Verônica Sandler
Casar? Como assim casar? Esse homem é louco?
Adrian me olhava de uma tal forma que me deixou completamente perdida por ele.
— Sr. Miller, acho que...
— Só Adrian, Verônica. Só Adrian – ele sorriu.
— Não acho isso prudente. Não nos conhecemos e casamento não é tão simples assim – olhei
incrédula.
— Eu entendo. Mas podemos fazer dar certo.
— Eu nem sei onde mora, quem são seus familiares e nem sua idade – disse apavorada. —
Como vamos nos casar assim? Do nada?
— Vamos ter um tempo para nos conhecer – ele disse me puxando para um beijo. —
Começamos desde o começo então. Você continua sendo minha noiva, só que agora,
oficialmente – diz rindo. — Quando estiver pronta, nós nos casamos. O que acha?
Eu não conseguia ter um pensamento coerente. Estava a ponto de me beliscar para saber se
não estava sonhando.
— Não vai dar certo. Vai chegar um ponto que terá vergonha de mim e então...
— Shhhh! Você pensa demais Verônica. Pense só no agora. Mais nada – sussurrou.
— Eu ainda continuo achando isso tudo rápido demais.
— Eu espero o tempo que for. Só não me peça para aceitar que continue nessa vida – ele disse
irritado. — Não quero ninguém tocando você. Ninguém.
A forma como ele falava comigo, seu tom possessivo e protetor me deixou de joelhos. Eu
sabia que seria uma loucura. Mas prefiro arriscar.
— Eu vou poder trabalhar? Não quero depender de você.
— Prefiro que volte a estudar. Você é nova e tem todo um futuro pela frente.
— Eu tranquei minha faculdade quando meu pai faleceu. As coisas ficaram ruins, meu pai
deixou muita dívida. Então, segui esse rumo – disse me afastando dele. Sentei na cama e ele
sentou ao meu lado.
— Qual o curso que fazia? – ele preguntou curioso.
— Medicina – sorri. — Meu sonho sempre foi ser pediatra – conclui e vi o momento que ele
olhou para mim tenso e ao mesmo tempo surpreso.
— Engraçado... – disse sorrindo.
— O que é engraço? – perguntei confusa.
— As coincidências da vida.
— Ontem na festa, aquela ruiva, a Amélia, disse que você tinha uma mulher – perguntei e ele
automaticamente se levantou.
— Não quero falar sobre isso – rosnou. — Ela morreu já faz um ano e não quero tocar nesse
assunto.
— Você ainda pensa nela?
— Às vezes – ele disse fechando os olhos. — O que quer fazer hoje? Podemos sair e dar uma
volta. Jantar fora ou ficar aqui se quiser – ele disse mudando o rumo da conversa.
— Podemos dar uma volta – disse sorrindo. Eu só queria ficar ao lado dele.
Adrian ligou para Anabeth pedindo para que comprasse um vestido. Quando ela entregou, ele
me ajudou a vestir e saímos.
Passamos uma tarde maravilhosa. Ele me contou sobre o seu trabalho na agência de
publicidade e sobre as coisas que gostava de fazer. Eu não tive muita coisa pra contar, além de
cuidar da minha mãe, ele já sabia o que fazia para viver, então, procurei não tocar nesse assunto.
Caminhamos durante um bom tempo no Central Park, e após, paramos num restaurante para
jantar.
A noite foi tranquila e agradável. Conheci um Adrian amoroso e gentil. Bem diferente do cara
arrogante e grosso que me maltratou por duas vezes.
Seguimos de volta para o hotel. Pedi para que Adrian não adiasse nossa volta. Eu precisava
estar ao lado da minha mãe. Era um martírio para mim ficar longe dela por tanto tempo.
Adrian concordou, então, voltamos.***
Desembarcamos no aeroporto de Guarulhos.
Adrian carregava nossas malas enquanto fazia planos para nós.
Pegamos um táxi e fomos direto para a sua casa. Eu estava acabada. Pedi para que ele me
levasse para visitar a minha mãe e ele concordou de irmos após eu descansar um pouco. Não
protestei por que realmente precisava descansar. Meu corpo ainda estava moído.
