5

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Adrian Miller
Me perdi no momento em que a senti convulsionar em meus braços e gozar gritando meu
nome. Para falar a verdade, acho que já estava perdido bem antes. Eu sabia que aquilo não daria
certo desde o momento em que Charles me mostrou uma foto dela. Minha cara de espanto ao
vê-la foi tão grande, que Charles perguntou se havia visto um fantasma. E sim. Praticamente
havia visto. E naquele momento eu decidi que ela seria minha acompanhante. E faria de tudo
para que aceitasse a viajar comigo.
Verônica é exatamente a cópia de Sara. Na sua versão morena. Sara tinha cabelos loiros e
Verônica, castanhos escuros. A fisionomia, o corpo, eram muito parecidas. Até a altura das duas.
Fiquei em choque por um momento. Pensei em recusar. Mas, a curiosidade foi maior do que
minha sanidade. Eu sabia que deveria me manter afastado. Que ela não era o tipo de mulher
para um homem como eu. Não após saber de todo o meu passado.
Fui abandonado quando tinha oito anos. Minha mãe era uma prostituta viciada. Meu pai? Não
faço nem ideia de quem seja. Após ter sido adotado por um casal, minha mãe ainda tentou
arrancar dinheiro deles para manter seu vício. Que ironia do destino. Ele me traz Sara de volta,
mas, com o mesmo defeito da mulher que tanto odeio no mundo.
Assim que me afasto de Verônica, ela ainda está ofegante. Sua respiração irregular, aos
poucos, volta ao normal.
“E agora? O que eu faço? Não deveria ter perdido o controle”.
Afasto-me um pouco confuso e caminho até o banheiro deixando-a sozinha nua em cima da
cama. Quando fecho a porta, levo a mão ao rosto e imediatamente, me arrependo.
— Droga! Droga! Maldita! – vocifero para mim mesmo.
“Porque me deixei levar por aquela mulher? Céus! Estou perdido”.
Sinto um nojo só de pensar que a toquei. Quantos homens não a tocaram da mesma forma que
eu? E ela ainda gosta? Depois de tanto tempo... Por quê? Porque justo uma vagabunda?
Meu sangue fervia só de pensar naquele cara a tocando. Ela o queria? Mas é claro que ela viu
a oportunidade de arrancar uma boa grana daquele riquinho.
Olho-me no espelho. Não me reconheço. Estou perdendo totalmente o meu controle. Minha
vontade é de voltar naquele quarto e me enterrar dentro dela. E sei que se eu reivindicá-la, será a
minha ruína.
Meu pau ainda está duro em minha boxer. Eu a quero. Deus como eu a quero. Maldita
feiticeira.
Abri a porta do quarto para dizer a ela que tudo não passou de um mal entendido. Eu não iria
tocá-la. Nunca mais.
Mas, assim que a vi, tão linda, tão assustada segurando o travesseiro contra seu corpo nu, eu
não resisti.
— Foda-se! – rosnei.
Fui em direção a ela e puxei o travesseiro deixando-o de lado.
O que leva uma mulher tão linda, tão doce, a seguir esse caminho?
Quando ela me olhou, vi que seus olhos estavam lacrimejados. Estava chorando?
Aproximei-me dela e limpei uma lágrima que rolava timidamente. Beijei sua boca com
necessidade. Ela não recusou. Abraçou-me correspondendo ao meu beijo ardente.
Tirei minha boxer revelando minha ereção. Perdi-me em sua pele macia e cheirosa. O cheiro
dela era tão bom. Ela ofegava e respirava com dificuldade. Era visível que se sentia afetada.
Passei minhas mãos por todo o seu corpo. Ela arqueava os quadris a minha procura. Com
suaves beijos em seu pescoço, segui provocando arrepios em sua pele. Ela gemia. Tinha suas
mãos em meu cabelo puxando-o com força.