Quando chegamos em sua casa, quase tive um colapso. Adrian morava numa mansão enorme
com um belo jardim florido. Eu estava esperando por um apartamento amplo e decoração
rústica. Bem mais a cara dele. Mas o que vi me deixou encantada. Passamos pelo jardim e então
Adrian abriu a porta. Quando entrei, fiquei sem ar com tanta beleza. A decoração parecia feita
minuciosamente. Tinha todo um toque feminino. Será que a ex-mulher dele chegou a viver aqui
nessa casa?
— Nossa! É linda sua casa – disse admirada.
— Espere só para ver o resto do jardim – ele sorriu me abraçando. Puxou-me contra ele
jogando nossas malas no canto da sala enorme. Alisou meus cabelos e disse no meu ouvido: —
Vou te mostrar nosso quarto – disse mordendo meu pescoço. Nesse momento, alguém pigarreou
diante de nós. Adrian se alinhou e disse:
— Maria, tudo bem?
— Sr. Adrian, que bom que voltou – a mulher respondeu. Quando me virei para cumprimenta-
la, Adrian falou:
— Essa aqui é a... – antes que Adrian pudesse concluir, a mulher ficou tão pálida que achei
que iria desmaiar. Mas, ela ainda conseguiu dizer:
— Minha Nossa Senhora! – sussurrou derrubando um vaso de cristal que carregava.
Eu fiquei totalmente sem reação. Adrian foi até ela e sussurrou algo em seu ouvido. Eu queria
ser uma mosca para ouvir o que disse a ela. Vindo em minha direção, ela abriu um sorriso fraco e disse: — Me desculpe senhora. Eu sou Maria, a governanta.
— Oi. Sou Verônica – sorri.
— Minha noiva – Adrian concluiu.
Maria olhou para ele e vi que estava confusa com algo. Ela abriu a boca para dizer algo, mas,
Adrian a dispensou e disse que iríamos para o quarto descansar.
A mulher assentiu e saiu nos deixando a sós.
Olhei desconfiada para Adrian e perguntei:
— O que deu nela?
— Nada. Foi só um choque inicial – ele deu de ombros.
— Não foi não. Ela me olhou como se estivesse visto um fantasma – disse com diversão.
— Não ligue para ela. Maria é uma pessoa incrível. Vai adorar você – disse sorrindo e me
puxou para as escadas. — Vamos. Preciso de um bom banho e você vem comigo.
Adrian tirou toda a minha roupa depositando com cuidado em cima da imensa cama com
dossel. O tapete suave de pele de carneiro causava cócegas em meus pés de tão macio.
A decoração alegre e colorida me deixou curiosa.
— Adorei a decoração. Muito prática e aconchegante – sorri e ele ficou tenso.
Adrian começou a se despir colocando sua roupa ao lado da minha. Abraçou-me e me puxou
para o enorme banheiro que havia escondido atrás de uma porta do closet.
Uma banheira enorme fazia o local mais romântico e aconchegante.
Adrian ligou a banheira e quando estava totalmente cheia, jogou sais de banho e me ajudou a
entrar.
As espumas começaram a se formar e Adrian passava as mãos por todo meu corpo. Quando
sua mão parou em minha abertura, disse:
— Eu quero você agora – sua voz carregada pela excitação me deixou louca. Adrian
massageava meu clitóris e me beijava com paixão. Entrelacei os braços em seu pescoço e gemi.
Céus! Esse homem me levava a loucura. Ele distribuía beijos por todo meu corpo e eu arqueava
os quadris a procura dele.
— Calma querida – ele sussurrou em meu ouvido. — Eu vou entrar em você. Mas antes, quero
ver você gozar enquanto percorro sua boceta gostosa com meus dedos – disse enfiando dois
dedos dentro de mim e eu gemi de prazer.
— Adrian... Eu preciso de você – resmunguei.
— Eu sei meu amor. Goza pra mim querida – disse mordendo meu pescoço e seguindo
massageando lentamente meu ponto sensível.
Quando estava no clímax, Adrian leva a boca em meus seios me fazendo convulsionar em
seus braços e gemendo em seu ouvido disse:
— Eu quero você dentro de mim Adrian, forte e duro.
Adrian me penetrou em um só golpe. Com suas estocadas possessivas, ele seguiu me fazendo
ir às alturas. Ele me virou de costas e pediu que apoiasse na borda da banheira.
— Você tem um lindo traseiro, querida – murmurou.
Quando me penetrou, Adrian tinha suas mãos em meus cabelos puxando-os forte contra ele.
Ele me penetrava sem dó e eu gostei da sensação de ser possuída por ele.
Gozamos juntos, nossos corpos molhados e ainda ofegantes. Adrian me virou e me deu um
beijo cheio de necessidade dizendo:
— Você me deixa louco. Totalmente louco.
Quando terminamos nosso banho, deitamos na cama, abraçados. Adrian gloriosamente com
seu corpo nu, definitivamente, me afetava. Tudo nele era perfeito. Eu estava vivendo um sonho e
não queria acordar. Nunca mais.
Acordei após um tempo. Adrian ainda dormia feito uma pedra. Minha barriga roncava e eu
estava morrendo de fome.
Decidi colocar minha roupa e ir até a cozinha para preparar algo para comermos.
Quando saí do quarto, fiquei curiosa em explorar os ambientes.
No corredor, havia quatro portas que presumi serem mais quartos. Segui para o primeiro
cômodo e realmente havia acertado. Deveria ser um quarto de hóspedes. A vista dava para o
lindo jardim de roseiras. Uma cama king size e cortinas pretas. Totalmente diferente do quarto do
Adrian. Segui para os outros e eram incrivelmente iguais. Somente alguns móveis diferentes, mas
a pintura e a disposição dos móveis eram idênticas. O último quarto me chamou atenção. Estava
trancado. Girei a maçaneta e nada. Será que estava emperrada?
Voltei para o quarto de Adrian. Ele ainda dormia feito um anjo. Eu poderia passar o tempo
todo ao lado dele e não me cansaria de olhá-lo.
Um barulho de algo vibrando me assustou. Era um som de telefone. Procurei em cima da
cama e nada. Lembrei que havia deixado meu celular em minha bolsa na sala, então, só poderia
ser o do Adrian.
Resolvi abrir o criado mudo e lá estava o celular vibrando como louco.
No visor, a foto da ruiva da festa. Amélia? Fiquei intrigada então atendi.
— Alô.
A pessoa ficou muda ao outro lado e desligou.
Mas o quê? Fiquei olhando confusa para o celular. Quando o coloquei de volta, vi uma chave
dourada. Peguei por pura curiosidade. Será que ela abriria a outra porta?
Coloquei-a de volta e fiquei olhando para ela. Mas, fui vencida pela curiosidade.
Adrian se moveu na cama e decidi sair rápido dali. Segui até a porta que estava trancada e
coloquei a chave para testá-la.
A porta se abriu.
Era um quarto. Um quarto de criança todo decorado em azul claro. Um pequeno berço na
lateral da parede com alguns penduricalhos e bichos de pelúcia.
Era o quarto do filho dele? Ele ainda o mantinha intacto?
Aquilo me deu um nó no peito e fiquei me sentindo uma intrusa. Uma cadeira de
amamentação toda revestida de branco e uma cômoda também intactas e totalmente limpas.
Abri as gavetas, estavam cheias de roupinhas de bebê.
Um porta retrato escondido entre as roupinhas minúsculas me chamou atenção.
Puxei com cuidado para não desarrumar nada. Quando olhei para a foto. Pude sentir o sangue
do meu corpo inteiro se esvair.
Puta que pariu.
Eu era idêntica à mulher grávida na foto.
— O que faz aqui dentro? – Adrian grita furioso e no susto, deixo cair o porta retrato que se
espatifa no chão.
Meu Deus! Ele acha que eu sou ela? Meus olhos encheram-se de lágrimas.

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Em Sua Companhia
ChickLit- Srta. Sandler... Não quero que pense que a trouxe aqui por motivos... Vamos dizer que... - ele ficou tenso. - Está tudo bem? É para isso que está me pagando, não é? - perguntei confusa. - Eu não pago mulheres para transar Srta. Sandler. Geralmente...