Desci minha boca até seu seio e o suguei com vontade. Com a outra mão, estimulava seu
mamilo enrijecido. Ela ficava cada vez mais louca. Quando não consegui resistir, abri a gaveta
do criado mudo e peguei um preservativo. Rasguei o envelope e deslizei em meu pau.
Olhando nos olhos dela, entrei em seu sexo devagar. Queria sentir meu pau percorrer todo o
caminho bem lentamente. Ela gemeu e eu me perdi em meio às sensações. Sua boceta apertada
contraía meu pau me levando a perda dos sentidos. Droga! Tão apertada. Tão gostosa!
Fechei os olhos enterrando nela, dando leves estocadas. Quando voltei do transe, olhei nos
olhos dela e disse:
— Quero que goze para mim, meu amor.
Não sei por que disse isso a ela. As palavras saíram e imediatamente, me arrependi em dizê-
las. Em resposta, ela apenas sorriu.
Seu sorriso parou meu coração em fração de segundos. Eu estava perdido nela. Em seu corpo.
Em sua beleza, em sua alma. Desde o primeiro momento em que a beijei, senti como se ela
fosse minha. Minha. E esse sentimento de posse estava me assustando.
Verônica seguia gemendo como uma felina. A cada gemido dela, meu pau ficava ainda mais
duro. Aumentei o ritmo de minhas estocadas. Enquanto me enterrava nela com vontade, a
beijava. Seu gosto era doce. Ela gemia em minha boca e mordia meus lábios, totalmente
excitada.
— Adrian... Por favor! – ela implorou.
— Diga o que quer... diga pra mim – implorei.
— Quero que me faça gozar – ela disse ofegante.
— É isso que quer? – perguntei me enterrando ainda mais forte dentro de sua boceta molhada
e apertada.
— Oh sim... Sim Adrian... Por favor – ela continuou a implorar sensualmente.
Nesse momento, tirei meu pau de dentro dela e levantei suas pernas colocando-as em meu
ombro. Quando voltei a penetrá-la, meti duro e com força. Com minhas estocadas rápidas, nos
perdemos em meio nosso orgasmo. Ela convulsionava. Tremendo e gritando meu nome, ela
gozou para mim. Só para mim. E eu, eu estava fodido.
Quando sai de dentro dela, tirei o preservativo e descartei. Era loucura. Loucura o que estava
fazendo. Ela veio em minha direção e me beijou. Eu estava confuso. Muito confuso. E antes que
ela pudesse interpretar tudo isso de alguma outra forma, eu acabei sendo um babaca. Só queria
mantê-la afastada. Afastada para que não percebesse o quanto me afetou. O quanto eu a queria.
Afastei-a e a olhei. Se eu acabasse com essa loucura agora, eu ainda teria alguma chance de
sair desse inferno. Então, decidi fazer com que ela me odiasse, assim, ela me acharia um idiota.
Ela mesma me manteria afastado. Porque eu sei que seria incapaz de conseguir me manter
longe.
— Está satisfeita? – perguntei com a voz fria e de forma impassível.
— Sim – ela deu um sorriso tão lindo que quase me fez voltar atrás. Linda, ainda nua na cama,
apenas me observando.
— Quem bom que satisfiz seu desejo. Assim, espero que não saia mais correndo atrás daquele
paspalho como uma cadela no cio – meu tom foi frio.
O sorriso que ela tinha no rosto desapareceu no mesmo instante. Transformou-se em
decepção. Meu coração ficou em mil pedaços. Mas era assim que deveria ser. Ela não disse
absolutamente nada. Mas, vi quando uma lágrima rolou em seu rosto perfeito. E naquele
momento, eu sabia que tinha sido o pior tipo de canalha.
Juntei minhas roupas e quando estava saindo do quarto, ela perguntou com a voz embargada:
— Aonde vai?
— Vou voltar para a festa – disse. — E você, ficará ai.
Ela me olhou e apenas assentiu. Estava visivelmente destruída. Então, me virei e sai para me
vestir em outro lugar. Eu só queria sair dali e esquecê-la. Apenas esquecê-la.
Que Deus me ajude!

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